Topo

Filipe Luís vê brasileiros no mesmo nível do 'segundo escalão europeu'

Filipe Luís, técnico do Flamengo, durante jogo contra o Chelsea no Mundial - Lee Smith/REUTERS
Filipe Luís, técnico do Flamengo, durante jogo contra o Chelsea no Mundial Imagem: Lee Smith/REUTERS
do UOL

Do UOL, em São Paulo

20/06/2025 18h18

Filipe Luís, técnico do Flamengo, avaliou que os clubes brasileiros estão no mesmo nível das equipes do segundo escalão europeu após a vitória rubro-negra sobre o Chelsea por 3 a 1, hoje. Na visão do treinador, há um "grupinho" acima.

Existe uma elite no futebol que tem 8 ou 10 clubes e eles são muito superiores. Tirando essa elite, os brasileiros estão no mesmo nível desse segundo escalão europeu por como competimos, entendemos o jogo, pela adaptação às circunstâncias climáticas e de campo... É evidente que essa elite é superior a nós, mas dentro de campo qualquer um pode ganhar. Filipe Luís

O treinador do Flamengo não escondeu sua surpresa com o bom desempenho dos sul-americanos neste Mundial e citou a dificuldade de jogar uma Libertadores.

Eu estou surpreso porque sei a qualidade dos times europeus, principalmente da elite, que tem 10 ou 12 clubes. Estou surpreso que houve esses resultados. Os clubes da América do Sul são muito competitivos e sabemos a dificuldade que é a Libertadores e nem sempre o melhor ganha. Às vezes, tem várias diferenças como grama e altitude e temos de adaptar o nosso jogo. Filipe Luís

O que mais ele disse?

Noite sem dormir. "Falei ao Maresca que passei noites sem dormir assistindo o time dele jogar. É o time mais perfeito taticamente na Europa. Ele tem sempre soluções para os jogadores e eles entendem bem o tipo de jogo. É muito difícil jogar contra eles. Isso torna nossa vitória gigantesca."

Mudanças no time. "Tenho todos à disposição e escolho os que acredito que são os melhores para o duelo contra o rival que vem pela frente, depende do que o jogo pede. Tenho informações no dia a dia dos treinos de como estão os detalhes para os jogos. Eu já tinha decidido que o Danilo ia jogar e estava em dúvida entre os Léos, mas optei pelo Pereira, que vive grande fase. Nem sempre acerto, mas as convicções têm de ser seguidas."

Bruno Henrique. "O Bruno é um jogador enorme, que todos nós sabemos que cresce em jogos grande. Pensei muito em começar o jogo com ele hoje porque vem pressionando e correndo muito, segurar bem a bola no ataque. Muitas vezes outro companheiro joga melhor simplesmente por ele estar em campo. Sempre foi e vai ser importante. Tem todas as valências que eu prezo em um jogador de elite. Não tenho dúvidas de que ele entraria e melhoraria o nosso ataque. O Chelsea estava mais com a bola, nossa pressão ficou atrasada, mas ele nos deu esse avança."

Wallace Yan. "Eu e ele nos conhecemos desde o sub-20, foi meu 9 no Mundial sub-20. Ele tem uma paixão e vontade de vencer imensa. Ele compete muito. Ele entra em todo jogo como se estivesse jogando uma pelada. Além de tudo, tem estrela. Se colocar ele no campo, ele vai causar um furor na defesa adversária."

Erro dos brasileiros. "No Brasil sempre comparamos: 'o Palmeiras ganhou do Porto, o Flamengo tem de ganhar também'... Sempre estamos comparando com os outros e para mim é um grande erro. O europeu não faz isso. Eles pensam neles, montam o time deles e pensam em ganhar os campeonatos deles, não perdem tempo com coisas que não nos levam a nada. Fazer um grande Mundial é importante para o Brasil, estamos passando por um momento de mudança. Precisamos evoluir"

Cópia de Jorge Jesus. "Ele [Jorge Jesus] me ensinou muito. Taticamente, na defesa, ele me mostrou uma maneira diferente de ver o jogo, de ganhar terreno, pressionar alto. Eu tento copiar. Quando eu vejo algo bom, tento fazer o mesmo no meu time."

Orgulho do futebol brasileiro? "Todos os clubes brasileiros que estão aqui não estão pensando em reivindicar o bom futebol brasileiro, estamos aqui porque queremos ganhar. Se ajudar o futebol brasileiro, melhor, mas não penso em vir aqui para deixar o torcedor dos outros clubes feliz."

Melhor feito no jogo. "Essa é a parte mais legal para um treinador: fazer as mexidas que dão resultado. Isso me deixa muito feliz, mas o que mais me deixa orgulhoso é o que o Wesley cometeu um erro em algo que pedi para ele fazer, pedi não só para ele, mas todos os defensores e meias para controlar as bolas longas. Ele cometeu um erro e continuou jogando. Nada me deixa mais feliz que isso: pessoas que erram e que seguem jogando como se fosse um amistoso. É minha melhor conquista hoje."