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Cientistas fizeram o cérebro humano "controlar a mente" de ratos ciborgues

Pesquisadores usaram o encefalograma para capturar ondas cerebrais humanas - Peter Ilicciev/Fiocruz Imagens
Pesquisadores usaram o encefalograma para capturar ondas cerebrais humanas Imagem: Peter Ilicciev/Fiocruz Imagens
do UOL

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

05/02/2019 12h50

Pesquisadores chineses encontraram uma forma de fazer com que um cérebro humano "controle" a mente de ratos. Por meio de estímulos cerebrais de uma pessoa, os ratos conseguiram se mover através de um labirinto.

Os resultados do estudo foram publicados na Revista Nature nesta segunda-feira (4).

Os cientistas usaram eletrodos implantados no cérebro do roedor - o nomearam como rato ciborgue -- e começaram uma série de treinamentos para que ele aprendesse que, ao receber um determinado estímulo cerebral, ele deveria se mover.

Depois de todo esse processo, os pesquisadores usaram um encefalograma para medir as ondas cerebrais humanas. O dispositivo também foi conectado a um computador e os impulsos foram sendo decodificados e transformados em estímulos para o cérebro do rato.

Com isso, o rato conseguia se movimentar para a direita e esquerda conforme recebia os "comandos" humanos - para ir para a frente, os cientistas usaram um estímulo visual. Ao todo, seis roedores fizeram parte da pesquisa.

O primeiro teste envolveu um labirinto em forma de asterisco. Cada rato foi estimulado a ir para o outro braço do símbolo passando pelo centro do asterisco. E deu certo, segundo os resultados do estudo.

Apesar de a pesquisa ser relevante para a comunidade científica, alguns especialistas consideram que o uso do encefalograma pode não ser muito eficaz. Isso porque ele mede a atividade elétrica no cérebro por meio do crânio.

Ou seja, existe uma barreira que pode afetar a qualidade do sinal, segundo Angus McMorland, engenheiro biomédico da Universidade de Auckland, em entrevista ao site CNET.

O tempo de resposta entre o estímulo cerebral humano e o cérebro do rato pode ser afetado pela tecnologia adotada. 

Outro ponto de atenção é que o controle da mente de animais de outras espécies envolve muitas questões éticas. As descobertas podem servir de base para estudos mais completos. No entanto, é preciso ter regras bem definidas de como isso pode ser usado no futuro.

Os pesquisadores chineses afirmaram que seguiram os protocolos de ética necessários para usar os ratinhos nas pesquisas.

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