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9 vezes em que Emicida soltou o verbo e passou o seu recado em entrevistas

17/08/2018 08h00

O rapper sem papas na língua comemora 33 anos nesta sexta-feira (17/8/2018). Confira nove ocasiões em que ele abriu o jogo durante entrevistas.

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  • Reprodução/Instagram @emicida

    Michel Temer e a mídia

    "Eu não tenho o hábito de acompanhar a política pela grande imprensa; a grande imprensa no Brasil faz parte do problema, não da solução. Eu leio um pouco sobre história, e quem estava roubando antes continua roubando hoje. Infelizmente não é nada que o brasileiro não saiba. Você precisa ser burro, mau caráter ou muito inocente pra esperar a salvação vinda de um cara que acabou de trair sua companheira de chapa", detonou Emicida ao reforçar em entrevista ao site Heloisa Tolipan, em junho de 2016, o que já havia afirmado na Virada Cultural anterior, o fato de não reconhecer o governo de Michel Temer

  • Reprodução/Instagram @emicida

    Obrigação dos oprimidos

    Em junho de 2016, o rapper falou sobre a mãe e sua força para enfrentar e superar obstáculos ao site Heloisa Tolipan: "A obrigação de ser forte todo o tempo é uma m****. Olha essa história do Rio de Janeiro, da menina estuprada por 30 caras. Você tira forças de onde para seguir em frente? Essa obrigação é algo inerente ao oprimido. Se você baixar a guarda, você perde sua vida, literalmente. (...) Essa obrigação de resistir destrói muito da beleza que existe em nós. Passamos a nos orgulhar da nossa capacidade de aguentar as pancadas da vida e seguir em frente, mas, às vezes, tudo o que você quer é um ombro pra chorar, segurar a mão de alguém. Ser vulnerável é isso, não ter a opção de ser vulnerável é muitas vezes desesperador. A questão é que não há muitas opções para nós, além de ser forte. A alternativa é virar estatística"

  • Reprodução/Instagram @emicida

    Sertanejo

    Em maio de 2017, o músico criticou o monopólio sertanejo no cenário musical brasileiro em entrevista ao site G1: "Acho contraditório que a gente tenha trilhado um caminho com Jair Rodrigues, Elis, Tom, Pixinguinha, Pena Branca e Xavantinho, Racionais, Caetano, Gil, Tom Zé... E, de repente, chega um momento em que o Brasil inteiro é obrigado a escutar e aplaudir um único gênero". Ele ainda revelou o fato de que os próprios artistas devem pressionar em prol da pluralidade. "Há a música enquanto arte e enquanto indústria. A indústria é extremamente restrita, exclui muito da produção cultural do Brasil e faz com que a diversidade de um país como o nosso vá pelo ralo", pontuou

  • Reprodução/Instagram @emicida

    Racismo e apropriação cultural

    Ainda em maio de 2017, ele abriu o jogo sobre o clipe de Mallu Magalhães, acusado de ser racista por hipersexualizar o corpo negro. "As pessoas precisam permitir que os corpos pretos sejam livres. Se a gente tivesse um corpo de baile branco ali, e os bailarinos pretos desempregados, iríamos levantar esse questionamento?", opinou o rapper, que ainda continuou: "Acho que há uma mania, às vezes, de salvar quem não está pedindo socorro. Você se coloca numa posição de dizer: 'Esses bailarinos são ignorantes, não gostam de ser pretos, são cegos para sua autoestima'. Uma terceira pessoa está dizendo para eles que eles estão sendo usados. A gente tem problemas mais sérios do que esse. Entendo que isso é o que dá uns 'likes' na internet. Mas eu não tenho vontade nenhuma de participar da discussão". Sobre a questão de apropriação cultural, o rapper analisou: "Como criador, eu me aproprio de várias culturas. Não quero que ninguém venha me dizer que eu não tenho direito de usar um nome japonês na minha coleção de moda"

  • Reprodução/Instagram @emicida

    Batman Batista

    Nem o Homem-Morcego escapou das críticas do rapper. Ao participar da Flipelô, em Salvador, em agosto de 2017, ele fez uma análise sobre o personagem: "O Batman é um personagem caído. Não tem um poder, fica batendo nuns caras que estão com a vida tudo f..., é um playboy. É tipo o filho do Eike Batista", disse ao lembrar que o herói era o protagonista do primeiro gibi que leu, mas foi do vilão de quem acabou gostando

  • Reprodução/Instagram @emicida

    Leitura

    Em dezembro de 2017, o rapper falou, no programa Altas Horas, que os livros salvaram a sua vida em uma época em que não dispunha de outras opções saudáveis de entretenimento. "A referência maior é minha mãe. A minha mãe não tinha terminado os estudos e quando meu pai faleceu a gente tinha seis anos. Ela trabalhava em três casas de família, sabe? Mas eu sempre via a minha mãe com um livrinho de canto. Se ela tinha 15 minutos, ela abria o livrinho dela e ficava ali", revelou Emicida, que ainda explicou outras de suas influências: "Eu cresci ouvindo um bocado de gente no rap mesmo que compartilhou muita referência de leitura. Eu conheci muitos escritores através de rimas de outros MCs, sabe? O Brasil não percebeu que o rap tá atacando por essas frentes também"

  • Reprodução/Instagram @emicida

    Lula e a periferia

    Em abril deste ano, no programa Hora do Rango, da Rádio Brasil Atual, Emicida falou sobre o cenário político atual e a prisão do ex-presidente Lula: "Para baixo, todo santo ajuda. Estamos passando por turbulências grandes e não acredito que o problema do Brasil será solucionado com respostas simples. Não acredito que o que fizeram com Lula nem arranha na corrupção, ela segue firme e forte. Baseado nisso, temos que conversar, porque a realidade do Brasil é muito complexa. Eu liguei para o Lula [um dia antes da prisão]. Falei para ele sobre a minha música 'Levanta e Anda'. A vida vem em ondas, mas acredito que ele nem precisasse ouvir, já que é uma figura muito forte. Falei que sou uma pessoa muito grata a ele. Foi depois dele que pude refletir que a universidade é um lugar nosso também. Para mim, nós [da periferia] íamos até o ensino médio e, depois disso, o ensino superior era só pra playboy. (...) Com toda essa campanha que a mídia faz para demonizá-lo, achei importante falar para ele algo que nunca tinha dito", esclareceu

  • Reprodução/Instagram @emicida

    Lei Áurea

    Em maio de 2018, o rapper participou do programa Conversa com Bial, no qual falou sobre a Lei Áurea e a forma como era maltratado na época escolar quando a data era estudada em sala. "Na escola, era uma sensação desagradável, já que o protagonismo da nossa história não era nosso nem no dia em que éramos libertados. Era comum sermos alvo de piadas e insultos. Todas aquelas crianças ali, que referências tinham daquilo? A princesa [Isabel] recebe todos os louros, mas ela estava ali muito por acaso, não era envolvida com a militância. Descobri que ela tinha verdadeiro afastamento da questão política. É curioso como uma pessoa que estava ali [naquela função] por acaso se torna ícone de um momento tão importante e transforme em seres invisíveis todos esses personagens gigantes que lutaram por tantos anos pela libertação dos negros. Esta é uma discussão dolorosa para ambos os lados. É muito importante que a gente converse mais sobre o tema, que a gente saiba conversar", refletiu

  • Reprodução/Instagram @emicida

    Racismo na escola

    Em agosto deste ano, Emicida falou sobre sua experiência em uma escola particular, na então segunda série, ao programa Eletrogordo, do Canal Brasil: "Gostava de estudar, mas odiava a escola. Minha mãe trampava de doméstica, começou a trampar nuns bairros de dinheiro e arrumou uma escola para mim lá perto. Eu chegava, era o único pretinho da sala, os caras: 'macaco', 'cabelo de Bombril'... Tinha que sair no soco todo dia. Na terceira série, mudei de escola porque estava dando uns problemas". Na mesma ocasião, ele ainda disse que as pessoas negras são plurais, logo não há um único pensamento norteando todos. "Todo mundo pensa diferente. Agora, quando você coloca que 'racismo é uma reclamação sem fundamento' vejo muito mais como burrice que como discordância ideológica. Tem que ser canalha, mal intencionado ou burro", criticou

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