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Sete fatos sobre a surpreendente trajetória do ator Paulo Betti

10/09/2018 08h00

O mais novo de 15 filhos, com uma infância vivida em um quilombo de Sorocaba (SP) ao lado do pai, a quem precisava ajudar a internar em um hospital psiquiátrico todo fim de ano: história para contar é o que não falta na vida de Paulo Betti, ator que completa 66 anos nesta segunda-feira (10/9/2018). 


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  • Reprodução/Na Telinha/UOL

    Família

    Os avós de Paulo Betti vieram da Itália para o Brasil, já prometidos um ao outro. O avô trabalhou como meeiro para um fazendeiro negro. Paulo é o caçula da união entre os pais, que tiveram 15 filhos, porém ele ficou sendo o 7º irmão, já que oito filhos do casal morreram antes, alguns logo depois do parto. A mãe era empregada doméstica, e o pai sofria de esquizofrenia. Temporão, Paulo Betti nasceu uma década depois do irmão mais novo, quando a mãe estava com 45 anos, e teve oportunidades que os outros não tiveram, sendo o único a ir para a escola e receber uma educação formal. Na infância, vivida em um quilombo em Sorocaba (SP), ele ajudava a mãe, analfabeta, a passar roupas

  • João Cotta/TV Globo

    O pai

    Desde cedo, Paulo se acostumou a ver Ernesto ser internado no hospício a cada véspera de Natal, com surtos amedrontadores. Conforme o ator explicou para Marília Gabriela, o pai foi deserdado e excluído pela família depois de ter se apaixonado e resolvido viver com a mãe do ator. Isso, segundo ele, teria desencadeado marcas em uma fragilidade já existente, que, a cada fim de ano, se manifestava em um surto. "Ele ficava místico. Afiava facas, facões e machados... Coisas assim. E parava de dormir. Passava um mês sem dormir até que se congestionava e sumia. A gente se preparava para a volta dele, que era uma das coisas mais cruéis. Quando ele voltava, a gente ia à polícia - não tinha outra coisa, era a polícia, então tinha que imobilizar ele e prendê-lo, levar para a cadeia para só depois então conseguir a guia e a vaga para o sanatório. Eu tinha 12 anos e tinha que ajudar a internar o meu pai"

  • Divulgação/TV Globo

    Carreira diversificada

    Paulo é ator, produtor, diretor e apresentador. Iniciou a carreira na atuação em "Como Salvar Meu Casamento", em 1979, na TV Tupi. Como produtor, seu trabalho mais relevante aconteceu em 2005, com o filme "Cafundó", em que também fez uma pequena participação como romeiro. As críticas ao trabalho foram duras, especialmente de parte dos habitantes de Sorocaba, que esperavam ser retratados na filmagem. No Canal Brasil, apresentou o programa "Novos Nomes em Cena", no qual entrevistava jovens atores brasileiros. No cinema, seus personagens mais marcantes foram Carlos Lamarca, em "Zuzu Angel", o Visconde de Mauá, em "Mauá: o Imperador e o Rei", e Getúlio Vargas, em "Chatô, o rei do Brasil". Ele também é fundador e produtor do espaço de apresentações, cursos e produção cultural Casa da Gávea, no Rio de Janeiro

  • Raphael Dias/GShow

    Personagem gay

    Na TV, foram muitos os folhetins dos quais fez parte, entre eles "Tieta", "Sete Pecados", "Malhação" e vários outros, mas foi no horário nobre, em 2014, que surpreendeu o público ao aparecer na novela "Império" como o blogueiro Téo, um personagem debochado, polêmico, malévolo e afeminado. Acusado de interpretar o personagem de forma caricata, o ator recebeu inúmeras críticas do público. "No Brasil, todo mundo entende de futebol e de veadagem. Me inspirei em todos os veados que existem dentro de mim. Porque isso é um fantasma que nos assombra em determinado momento da vida. Quando criança, a ofensa máxima era ser chamado de mariquinha", refletiu o ator ao rebater as críticas em entrevista na Globo News. "Fazer uma bicha louca é um prato cheio. O difícil é encontrar o tom certo, porque tem muito especialista na área, muito entendido", comentou, rindo, ao falar sobre o assunto com o jornal Extra

  • Divulgação/Mauro Khouri

    Monólogo

    Em 2016, Paulo resolveu encenar sua autobiografia no teatro para dar voz à sua história. Cheio de responsabilidades com os avós, pais e irmãos e sendo o único a saber ler e escrever, o ator, desde muito jovem, foi fazendo anotações de tudo o que se passava ao seu redor. Ao todo, foram 30 anos de impressões e pensamentos que se tornaram material para que ele pudesse criar o texto da peça. A família esteve presente em todo o processo. Enquanto Juliana, filha dele com Eliane Giardini, assumiu o cargo de assistente de direção, a então esposa Mana ficou responsável pela cenografia, e o cunhado Pedro Bernardes, pela trilha sonora

  • TV Globo/Blenda Gomes/AgNews/Divulgação

    Ex-mulheres

    Entre 1973 e 1997, foi casado com a atriz Eliane Giardini (esq.), com quem teve duas filhas, Juliana e Mariana. Em 2001, foi a vez de trocar alianças com Maria Ribeiro (centro), com quem tem o filho João. Em 2013, ele se uniu a Mana Bernardes, que foi justamente quem o apresentou para a atual namorada, Dadá Coelho (dir.), depois que se separaram. Paulo e Dadá estão juntos desde agosto de 2016. As mulheres que marcaram a vida de Paulo costumam aparecer juntas com ele e entre si, trocando elogios nas redes sociais e mostrando que são uma grande família. Embora sempre discreto em sua vida pessoal, o ator acabou sendo alvo de polêmica por conta de sua relação com Maria Ribeiro devido à diferença de idade entre eles, uma vez que o ator é 24 anos mais velho que a ex. "Me apaixonei perdidamente, e a paixão era mais forte que o medo de sofrer algum preconceito. Aí, a gente foi em frente. Paulo sofreu porque tinha bastante vergonha pela situação. Se pudesse, ele não teria escolhido se apaixonar por mim. Era um mico um cara de 40 anos com uma garota de 20", desabafou a atriz em entrevista à revista Quem

  • Lenise Pinheiro/UOL

    Propaganda e inovação

    Durante a turnê com sua peça autobiográfica, o ator resolveu aproveitar o público para já divulgar outro trabalho, o filme "A Fera na Selva". Em entrevista ao blog de Heloisa Tolipan, em 2017, ele explicou a estratégia: "Eu uso a viagem da peça para fazer a divulgação do filme. Durante o espetáculo, eu recolho os e-mails da plateia, uma média de 300 por cidade, e eu mando o roteiro e a adaptação. Está muito complicado e difícil trabalhar. Nós estamos passando por um momento tenebroso. O Ministério da Cultura está fechado e a classe artística está vivendo tempos bem problemáticos. Aqui no Rio, principalmente, nós temos diversos teatros fechando. Eu acho que esse é um momento para a gente não reclamar e produzir muito mais material artístico. Eu acho que não temos nem direito a isso. A vida é uma só. Se a situação está ruim, não temos que fraquejar. Pelo contrário, precisamos lutar ainda mais"

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