Calor no Rio Open atrasa jogos e faz tenistas treinarem sem camisa
O forte calor que atinge o Rio de Janeiro — passando dos 40°C em algumas regiões — também tem causado reflexos no Rio Open. Os jogos iniciais têm sido atrasados propositalmente em função da situação e tenistas têm treinado sem camisa.
O que aconteceu
As primeiras partidas do dia no Rio Open têm sido marcadas, inicialmente, para às 16h30. Porém, por causa do sol escaldante, a organização tem remarcado o início delas alguns minutos depois.
Durante os treinos, muitos tenistas têm feito as atividades sem camisa numa tentativa de amenizar o calor. Um deles foi o brasileiro Marcelo Demoliner, que é natural de Caxias do Sul (RS). A hidratação com água e repositores energéticos também tem sido feita de forma abundante e por orientação dos treinadores.
Apesar das altas temperaturas, o Rio Open, até o momento, não pretende paralisar os jogos. Esta prática aconteceu em alguns torneios pelo mundo, como no Australian Open, por exemplo.
A tendência é a de que o Rio de Janeiro permaneça por até três dias consecutivos no nível 4 de calor, quando os índices variam entre 40°C e 44°C.
Dentre os principais efeitos provocados pelo calor estão a queda na velocidade e força, fadiga precoce, cãibras e mal estar. Além disso, ao atingir uma temperatura extrema, o atleta pode apresentar uma confusão mental que é capaz de provocar danos neurológicos.
A exposição excessiva ao sol altera a parte cognitiva do atleta. Ele pode apresentar confusões na atenção, concentração e capacidade de tomada de decisões. Além dos músculos, que estão em maior risco, porque o organismo prioriza outras áreas do corpo, como diminuir a circulação interna nos órgãos, o que acarreta em desidratação. Ocorre também uma redução na capacidade do corpo em manter a força e a flexibilidade
Flávia Magalhães, médica especialista em gestão de saúde e performance de atletas
Rio Open coloca pontos de hidratação
O Rio Open colocou pontos de hidratação para o público espalhados pelo complexo. Há também dezenas de ventiladores com jatos d'água. Já os setores vips e alguns dos stands de patrocinadores são climatizados.
A ação, porém, é obrigatória por lei no Rio de Janeiro desde 2023, quando uma jovem morreu desidratada no show da cantora Taylor Swift, no Nilton Santos.
A lei determina que empresas organizadoras de eventos de grande porte devem disponibilizar pontos de hidratação gratuitos. Ela também permite a entrada do público com garrafas d'água lacradas.
Os pontos de hidratação do Rio Open têm funcionado. Os torcedores têm conseguido abastecer seus copos e garrafas de forma tranquila: "Está perfeito. Está conseguindo amenizar o calor e a água está geladinha", disse uma frequentadora.