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São Paulo: conheça a origem dos nomes de ruas e bairros da cidade

Eduardo Vessoni/UOL
Imagem: Eduardo Vessoni/UOL

do BOL

24/01/2017 10h12

"Alguma coisa acontece no meu coração/ Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João". Os versos da música "Sampa", de Caetano Veloso, celebram a esquina mais famosa do Brasil, mas a Terra da Garoa tem outras tantas esquinas, ruas e bairros que fazem parte de sua história. Conheça a origem dos nomes de alguns locais importantes de São Paulo.   

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  • Rodrigo Capote/UOL

    Rua 25 de Março

    A data é uma referência ao dia do juramento da primeira Constituição brasileira, promulgada por Dom Pedro I em 1824. A rua, no entanto, só recebeu o nome atual em 1865 por proposta do vereador Malaquias Rogério de Salles Guerra. No século 18, a região era conhecida como Beco das Sete Voltas, em razão de seu trajeto acompanhar a estrutura natural do rio Tamanduateí. Já no século 19, antes de tornar-se a 25 de Março, o local passou a ser chamado popularmente de Rua de Baixo, por estar na parte baixa da cidade em relação ao Pátio do Colégio

  • Junior Lago/UOL

    Ibirapuera

    A região era uma antiga aldeia indígena já conhecida como "Ibirapuera", que quer dizer "árvore apodrecida" em tupi-guarani. Posteriormente, a área acabou tomada por chácaras e pastagens, mas a posse do local passou para o município em 1906. Na década de 1920, o então prefeito, José Pires do Rio, teve a ideia de criar um parque na cidade, mas desistiu de usar o Ibirapuera em razão do terreno úmido e sujeito a alagamentos. Um funcionário da prefeitura, Manuel Lopes de Oliveira, conhecido como Manequinho Lopes, no entanto, resolveu cultivar plantas que ajudassem a reduzir a taxa de umidade e assim nasceu o Parque Ibirapuera. Dentro dele é possível visitar o Viveiro Manequinho Lopes, com sua diversidade de plantas e orquídeas

  • Reprodução

    Rua Oscar Freire

    Homenagem ao médico legista Oscar Freire de Carvalho, que nasceu na Bahia em 1882 e, aos 14 anos, entrou na Faculdade de Medicina. Com uma carreira meteórica na medicina, ocupando diversos cargos de prestígio, foi convidado pelo Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho para lecionar em São Paulo, onde introduziu o ensino de medicina legal

  • Reprodução

    Congonhas

    O nome do bairro e do aeroporto, inaugurado oficialmente em 12 de abril de 1936, é uma homenagem ao Visconde de Congonhas do Campo, como era conhecido o primeiro presidente da Província de São Paulo (cargo equivalente ao de governador), Lucas Monteiro de Barros (1767-1851). O político era natural de Congonhas do Campo, cidade mineira que tinha em abundância nas suas proximidades uma erva-mate chamada pelos índios de "Ko Gói", em tupi-guarani, que significa "o que mantém o ser"

  • Reprodução

    Avenida São João

    Homenagem a São João Batista, considerado pelos católicos como o protetor das águas. A região onde atualmente está a avenida era cercada por matas, servindo de esconderijo para assaltantes e escravos fugitivos. Uma trilha neste terreno delimitado pelos ribeirões Anhangabaú e Yacuba fazia a ligação entre as propriedades da área. Yacuba (ou Acú) significa "água envenenada" em tupi e, por sua vez, desaguava no Anhangabaú, que, ainda no tupi, quer dizer "águas assombradas" ou "águas do diabo". Buscando proteção para esse caminho cheio de perigos, as procissões em homenagem ao santo passavam pela trilha posteriormente chamada de Ladeira de São João Batista, depois rua e finalmente avenida

  • Reprodução

    Avenida Giovanni Gronchi

    Político italiano que visitou São Paulo em 1958 e foi homenageado (mesmo sendo proibido dar nomes de pessoas vivas às ruas) em 1963, quando a Câmara Municipal decretou a lei que nomeou a avenida da zona sul de São Paulo. Gronchi lutou voluntariamente na Primeira Guerra Mundial, participou do governo de Mussolini como subsecretário em 1922, renunciou ao cargo em 1926, denunciou a ditadura fascista e acabou eleito presidente da Itália anos depois, em 1955

  • Simon Plestenjak/UOL

    Praça da Liberdade

    A atualmente Praça da Liberdade já teve um nome muito mais sombrio: Largo da Forca. O local serviu de cenário para execuções de escravos e criminosos até a metade do século 19. Após a renúncia de D. Pedro 1º, em 1831, o chafariz instalado nas imediações ganhou o nome de Liberdade, que anos depois se estendeu para a rua (depois avenida), a praça e o bairro. Uma das histórias mais emblemáticas do Largo foi o enforcamento do soldado Francisco José das Chagas, conhecido como Chaguinhas, condenado à morte por participar de rebeliões contra os salários atrasados em 1821. As cordas para enforcá-lo teriam rompido mais de uma vez, e Chaguinhas acabou morto a pauladas enquanto as pessoas presentes pediam por liberdade para o condenado

  • Simon Plestenjak/UOL

    Avenida Paulista

    Apesar de ter sido inaugurada em 1891 com o mesmo nome que usa atualmente, a Paulista se chamou avenida Carlos de Campos por cerca de três anos. O engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima (que dá nome a uma das alamedas que atravessam a Paulista), um dos idealizadores da via pública, foi quem optou pela denominação em homenagem aos paulistas. Porém, em 1927, Carlos de Campos, presidente de São Paulo (cargo equivalente ao de governador), teve seu nome dado à avenida em homenagem póstuma. A troca foi desfeita no início dos anos 1930, uma vez que não agradou aos paulistanos

  • Reprodução

    Marginal Tietê

    "Tietê" em tupi significa "rio verdadeiro" ou "águas verdadeiras". A nascente do rio fica na cidade paulista de Salesópolis e deságua na barragem do Jupiá, no rio Paraná. Durante seu percurso, o Tietê cruza São Paulo e dá nome à avenida marginal Tietê (oficialmente chamada de SP-15 ou rodovia Professor Simão Faiguenboim)

  • Reprodução

    Avenida Ipiranga

    Antes de ser avenida, Ipiranga foi rua e ganhou seu nome em 1865, quando foi aberta por ordem da Câmara Municipal. A escolha da denominação aconteceu pelo fato de que, no mesmo ano, uma Comissão Nacional havia sido formada para a construção do monumento do Ipiranga, em homenagem a D. Pedro 1º e à independência do Brasil, proclamada nas "margens plácidas" do riacho de mesmo nome em 1822. Com isso, rua, monumento e bairro acabaram atendendo pela mesma alcunha

  • Reprodução

    Rua Santa Ifigênia

    A rua foi aberta entre o final do século 18 e início do 19. O nome está relacionado à igreja de Santa Ifigênia, onde antes havia uma pequena capela com a imagem da santa. O aumento do número de devotos fez com que algumas reformas aumentassem o local. Ifigênia (ou Efigênia) foi filha de reis na Etiópia, convertida pelo apóstolo Mateus e quase incendiada viva por ordens do pai, que não aceitava sua crença. Ela passou por provações que fizeram com que se tornasse protetora contra incêndios, padroeira dos militares e intercessora daqueles que precisam da casa própria

  • Reprodução

    Estrada do M'Boi Mirim

    A estrada recebeu o nome por cruzar o rio Embu-mirim (M'Boi Mirim, como era chamado). Próximo à região também estava a aldeia indígena de M'Boi Mirim, que em tupi quer dizer "cobra pequena", e acabou dando nome ao rio. Embora M'Boi e Embu derivem da mesma palavra "mboî'y", com o passar do tempo perderam sua ligação em razão de M'Boi ter começado a ser pronunciado como "Emeboi"

  • Reprodução

    Avenida Cásper Líbero

    Homenagem, oficializada em 1953, ao jornalista brasileiro nascido em Bragança Paulista (SP) em 1889. Cásper Líbero fundou a primeira agência de notícias nacional, a "Americana". Aos 29 anos, adquiriu o jornal "A Gazeta", que modernizou. Entre vários feitos, foi responsável por idealizar a Corrida de São Silvestre. Morreu em um acidente de avião em 1943 e em seu testamento expressou o desejo pela educação de qualidade em comunicação, o que proporcionou a criação da primeira escola de ensino superior de jornalismo da América Latina

  • Reprodução

    Jaçanã

    A palavra, em tupi, significa "o que grita alto" e dá nome a uma ave de dorso vermelho-castanho. O bairro em que a avenida está localizada é chamado Jaçanã justamente em decorrência da quantidade de pássaros desse tipo que havia no local. Adoniran Barbosa prestou sua homenagem à região com a música "Trem das Onze": "Não posso ficar nem mais um minuto com você/ Sinto muito, amor, mas não pode ser/ Moro em Jaçanã, se eu perder esse trem, que sai agora às onze horas,/ Só amanhã de manhã"

  • Reprodução

    Largo do Arouche

    "Meia noite,/ Em pleno largo do Arouche,/ Em frente ao Mercado das Flores" - é lá que Criolo diz estar em sua música "Freguês da Meia-Noite", na qual faz referência à praça que homenageia o marechal e primeiro diretor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, José Arouche de Toledo Rendon. O militar era dono de boa parte das terras na zona central da cidade e transformou o que hoje é o Largo do Arouche em uma área de exercícios militares

  • Lucas Lima/UOL

    Avenida Tucuruvi

    Em tupi-guarani, "Tucuruvi" quer dizer "gafanhoto verde", que, inclusive, é mascote da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, cuja sede está localizada no bairro, que também leva o mesmo nome. A região era formada, anteriormente, por pastos de gado, nos quais viviam muitos gafanhotos. Outra versão possível para o nome é que ele tenha sido derivado de "Taquaravi", ou seja, taquara verde em tupi, em referência à vegetação local

  • Simon Plestenjak/UOL

    Praça da Sé

    Centro geográfico da capital paulista, "Sé" quer dizer "sede episcopal" e refere-se ao lugar onde o bispo exerce sua jurisdição. A praça se desenvolveu a partir da Igreja Matriz, que deu lugar à atual Catedral Metropolitana de São Paulo. A Arquidiocese de São Paulo foi sendo dividida aos poucos por abranger um território muito grande, e, em 1989, o papa João Paulo 2º decidiu desmembrar a diocese da Sé, descentralizando o poder até então concentrado sob os cuidados do arcebispo Paulo Evaristo Arns

  • Reinaldo Canato/UOL

    Avenida Brigadeiro Luís Antônio

    O nome da avenida é uma homenagem ao brigadeiro Luís António de Sousa Queirós, militar nascido em Portugal. O brigadeiro acabou se tornando um grande negociante de terras em São Paulo, além de proprietário do primeiro navio que saiu do porto de Santos. Também foi responsável por doações para instituições como a Santa Casa e o Jardim Botânico

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