Ronaldo cita 'portas fechadas' e retira candidatura à presidência da CBF
Ronaldo Fenômeno anunciou que está desistindo de disputar a presidência da CBF. Em post no Instagram, o ex-camisa 9 da seleção brasileira cita que as federações se recusaram a recebê-lo e indicaram apoio à reeleição de Ednaldo Rodrigues, atual presidente da entidade. A desistência confirma o cenário apontado pelo UOL de ampla rejeição ao Fenômeno.
O que aconteceu
Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção Ronaldo Fenômeno, no Instagram
O ex-jogador afirma que tentou contato com 27 federações, mas encontrou 23 "portas fechadas". "As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição", diz Ronaldo em seu comunicado.
E as outras quatro federações não citadas por ele? Ronaldo chegou a ter reunião com a Federação Paulista. Outras três nem chegaram a responder ao Fenômeno: Amapá, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, segundo o UOL apurou.
No Rio, Rubens Lopes é um dos atuais vices da CBF e está com boa relação na casa. No Amapá, Roberto Góes é o presidente e vive a mesma situação.
Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião Ronaldo
Ronaldo reclama que não conseguiu apresentar seu projeto e ideias para os presidentes de federações. "Não houve qualquer diálogo. O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer", diz o ex-jogador na publicação.
Ronaldo encerra o post agradecendo às pessoas que demonstraram interesse em sua candidatura. No Instagram, seguidores do ex-camisa 9 lamentaram a decisão e criticaram as federações e a CBF.
Para registrar a candidatura à CBF, Ronaldo precisava de pelo menos quatro federações e quatro clubes.
Na votação, em si, o voto das federações tem peso três. Clubes da Série A, peso dois. Da Série B, peso um. Com isso, as federações sozinhas conseguem eleger um presidente, caso votem todas juntas.
Confira a íntegra da publicação de Ronaldo
Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.
Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.
No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.
O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.
Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união.