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Incêndio do Ninho: Flamengo tem aproximação com famílias e homenagens

do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/02/2025 12h00

O Flamengo realizou homenagens para os jovens que morreram do Ninho do Urubu seis anos após a tragédia.

Clube e torcida se uniram para lembrar a memória dos 10 adolescentes que perderam a vida em 8 de fevereiro de 2019 em um dia que começou com uma reaproximação com as famílias no CT.

O que aconteceu

O Fla recebeu as famílias no Ninho pela primeira vez desde 2022. Na capela que fica próximo ao local onde os contêineres estavam, dirigentes, familiares e o técnico Filipe Luís fizeram um culto ecumênico para lembrar a data. O tratamento, visto como novidade desde a tragédia, foi bastante elogiado a pessoas próximas, que criticavam a forma como Rodolfo Landim lidava com o tema.

Muitas famílias não moram no Rio de Janeiro e duas estiveram presentes no Ninho. Os pais de Bernardo Pisetta e Cristian Esmério, os últimos a fazerem acordo com o Flamengo, foram presencialmente. A cerimônia foi transmitida online para os outros.

No Fla-Flu, mais homenagens. Os jogadores entraram em campo com um patch que dizia "nossos 10". Filipe Luís e Léo Pereira falaram sobre o tema após o clássico.

É um dia triste. Sabemos do sonho que esses meninos e famílias tinham. Já tivemos a idade deles e tenho comigo que eles dariam de tudo para estar no Maracanã hoje vestindo o manto e representando suas famílias. Hoje jogamos por nós e por eles. Léo Pereira

É uma data que temos que lembrar. Eu jamais vou esquecer. Não estava aqui, mas sinto a presença desses meninos no Ninho. Hoje de manhã falei com dois pais, do Bernardo e do Cristian, e há uma conexão. É importante que eles sejam lembrados. É importante saber que o clube lembra desse assunto. Não podemos esquecer. Os meninos vieram aqui atrás de um sonho e não saíram. É muito triste. A torcida sempre lembra e é importante. Filipe Luís

A torcida foi quem promoveu mais ações. O canto especial para os garotos do Ninho foi entoado antes de a bola rolar e também no minuto 10. Bandeirões com os rostos de cada um dos meninos também foram hasteados durante toda a partida.

O Flamengo da Gente, movimento de torcedores, fez novamente uma panfletagem com reivindicações. Eles pedem acolhimento das famílias, instituir o dia 8 de fevereiro como "Dia da memória rubro-negra" sem jogos oficiais, um memorial no Ninho do Urubu e também no museu da Gávea, apuração interna de responsáveis, colaboração com o poder público e acordo judicial com o vigia Benedito Ferreira.

Para que o Flamengo possa avançar, agora que a nova diretoria parece mais sensível à questão das famílias e da memória. Fizeram um acordo com a última família, mas ainda falta o vigia, o Benedito, que tem ação judicial. O local de memória no museu. Que a gente possa garantir que a tragédia não seja esquecida para não ser repetida. Guilherme Jorge, integrante do grupo

Eram 26 garotos no total dentro do alojamento. Dez morreram. Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique da Silva Matos, Rykelmo de Souza Vianna, Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías não conseguiram escapar. Ninguém foi responsabilizado criminalmente até agora.

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