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Ex-Santos morou em casa de acusado de tráfico e lavagem de dinheiro do PCC

Diogo Vitor assinou contrato com o Cruzeiro em 2021; sua transferência é investigada por suspeita de lavagem de dinheiro - Reprodução/Instagram/diogovitor40
Diogo Vitor assinou contrato com o Cruzeiro em 2021; sua transferência é investigada por suspeita de lavagem de dinheiro Imagem: Reprodução/Instagram/diogovitor40
do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/02/2025 10h58

O meia-atacante Diogo Vitor, ex-promessa das categorias de base do Santos, morou na casa do agente William Barile Agati em 2023 enquanto buscava por um novo clube após ter uma série de decepções na carreira. O empresário foi preso recentemente pela PF acusado de tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro do PCC na transferência do jogador ao Cruzeiro, em 2021, conforme revelado pela revista Piauí.

O que aconteceu

Diogo Vitor passou mais de três meses na casa de William Barile em Alphaville, região metropolitana de São Paulo, há quase dois anos. O jogador havia decidido sair do ASA e ligou para o empresário, que era seu ex-agente na época, pedindo por ajuda para achar um novo time.

Willian estava reticente em voltar a gerir a carreira do meia-ofensivo, que já havia se envolvido em polêmicas anteriores. Diogo já havia sido flagrado no exame antidoping por uso de cocaína em 2018, quando sua carreira começou a desandar. O empresário, que não é do ramo do futebol, aceitou e ditou seus termos, exigindo que o atleta retomasse a forma física. O jogador emagreceu e fechou com o Maringá, mas não durou nem três meses na equipe.

diogo - Reprodução/ Revista Piauí - Reprodução/ Revista Piauí
Diogo Vitor e o empresário William Barile Agati, preso pela PF
Imagem: Reprodução/ Revista Piauí

O agente foi preso no final de janeiro, acusado de lavar R$ 3 milhões do PCC na negociação de Diogo Vitor ao Cruzeiro no início de 2021, segundo a Piauí. Em movimentação estranha, William pagou R$ 3 milhões ao clube mineiro e recebeu cerca de R$ 1,5 milhão de volta, sendo que a outra metade ficou como "crédito". Segundo o MPF, o objetivo do empresário não era lucrar, e sim lavar dinheiro do tráfico de cocaína.

A PF estima que William Barile Agati traficou cerca de duas toneladas de cocaína para a Europa, segundo publicado pela revista. As drogas eram fornecidas por Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, um dos maiores narcotraficantes do Brasil. A Piauí revelou que o empresário tem vínculos estreitos com o PCC e que atuou para resgatar Fuminho de prisão em Moçambique.

Presidente do Cruzeiro na época da transferência, o advogado Sérgio Santos Rodrigues disse à Piauí que Diogo Vitor foi cedido de graça ao clube. Ele afirmou que as transferências bancárias entre o clube e o empresário se devem a um contrato de empréstimo feito por William, mas sem relação com o jogador. "Não houve compra de passe, não. Foi pedido uma oportunidade para o Diogo tentar voltar a jogar", declarou.

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