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Tudo o que você precisa saber sobre Gloria Groove, a drag queen do momento

Gloria Groove - Divulgação
Gloria Groove Imagem: Divulgação

26/02/2019 08h06

A drag queen Gloria Groove é rainha do Carnaval e promete bombar pelo segundo ano consecutivo nessa época do ano. Ao comandar o bloco Gloriosa - que sai no dia 3 de março, no centro de São Paulo - ela chama ainda mais atenção com o seu talento e ousadia. Porém, bem antes da montação, Gloria já fazia sucesso como Daniel - garotinho que fez parte do grupo Balão Mágico, foi calouro do Raul Gil, cantou na igreja e ainda atuou em novela da Record. Pois é! Confira isso e muito mais sobre a trajetória dessa surpreendente artista.

  • Reprodução/Instagram @manas_groove

    Direto da ZL

    Os avós maternos eram artistas de circo, e a mãe, backing vocal do Raça Negra. Foi com essa herança que Daniel Garcia Felicione Napoleão veio ao mundo, tendo nascido e sido criado na Vila Formosa, na zona leste de São Paulo

  • Reprodução/Click Araçoiaba

    Despontando na infância

    Aos seis anos, Daniel começou a fazer comerciais de salgadinhos Elma Chips. Entre os 7 e os 9 anos, esteve na última formação do grupo infantil Balão Mágico, que foi rebatizado como Galera do Balão

  • Reprodução/YouTube @FATOS REAIS

    Início gospel

    Daniel frequentava a igreja Renascer em Cristo e, com o fim do grupo Galera do Balão, passou a, de forma natural, integrar um coral infantil gospel. Aliás, Daniel lançou músicas religiosas e tinha em mente que seria preparado para se tornar pastor. Contudo, sua saída da igreja acabou acontecendo de forma natural e sem traumas: "Eu tinha uns 14 anos quando me envolvi com o teatro. Estava na fase de descoberta, de entender o que estava sentindo, se era gay ou não e me afastei naturalmente da igreja. Minha mãe sempre me entendeu. Por ela trabalhar no 'mundo' como backing vocal do Raça Negra, ela não era vista como a melhor das crentes. E isso despertava o recalque das irmãs, porque a bispa a amava. Ela entendia a minha posição, e esperava a hora que ia me jogar para fora da igreja", relembrou em entrevista ao Notícias da TV

  • Divulgação/SBT

    Calouro do Raul Gil

    Aos dez anos, Daniel Garcia, que ainda viria a se tornar Gloria Groove, se apresentou em um especial de Natal do "Programa do Raul Gil", na Band, ao lado do coral gospel do qual fazia parte. No mesmo dia, uma produtora quis saber se alguma das crianças gostaria de participar de um novo show de calouros, como jovem talento. "Não pensei duas vezes e me prontifiquei na hora (risos). Acabei ficando lá durante seis semanas e tive que abandonar a competição na metade, porque havia sido aprovada num teste da Record", contou ao Notícias da TV

  • Reprodução/Teatro UMC

    Nesse meio tempo...

    Não é só na música que Gloria Groove tem história. Aos 11 anos, ainda como Daniel Garcia, esteve no elenco da novela "Bicho do Mato", da Record. Se você pensa que acabou, fique sabendo que é a voz de Daniel que dubla Justin Bieber no documentário "Never Say Never", de 2011, aliás, não só ele, desde a infância, o artista empresta a voz para personagens de séries e animações, como "Hannah Montana", "Digimon" e "Power Rangers"

  • Reprodução/Instagram @gloriagroove

    Nasce uma estrela... drag!

    Aos 18 anos, Daniel participou de uma montagem independente do musical "Hair", que fala sobre liberdade, sexualidade e critica os valores conservadores da época em que se passa. Ali, descobriu o seu "melhor eu", conforme revelou em entrevista à revista Trip: "Aquilo foi uma libertação pra mim. Com 14 anos eu já tinha assumido ser gay para minha família, mas continuei me vestindo como homem, mesmo sem nunca ter me identificado com a estética masculina. Com a peça, percebi que poderia me vestir como eu quisesse. Foi então que nasceu a Gloria Groove, cheia de glamour", pontuou o artista, que escolheu o nome por duas razões: a louvação da igreja evangélica que frequentou até a adolescência e o ritmo da música negra americana que marcou os anos 1970

  • Reprodução/Instagram @gloriagroove

    Uuuuhh..., Gloria Groove!

    Sobre a escolha do nome artístico, Gloria Groove ainda fez uma revelação em entrevista à revista ViaG: "São as iniciais da minha mãe, Gina Generoso Garcia. Quando a Gloria Gaynor [do hit "I Will Survive"] esteve no Brasil, minha mãe trabalhou com ela e brincava que as duas eram GG, justamente pelas iniciais dos nomes. De tanto brincar, isso ficou na minha cabeça. Eu relacionava GG com ser mulher, cantora e maravilhosa. GG é tudo grande. Eu já sabia que seria GG. Queria que fosse uma palavra e um nome universal, que fosse escrito igual aqui, na Venezuela ou nos Estados Unidos. Gloria me remete à época em que eu tinha ligação com a igreja, tudo era 'glória'. E Groove vem do meu envolvimento com a soul music"

  • Reprodução/Instagram @gloriagroove

    Ela quer, ela faz

    Em conversa com a Trip, Gloria explicou que faz sozinha sua maquiagem e que aprendeu tudo com tutoriais no YouTube. Além disso, tem Beyoncé como uma das referências na hora de definir as suas perucas e laces. Além de aplicar sem ajuda as unhas e os cílios postiços, a drag queen tem um segredinho na hora da montação: usa a hot pant ao contrário: "A parte de trás eu uso na frente, pra segurar a barriga". "Comecei a entender as drag queens não mais como algo marginalizado. Vi que ser drag é ser uma estrela, uma artista completa. Vi que eu poderia colocar as minhas referências femininas, que sempre me acompanharam, dentro do meu próprio trabalho. Antes eu só me via como um menino que cantava bem, mas não sabia quem de fato eu era. Hoje, enquanto Gloria, sei exatamente quem eu sou", refletiu em conversa com o Notícias da TV

  • Reprodução/Instagram @gloriagroove

    "Bishow"

    Em sua nova fase, já como a drag queen Gloria Groove, a artista chamou a atenção na TV ao participar de um quadro do programa "Amor & Sexo": "Havia um quadro chamado 'Bishow', no qual três bofes tinham o desafio de se transformarem em drag queens com a ajuda de madrinhas. Eu era uma das madrinhas e o meu afilhado, Cláudio Lima, foi o vencedor do concurso", contou em conversa com o Notícias da TV. O sucesso foi tanto que Gloria foi chamada para mais uma temporada da atração. Nem Fernanda Lima resistiu aos encantos da diva: "Gloria foi maravilhosa em todos os números que fez. Tem humor, carisma e aquela potência de voz. Temos muito orgulho de ter feito esse quadro, que trata de temas que precisam ser discutidos, como homofobia e transfobia"

  • Reprodução/Instagram @gloriagroove

    Se identifica como rapaz

    "Ninguém chama a Anitta de Larissa quando ela está sem cílios, então quero que me chame de Gloria. Daniel é o meu nome, mas muita gente me conhece como Gloria. Eu sou o Daniel, e a minha relação com a Gloria não tem a ver com a minha identidade de gênero. Gloria é a minha persona artística", explicou ao Notícias da TV. "Eu não ligo quando me chamam de ele, mas vou gostar muito mais se me chamarem de ela. Porque, afinal, levo bastante tempo pra me tornar ela", pontuou em conversa com a Trip. Em entrevista a Luciana Gimenez, fez questão de deixar bem claro: "Não me sinto mulher. Minha relação com Gloria Groove não representa um personagem. É 100% o meu nome artístico. Daniel está para Gloria Groove assim como Larissa está para Anitta, Stefani para Lady Gaga. Me identifico como um menino, um rapaz. De dia estou por aí, de bermuda e camiseta"

  • Reprodução/Instagram @gloriagroove

    Representatividade importa!

    "Eu era a bichinha da turma. As coisas teriam sido mais fáceis se eu tivesse tido uma Gloria Groove em quem me espelhar. Não me sentiria tão sozinha", pontuou Gloria em entrevista à revista Trip. Para ela, o grande sinal de reconhecimento é ser exemplo para garotos gays afeminados da periferia

  • Reprodução/Instagram @gloriagroove

    Olhei pra ela e gritei: ARTISTA

    "Aceitaria voltar a atuar como Daniel. A verdade é que eu acredito que a Gloria seja a estampa e a marca do meu alter ego musical. Mas o Daniel Garcia como ator, dublador e intérprete sempre vai existir paralelamente. Não nego que tenho vontade de voltar a atuar. E atuaria tanto como menino quanto como menina, pois quero explorar todas as minhas vertentes artísticas", contou Gloria em entrevista ao Notícias da TV. "A cada momento descubro novas camadas dentro de mim. Me sinto como uma massa de modelar e deixo as coisas fluírem. O importante é seguir sendo autêntica, sendo ele ou sendo ela", ponderou em entrevista ao Notícias da TV

  • Reprodução/Instagram @gloriagroove

    Se mexer com ela, vai mexer com a tropa toda

    "A Pabllo, a Lia [Clark], a Aretuza, todas são muito minhas amigas. Todo mundo quer criar intriga, mas isso não passa de machismo velado e internalizado, é aquela história de colocar as figuras femininas umas contra as outras. Mas isso não vai acontecer aqui porque somos unidas, a gente se levanta. Isso aqui não cola, meu bem", afirmou Gloria em entrevista à revista ViaG. Constantemente, ela responde os seguidores que tentam compará-la a outras drag queens, afirmando que todas são amigas e cada uma desenvolve a sua própria linha de trabalho, não devendo ser comparadas, mas enaltecidas em suas respectivas performances. Na imagem, Gloria (à esquerda) aparece ao lado de Pabllo Vittar (centro) e Aretuza Lovi (à direita)

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