Técnico explica plano para Rebeca e cita motivação no ciclo para LA-2028

Técnico da seleção brasileira de ginástica artística, Francisco Porath falou sobre o planejamento de Rebeca Andrade neste começo de ciclo para Los Angeles-2028. Xico, como é conhecido, se tornou peça-chave nesta nova fase da ginasta, e não à toa foi citado por ela em dezembro do ano passado, quando questionada sobre o que a fez renovar com o Flamengo depois de deixar no ar a possibilidade de aposentadoria, ainda em Paris-2024.
A conversa foi assim: 'descansa, tenha o seu tempo, faça as suas coisas'. Sempre damos muitos 'não', e acho que essa é a hora de dizer 'sim', dela montar a agenda dela, ter o retorno, as viagens que ela queria fazer. Temos o CT para elaborar o planejamento para que ela não fique sem fisioterapia, sem preparação física, para que não perca tanta performance. E ela se sentiu à vontade para ter esse tempo e voltar aos poucos. Ela está no ginásio e está feliz, era isso que ela queria.
Francisco Porath
Principal nome da ginástica brasileira, Rebeca Andrade deve retornar às competições apenas no segundo semestre — após um trabalho de "fortalecimento do corpo", como classificou Xico. A partir daí, a tendência é de uma análise dos compromissos ano a ano até 2028, mas o treinador ressalta a empolgação da atleta em poder contribuir para colocar a equipe do Brasil novamente nos Jogos Olímpicos.
Temos um tempo para recuperá-la dessas dores antigas, crônicas do dia a dia. Ela topou enfrentar esses tratamentos e está se sentindo bem. Ano após ano é o que planejamos. Esse ano [2025] mais tranquilo, no outro ano já começa a classificação olímpica. Ela também quer que a classificação olímpica aconteça novamente, para levar uma equipe inteira. Ela sabe a contribuição que tem na equipe. Acredito que, para que outras pessoas desfrutem das Olimpíadas, ela vai até Los Angeles. Para classificar uma equipe toda, a contribuição dela será importante e acho que isso motiva.
Francisco Porath
Inicialmente, Rebeca volta às arenas em setembro, no Campeonato Brasileiro, pelo Flamengo. "Séries mais simples, um, dois aparelhos. Não temos a preocupação em si da preparação. Não precisamos fazer competições preparatórias para a Rebeca competir, talvez, um Mundial. Vai depender muito de como vai caminhar".
A brasileira, em Paris-2024, bateu recorde de finais, com cinco disputas por medalhas das seis possíveis. A ausência foi nas barras assimétricas, algo que se torna um combustível nas próximas temporadas.
"Temos muitos sonhos e expectativas, mas confesso que, como treinador, sempre montamos séries possíveis para que a Rebeca possa fazer e consigamos aumentar a nota de partida em 0.20, 0.30 no máximo. O primeiro foco é voltar, porque a série dela é competitiva. Daí, talvez, acrescentar, ligar alguns elementos. Ela fazendo uma execução excelente, com essa série mesmo, acho que já tirou 15.100. É ver também o custo físico. Quanto vai custar fazer uma série nova, elementos novos? Vamos sentar e conversar. Ela, realmente, quer e domina, pode fazer vários exercícios, mas vamos ver, primeiramente, como está o corpo", afirmou.