Abel usa Djokovic e chuva para analisar emocional de Estêvão e do Palmeiras
O técnico Abel Ferreira admitiu que o Palmeiras sentiu o gol sofrido pelo Corinthians no empate por 1 a 1. O treinador citou o tenista Novak Djokovic e o trabalho dos funcionários para "enxugar" o Allianz Parque após a chuva que atrasou o início do jogo para comentar o momento emocional do time e de Estêvão, que perdeu um pênalti nos acréscimos.
A parte forte dele [Djokovic] é mental. Isso é trabalho. Eu não acredito naquela psicologia que é sempre pensar positivo. Eu sou ser humano como os outros. Às vezes há uma tempestade terrível dentro da cabeça, só que ela não pode durar muito.
Precisamos ter gente dentro da nossa cabeça que faça o trabalho do pessoal do estádio: hoje, choveu muito, o pessoal juntou-se e em 30 minutos puseram o tapete para jogo. Acontece o mesmo com a nossa cabeça. Se é criado um clima ruim na cabeça do jogador, aí é difícil recuperar, por isso às vezes eles não dão certo e um clube e dão certo em outro. Tudo tem relação com essa caixinha que temos. Abel Ferreira em entrevista coletiva
O que mais ele disse?
Gol sofrido: "Lado emocional nos tirou a lucidez em certo momento, mas é preciso reiniciar. É um dos fatores que tenho me empenhado a estudar porque somos 11 jogadores e cada um tem um mundo, são pessoas diferentes e a ideia é que todos tenham a mesma vibração, sintonia. Foi um jogo contra aquilo que era a corrente do jogo. Se tivesse que apostar quem iria fazer o gol, diriam que éramos nós. É um gol que vem contra a corrente do jogo, mas penso que após o gol, o jogo seguiu. Eu chamei os jogadores disse aos jogadores que havia poucas correções. Esperava que o adversário começasse a sair com três jogadores com o Raniele, mas logo eles mexeram e começaram com três zagueiros."
Erro de Estêvão: "O lado emocional conta muito, está cada vez mais presente, por isso precisamos da energia dos torcedores. Foi um momento não muito bom quando o Estêvão perde um pênalti desses, mas é muito importante ter um estádio gritando o seu nome. Preciso que nossos torcedores façam isso com todos os nossos jogadores. Se fizerem, me ajudam muito. Se vaiarem, eu tenho de trabalhar o dobro. Não é fácil ter uma torcida que vaia, isso tira confiança do jogador. É como estar em casa e o pai dizer que você não presta, que é ruim. Querem que o filho seja o quê? Quando jogarmos mal, me vaiem primeiro, mas não foi o caso de hoje. O lado emocional tem 50% de importância. Isso influencia muito na confiança, na cabeça de cada um. Temos vozes interiores que nos mandam para baixo, mas temos de mandar ela calar a boca. Isso é um trabalho contínuo."
Reclamação por invasão em pênalti: "Agradecer todo o apoio dos torcedores. Se estiverem conosco como estiveram hoje e acarinhar o Estêvão e toda a equipe. Ele falhou, os melhores do mundo também falham. Acontece. Do outro lado, tem um goleiro que pega pênaltis.Não foram só os meus jogadores que erraram. Erros fazem parte. Teve alguém dentro do campo que errou feio, as imagens dentro do campo mostram isso com clareza. Deveríamos e merecíamos ter ganho. Para quem tem a obrigação de olhar para as câmeras... Se viram a mesma TV que eu vi... Às vezes fico com medo de ver uma coisa e os outros verem outra. Pelo o que eu vi... Não deixaram o Estêvão pegar o rebote porque houve invasão da área e as regras são para se cumprir. O carinho da nossa torcida foi espetacular."
O que faltou: "Acho que só faltou o pênalti do Estêvão ter entrado, não faltou mais nada."
O jogo: "Não vou falar em cima do resultado porque merecíamos ganhar largamente o jogo. O pênalti não quis entrar, teve a trave. Produzimos bem no primeiro tempo. Isso foi evidente pela forma como o Corinthians reagiu por não conseguir controlar no primeiro tempo. O segundo tempo foi ataque contra defesa. O futebol é mesmo sim. Estou contente com a dinâmica, intensidade do time."
Nenhuma dificuldade: "Não tivemos dificuldades, eles só nos pararam no último terço, não conseguimos fazer gol. Tivemos bola na trave e pênalti. Disso aos jogadores que estou orgulhoso pelo que fizeram. O futebol é assim mesmo."
E o Flaco? "Sabe quais são os critérios para jogar e esperamos que ele continue e mostre no treino o quanto quer jogar na equipe."
Maurício virou o finalizador? "Não posso dizer tudo. Sim, surpreendemos o adversário. Eles não conseguiram nos parar. Pena que as bolas que entraram na área não viraram gol. Dinâmica, velocidade, intensidade tivemos. Fizemos uma boa partida com essa dinâmica. Quero jogadores que façam gols. Se é centroavante ou zagueiro, quero quem faça gol."
Formação com três zagueiros: "Foi o jogo com mais ousadia dos jogadores que tínhamos em campo. Foi o jogo em que metemos mais jogadores na área e deixamos menos atrás. Fomos altamente ofensivos, agressivos, produtivos jogando com três zagueiros. Acho que aqui têm aversão a três zagueiros, mas eu gosto muito. Ao contrário do rival, que usou três zagueiros para defender... O sistema dá o que queres que ele dê. Pode ser altamente defensivo ou ofensivo."
Paulistão segue para testes: "O Paulista vai ser para eu fazer o que é melhor para a equipe e fazer experiências. É continuar a afinar a máquina. Gostei muito do jogo, mas não conseguimos ganhar. Aceitamos isso e seguimos para o próximo."
Entrada de Figueiredo: "Tínhamos Emiliano [Martínez], Aníbal e queríamos um jogador que jogasse na direita e chegasse na área. A equipe precisava de um jogador como ele."