Corinthians de 'férias' tem força-tarefa para evitar bloqueios judiciais

O Corinthians está de férias dos gramados, mas faz uma força-tarefa administrativa para evitar bloqueios judiciais aos seus cofres.
O que aconteceu
O departamento jurídico do Corinthians trabalha para impedir bloqueios em conta quase que diariamente. Nesta semana, o clube precisou solicitar dois desbloqueios — um de R$ 9 milhões, na terça-feira, e outro de aproximadamente R$ 420 mil, no dia seguinte.
O principal argumento usado pelo Timão é o processo de Regime Centralizado de Execuções (RCE). A ferramenta jurídica cria uma "fila de credores", organizando a ordem de todos os débitos e evitando que bloqueios isolados prejudiquem o fluxo de caixa do clube.
Em abril, a Justiça de São Paulo ratificou o RCE, permitindo que o clube se beneficie da Lei da SAF para quitar as dívidas. No entanto, o projeto que começou na gestão Augusto Melo precisa ser readequado para seguir até a homologação.
Em petição enviada ao tribunal, o Corinthians prometeu disponibilizar documentos contábeis que não haviam sido fornecidos pela diretoria anterior. A informação foi divulgada pela ESPN e confirmada pelo UOL.
Clube mais endividado no Brasil
O Corinthians é o clube mais endividado do Brasil, segundo números de 2024 compilados pelo relatório da consultoria Convocados — produzido pelo economista Cesar Grafietti. O endividamento está na casa dos R$ 2,3 bilhões, ligeiramente maior do que o Atlético-MG, segundo colocado.
Desde que a gestão interina assumiu, Osmar Stabile "abriu as contas" e revelou que a situação financeira do clube é muito delicada. Augusto Melo foi afastado da presidência, em 26 de maio, afirmando que havia reserva financeira suficiente para cumprir com os compromissos a curto prazo. No entanto, o quadro não se concretizou.
Foram informadas questões que nosso caixa estava em ordem, com dinheiro, tudo sob controle, e isso não é verdade. Nossa situação financeira é delicada, temos compromissos enormes para serem cumpridos.
Osmar Stabile, em coletiva de imprensa
A esperança da diretoria para ter um respiro financeiro até o fim do ano é vender pelo menos um jogador na próxima janela. O nome mais provável de ser negociado é o do meio-campista Breno Bidon.