Nove marcos dos gibis para lembrar no Dia do Quadrinho Nacional
Na história mais recente dos quadrinhos, nomes de brasileiros como Marcello Quintanilha, Marcelo D'Salete, Rafael Grampá, Fábio Moon e Gabriel Bá ganham destaque, inclusive em contexto internacional. Porém, antes deles, precursores importantes permitiram ao mercado nacional crescer e aparecer.
-
Primeiro no Brasil
A primeira história em quadrinhos brasileira foi feita pelo italiano Angelo Agostini e publicada pelo jornal Vida Fluminense em 1869. A obra recebeu o título de "As Aventuras de Nhô Quim" e era uma história sequencial, em dois episódios, que mostrava a saga de um jovem caipira de 20 anos em visita a corte do Rio de Janeiro. O Dia do Quadrinho Nacional, aliás, é celebrado, desde 1984, em 30 de janeiro exatamente por ser a data de publicação de Nhô Quim
-
"Tico-Tico"
Também obra de Angelo Agostini, a revista foi lançada em 1905 voltada para o público infantil com uma mistura de quadrinhos, passatempos, contos e mensagens educativos. O sucesso foi grande e a publicação circulou por 54 anos. Antes de "Tico-Tico", porém, o italiano já havia lançado outra obra no Brasil, "As Aventuras de Zé Caipora", em 1883
-
Gibi - a origem do nome
Inicialmente a palavra gibi era usada para se referir a meninos negros, porém perdeu esse sentido conforme ganhou força ao ser associado a revistinhas de histórias em quadrinhos. Tudo começou com a publicação da primeira edição de "Gibi", revista da editora Globo, lançada por Roberto Marinho para competir com a publicação "Mirim", de Adolfo Aizen, em abril de 1939. O nome era uma referência ao menino da capa, que tem sua história contada na terceira edição. A obra trazia uma gama diversa de personagens. Até então, as revistinhas eram chamadas de historietas
-
"O Amigo da Onça"
Publicada pela primeira vez em 1943 como uma charge de página inteira na revista Cruzeiro, as histórias de "O Amigo da Onça" eram repletas de piadas sarcásticas e politicamente incorretas que saíram semanalmente por 17 anos ininterruptos. O criador original da série foi Péricles De Andrade Maranhão, diretamente de Recife, aos 19 anos. Após cometer suicídio no Réveillon de 1961, asfixiado por gás de cozinha e deixando sua última dose de humor sarcástico em um bilhete na porta com os dizeres "por favor, não risquem fósforos", ele foi substituído por Carlos Estêvão por alguns anos e mais tarde, nos anos 90, por Jal & Kipper. Seu tipo de humor foi o embrião que culminou com o surgimento posterior de personagens como os Fradinhos, de Henfil, e dos Skrotinhos, de Angeli. "O Amigo da Onça" tornou-se tão popular que além de expressão popular, virou até máscara de Carnaval
-
Turma da Mônica
A importância da personagem é incontestável. Em 1970, Mônica nº 1 teve uma tiragem de 200 mil exemplares, representando um salto enorme, por exemplo, em comparação a Pato Donald nº 1 com 80 mil exemplares em 1950. Em 2007, a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) elegeu Mônica como sua primeira e única personagem embaixadora por conta de seu papel como grande geradora casual de leitores. "O gibi é a cartilha informal que as crianças têm fora da escola", ponderou o criador Mauricio de Sousa. Em 2008, foi lançada a Turma da Mônica Jovem (TMJ), voltada para adolescentes, e o sucesso foi tão grande que ultrapassou as vendagens de gibis norte-americanos, como Liga da Justiça. O êxito é tanto que Mônica já viajou para mais de 50 países. "Hoje a revista TMJ é a mais vendida no Ocidente. A gente só perde para algumas revistas japonesas", contou o orgulhoso papai Mauricio, ao blog da Saraiva, que afirma ainda abocanhar 85% do mercado de quadrinhos nacional
-
Ziraldo
O pai do Menino Maluquinho, bem como uma série de outros personagens, também contribuiu para a popularização dos gibis no Brasil. Em 1960, ele lançou "A Turma do Pererê", a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um único autor e com uma novidade ainda maior: em cores e produzida totalmente no país!
-
Disney no Brasil
As histórias em quadrinhos no Brasil possuem um histórico intrínseco à presença da Disney no país. O blog da Saraiva destaca que, segundo Paulo Maffia, editor infanto-juvenil e responsável pela publicação da Disney no Brasil, o país era o que mais produzia histórias da Disney. Inclusive, muitos personagens nasceram aqui, como Morcego Vermelho, Biquinho e Afonsinho. Além disso, personagens "importados" foram adaptados ao universo verde e amarelo ganhando novas características e histórias aqui, é o caso de Urtigão, que ganhou todo um universo, casa e companheira e também de Margarida, que passou a ser considerada a frente de seu tempo com sua versão brasileira que a mostrava como uma mulher trabalhadora e independente. Segundo Maffia, os quadrinhos da Disney pararam de ser publicados nos EUA, mas seguem no Brasil como porta de entrada para jovens leitores
-
Personagens de Henfil
Henrique de Souza Filho, o Henfil, começou a trabalhar como cartunista e quadrinista na Revista Alterosa, para a qual criou os personagens Os Fradinhos, que usava para ironizar a educação religiosa. O destaque foi tanto que, em 1970, Os Fradinhos ganharam revista própria. Já a personagem Graúna era analfabeta e sabida, usada para falar dos problemas de desigualdade social, seus companheiros, o bode Orelana e o cangaceiro Zeferino, traziam, igualmente, fortes críticas e posicionamentos políticos, uma marca forte que Henfil, conhecido pela luta contra a ditadura militar, trouxe para os quadrinhos nacionais
-
Personagens de Angeli
É dele a revista "Chiclete com Banana", de 1983, considerada uma das publicações mais importantes de quadrinhos adultos editados no Brasil até hoje. Trabalhou em revistas, jornais e também de forma independente, lançando personagens marcantes, como Benevides Paixão, Mara Tara e Rê Bordosa
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.