Ana Cristina celebra pontos e liderança na seleção: 'Experiência a mais'

A campanha brasileira na primeira semana da Liga das Nações de vôlei feminino teve um destaque: Ana Cristina. Maior pontuadora da equipe nas quatro partidas realizadas no Maracanãzinho, a ponteira se tornou uma das líderes do time, que atravessa uma renovação e teve desfalques de peso, e recebeu elogios do técnico José Roberto Guimarães.
Acho que existe uma Ana antes da VNL e depois da VNL, mas não só antes da VNL, mas antes e depois do primeiro jogo, antes e depois do segundo jogo... A cada dia eu tento tirar o melhor de mim. Realmente, saio dessa VNL com uma experiência a mais.
Ana Cristina
A camisa 12 fez 16 pontos na vitória por 3 sets a 0 sobre a República Tcheca e 20 no triunfo sobre os Estados Unidos, com o mesmo placar. Foram 21 pontos no 3 sets a 2 sobre a Alemanha e 16 na derrota por 3 a 0 para a Itália — Egonu, eleita a melhor do mundo em 2024, fez 14 e foi a segunda maior pontuadora da partida.
Acho que estou sendo uma das bolas de confiança das levantadoras, do time, mas, ao mesmo tempo, tento não apenas ajudar fazendo pontos, mas também sendo uma das líderes, por já ser uma das mais experientes. Tem sido bem legal a experiência de estar aqui, jogando em casa, com esse grupo maravilhoso, com cada uma das meninas. Dá para ver o quanto temos nos esforçado e o quanto queremos estar aqui. Saio daqui um pouco mais experiente, um pouco mais feliz e orgulhosa da seleção como um todo.
Apesar de ter apenas 21 anos, Ana está no terceiro ciclo olímpico. Medalhista de prata em Tóquio — quando tinha apenas 17 anos — e de bronze em Paris, ela assumiu o papel de veterana em um momento que o Brasil teve ausências de Gabi e Rosamaria.
Faz um tempo que eu não me sinto com a minha idade quando estou em quadra. Procuro, independentemente de idade... Acho que sempre foi um pouco assim, de gostar de ajudar, de ter um pouquinho dessa liderança. Hoje, mais efetivamente, estou conseguindo colocar isso em quadra. Mesmo com as meninas da minha idade ou um pouco mais velhas, me sinto confortável pra fazer isso. Já estive no papel de escutar as mais experientes, e hoje me sinto à vontade em também poder conversar com as meninas.
José Roberto Guimarães enalteceu as características de jogo da ponteira e salientou o amadurecimento que ela demonstra, apontando que a atleta tem um perfil de liderança.
"Precisamos de uma jogadora como ela, que é um desafogo nas bolas altas (...). Ela é o tipo de jogadora que encara a situação. Ela dá uma opção muito grande, um desafogo. Ela acrescenta muito no time, fica mais seguro, mais encorpado com esse tipo de jogadora. Uma coisa boa dela é que confia muito nela. Acho que esses anos jogando fora deram essa vantagem para ela. Tem evoluído bastante, mostrado esse amadurecimento. Tem esse perfil também [de capitã]".