Após levante contra Maduro, 27 militares venezuelanos são presos
Caracas, 21 jan (EFE).- O presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela (ANC), Diosdado Cabello, informou que foram detidos até o fim da tarde desta segunda-feira 27 militares que participaram de um levante comandado por sargentos contra o governo de Nicolás Maduro e ocorrido durante a madrugada.
"Foram detidos no próprio local 25, além de dois em outro lugar", disse Cabello em entrevista coletiva que concedeu como porta-voz do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), sem descartar que esse número aumente nas próximas horas.
Um grupo de membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) se sublevou hoje contra Maduro e pediu aos venezuelanos, em vídeos que divulgaram nas redes sociais, que não reconheçam o governante e saiam às ruas em apoio da insurreição.
O incidente ocorreu durante a madrugada quando subtraíram armas de guerra, sequestraram outros quatro agentes e depois se dirigiram a um comando da GNB no bairro caraquenho de Cotiza, onde encontraram resistência de outros agentes, segundo um comunicado de imprensa das Forças Armadas.
Cabello especificou que a sublevação não foi respaldada nos quartéis do país, onde não ocorreu "nenhuma réplica ou qualquer coisa parecida".
Após o grupo ser rendido, as autoridades apreenderam as armas que tinham sido roubadas assim como os telefones celulares dos rebeldes, onde há registro de chamadas feitas antes e durante o levante, segundo relatou Cabello.
O presidente da Constituinte disse também que o grupo se alçou porque "seguramente devem ter recebido ofertas de qualquer quantidade de coisas" para que não reconhecessem Maduro.
A operação contra o levante foi dirigida pelo próprio Maduro, segundo disse Cabello, depois que os sublevados deram sua palavra de que não atacariam quem tentasse rendê-los e ambos grupos "se sentaram para falar".
O incidente aconteceu depois que o parlamento, controlado pelo antichavismo, aprovou um decreto de lei que promete anistia para todos os funcionários civis e militares que não reconheçam Maduro e contribuam para restabelecer o fio democrático, que asseguram estar quebrado.
Neste sentido, Cabello afirmou que a Câmara não tem competências para aprovar uma lei que perdoe crimes que não foram cometidos, ao mesmo tempo em que lembrou que as decisões da Casa não são atendidas pelo Executivo, já que o Supremo Tribunal do país a declarou em "desacato" em 2016. EFE