Corinthians: interino vê vestiário 'mais fácil de lidar' do que com sub-20
Orlando Ribeiro, técnico interino do Corinthians, avaliou como foi comandar a equipe profissional na vitória contra o Sport, hoje, pelo Brasileirão. Experiente na base e no sub-20, ele viu a missão de liderar um vestiário cheio de estrelas como "mais fácil" do que lidar com os garotos e explicou o motivo.
Foi tranquilo. Vejo que com os meninos é mais difícil para eles entenderem algumas situações porque eles não têm a vivência que esses atletas têm. Além de passarmos alguma coisa do que já vivenciamos, eles precisam fazer para ver o que dá certo. Eles duvidam do que a gente fala. Quando se trabalha com os profissionais, fica mais fácil do que com o sub-20. Não que os meninos não tenham qualidade, mas a idade faz com que eles paguem para ver. Temos de ter mais paciência. Orlando Ribeiro, em entrevista coletiva
Orlando Ribeiro revelou que o elenco fez um treino andando na manhã de hoje. Atrapalhado pela chuva ontem, o grupo não havia feito nenhuma atividade em campo e, por isso, precisou de um treinamento logo cedo para ajustes pontuais.
Acompanho os jogos do Corinthians. Estamos integrados. Na maior parte do jogo, foi entendimento dos detalhes que pedimos e a realização dos atletas em campo. Não tivemos treinamento. Mérito deles [...] Quanto mais simples a gente deixasse o jogo, era melhor. Tivemos pouco tempo de trabalho, só através de vídeo, ontem choveu, não fomos para o campo. Fizemos algo andando pela manhã em campo. Demos um pequeno detalhe de uma situação ou outra. Orlando Ribeiro
O que mais ele disse?
Elenco arrasado com demissão? "Não encontrei terra arrasada, atletas cabisbaixos. Encontramos algumas dificuldades de uma equipe grande que não vinha vencendo. Dissemos para continuarem acreditando, ninguém desistiu ou estava cabisbaixo de uma forma que não se pudesse recuperar."
Ataque móvel. "Procuramos pedir para eles se movimentarem mais no ataque. Imaginávamos que o Sport viria fechado. Se não viessem, tentaríamos levar eles a isso. Quando você joga com um time com linhas baixas, se precisa de mais movimentações. Deu certo porque eles se movimentaram bem, receberam os passes, e as chances de gol apareceram no primeiro tempo."
Resposta rápida no segundo tempo. "O time assimilou bem o golpe, conversamos no intervalo para continuar tendo pressão. Abaixamos um pouco o meio de campo depois de 20 ou 30 minutos, que foi quando o Sport se aproveitou. Eles entenderam que precisavam continuar pressionando. O gol logo na saída é importante. No sub-20, sempre pedimos para saírem com a bola para frente. Já é alguma coisa que posso levar de volta para lá: saímos para frente e fizemos o gol. Não foi um pedido meu no profissional."
Criação sem um meia-armador. "Pedimos por vídeo e hoje no posicionamento andando em campo para que chegássemos à lateral da área para finalizar. Acredito que chegaram bastante. Foi mais o entendimento e a inteligência deles que fez com que tivéssemos várias chances de gol. Um pequeno detalhe que eles levaram para o campo e, em termos, deu certo. Faltou só um pouco mais de capricho."
Saída curta entre zagueiros. "Deixei eles mais à vontade, decidirem o que fazer. Precisa de tempo para ajustar bem, não é só troca de passes entre zagueiros e laterais que se consegue conectar o meio com o ataque, precisa de tempo e treinos. Falei para eles antes e no intervalo do jogo que a única coisa que eles precisariam é serem mais rápidos para não dar tempo do Sport pressionar."
Saídas de Bidon e Carrillo. "Foi por estratégia. Acho que deu certo. Mantivemos o resultado, sabíamos que iam pressionais mais. Não foram por questões físicas. Achamos que precisávamos de uma situação diferente do Bidon. Conheço ele desde o sub-17. Hoje, acredito que tecnicamente ele não se apresentou tão bem, pode muito mais. O Carrillo foi por característica de volantes. Temos uns que marcam mais e outros menos. Naquele momento, precisávamos de uns que marcassem mais."
O que faltou no primeiro tempo? "Tivemos várias oportunidades antes de levarmos o gol, mas acredito que era a ansiedade. Eles falaram isso no vestiário. Ficou faltando isso."
Base com três relacionados. "Isso é bom porque eles vão tendo esperanças de chegar no profissional. O Corinthians é uma integração. Sempre que o time precisar, eles vão estar à disposição. Trouxemos porque tínhamos jogadores suspensos e só o Maná na direita. Poderíamos usar o Charles, mas ter um especialista na posição e dar a oportunidade para um menino [Caipira] ser convocado, é válido. O Dieguinho... A função que estava faltando no segundo tempo eu já sabia que ele poderia fazer. Isso vai dando confiança para eles."
Sonha com profissional? "Tudo tem a sua hora. Minha característica até aqui é a base, mas é um projeto de vida chegar aos profissionais, mas temos de chegar quando tiver a oportunidade. Não podemos ter pressa e eu não sou uma pessoa que tem pressa. Eu parei de jogar muito tarde, por isso achei melhor fazer da maneira que venho fazendo. Desde escola franqueadas até a base. Vamos chegando aos poucos aos profissionais. Não tive nenhuma situação em que um time profissional me chamasse atenção para ir. Já que você não tem um projeto muito vantajoso e que ache que vale aceitar, é melhor continuar como está. É um projeto, mas não tem limites. Enquanto tiver saúde e energia, vou trabalhar para isso."
Vivência no profissional. "É gratificante sentir a energia. Tivemos uma Copinha onde o torcedor prestigiou muito. Não foram 40 mil, mas foram muitos. Não posso dizer que estou acostumado, mas sabia dessa energia. Não é a primeira vez que assumo um time profissional, mas é especial. Eu já tinha vindo como adversário na Arena um tempo atrás e sabíamos da força da torcida."