Piscina de ondas: projeto quer colocar Búzios na rota do circuito de surfe

A Brasil Surfe Clube (BSC) pretende inaugurar, no ano que vem, o que classifica como "a maior piscina de ondas do Hemisfério Sul" e colocar Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, na rota do circuito de surfe. O projeto tem os surfistas Yago Dora, Michelle Des Bouillons e Victor Bernardo como embaixadores.
Construção
Segundo a BSC, a piscina terá 14 mil m2 de área total. Destas, 10,1 mil m2 será de superfície de água. A promessa é de 400 a 700 ondas por hora, com duração de até 25 segundos e uma altura de 2,1 metros.
A ideia inicial é que o clube possa servir de local de treino e "backup" para a etapa de Saquarema da WSL. A cidade, 81 km distante de Búzios, recebe etapas do Circuito Mundial de Surfe desde 2017 e, recentemente, anunciou a renovação de contrato até 2028.
O que temos é a intenção é de conversar com a WSL para, a princípio, sermos uma espécie de 'backup' da etapa. Oferecer o local para uma parceria para treinamentos. Uma das vantagens da piscina é essa previsibilidade. Então, poderíamos deixar à disposição.
Ricardo Siqueira, um dos idealizadores da BSC
O UOL apurou que ainda não existe negociação da WSL com BSC para parceria ou treinamento durante a etapa de Saquarema. A entidade se mostrou entusiasta da expansão do surfe por meio das mais diversas formas de prática da modalidade, incluindo piscinas de onda, mas, atualmente, a única tecnologia homologada para receber etapas do WSL Championship Tour é a do Surf Ranch, em Lemoore (EUA), e do Surf Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Ricardo indicou ainda a intenção de que o BSC, que contará com quatro piscinas até 2029, possa integrar um circuito nacional. "Envolveria outras piscinas e também outros parceiros, mas acho super viável".
A Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) já tem uma parceria para treinos em piscina de ondas para as várias equipes, times e categorias. A entidade desenha projetos para competições neste modelo.
A piscina em Búzios terá uma tecnologia pneumática. As ondas vão ser formadas a partir do funcionamento de câmaras de ar. "É a tecnologia que faz a piscina mais se assemelhar ao mar em termos de onda. Vai jogando ar e energia, e a onda vai seguindo. E uma das vantagens da piscina pneumática é que como os equipamentos não ficam debaixo d'água, você consegue ter uma adaptação de avanço de tecnologia mais fácil, porque você mexe tudo por fora", explicou Ricardo.
"Podemos programar e customizar vários tipos de onda. Então, pode-se fazer um campeonato clássico em um ambiente mais controlado, com começo, meio e fim. Fora o custo operacional e logística, que ajuda os atletas", afirma Bruno Cremona, diretor de Marketing na BSC.