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CBF deixa Jorge Jesus sem satisfação e decepcionado ao fechar com Ancelotti

do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/05/2025 05h30

O alívio da CBF pelo acerto com Carlo Ancelotti teve um outro lado. Na perspectiva de Jorge Jesus, o sentimento foi de frustração diante do desfecho sem acordo para que ele comandasse a seleção brasileira.

Por mais que o português já estivesse desempregado e livre no mercado após a saída do Al-Hilal, a opção do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi esticar a corda ao máximo para ter o italiano do Real Madrid. E olha que até aliados aconselharam Ednaldo a tomar uma decisão mais rápida.

Mesmo na reta final da negociação com Ancelotti, Ednaldo ainda mantinha contato com Jesus.

O UOL apurou que o presidente da CBF falou diretamente com Jorge Jesus pela última vez na quinta-feira passada.

O dirigente ainda nutria alguma esperança no português de que o acordo pudesse avançar.

Mas, até o momento, não houve contato posterior ou qualquer satisfação da CBF. Jorge Jesus não escondeu a frustração a pessoas próximas.

Ele já tinha feito movimentos nos bastidores para deixar claro que queria treinar o Brasil.

Também sinalizou que não haveria qualquer problema em lidar eventualmente com Neymar na seleção — apesar da despedida conturbada entre os dois no Al-Hilal.

A favor do Mister tinha o anterior descasamento de datas entre Ancelotti e a CBF. Mas isso foi sendo resolvido aos poucos, até o acerto de que o italiano chegará ao Brasil no dia 26, mas já discutirá nesta semana a pré-lista de convocados a ser enviada no domingo.

Jesus chegou a estar na dianteira da possibilidades da CBF depois da demissão de Dorival porque parecia o nome mais viável.

Só que ele não conseguiria vir de imediato, ao fim de março. O mês de maio poderia ser viável — antes ainda do Super Mundial de Clubes.

Com o degringolar das chances de título do Real Madrid, Ednaldo colocou na balança não só o sonho de ter Ancelotti (desde dezembro de 2022) e também a preocupação de que ainda houvesse alguma rusga entre Jesus e Neymar (pai e filho).

O Mister não escalou intermediários na conversa com a CBF. Queria que as coisas fossem tratadas com ele e, no máximo, com o filho, Mauro, que é empresário.

Na outra ponta — a que deu certo —, Diego Fernandes tratava com Ancelotti.

Homem de operações financeiras e investimentos, com entrada no gabinete de Ednaldo, Diego estava na Espanha e foi flagrado em pelo menos duas partidas do Real Madrid no último mês.

A proposta formal para Ancelotti se concretizou. Para Jorge Jesus, por mais que ele quisesse, isso nunca aconteceu.

O português de 70 anos viu as portas da seleção brasileira se fecharem mais uma vez. Agora, está à espera de um novo lugar para trabalhar.

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