Fla: Filipe Luís valoriza testes e 'não tem dúvidas' de ataque com Juninho

O técnico Filipe Luís valorizou a pré-temporada do Flamengo e os testes feitos no empate por 0 a 0 com o São Paulo, neste domingo. Um dos setores mais mexidos foi o ataque, mas o comandante rubro-negro garantiu já saber como irá montar a parte ofensiva do time: com Juninho, reforço para 2025.
Não tenho [dúvidas]. Temos a chegada do Juninho, que é o nosso atacante. Um atacante com as características que o modelo de jogo pede e ele vai nos ajudar muito, vai elevar o nível do elenco, vai elevar a cultura de treino, um jogador com muita ambição. E tem outros jogadores que podem também jogar de atacante até o Pedro poder voltar. O Bruno Henrique pode jogar também, ele já fez essa função muitas vezes. A gente pode jogar com dois atacantes. É um ataque que tem muita variação tática. Posso botar o Gerson aberto, posso botar o Luiz Araújo aberto, Matheus Gonçalves. Eu tenho quatro jogadores de pé esquerdo que podem jogar abertos na direita, podem jogar por dentro. Então com essas peças eu vou ajustando e fazendo plano de jogo em cima de cada adversário que venha pela frente. Eu não tenho nenhuma dúvida do que eu quero e eu espero para cada posição e função dentro da equipe. Filipe Luís
O que mais ele disse?
Pré-temporada: "Foi muito boa. Tivemos oito dias de treino, obviamente que as pré-temporadas duram mais. Não acabou ainda a pré-temporada para a gente. Os jogadores não estão na plena forma física. Ainda não estão preparados para jogar 90 minutos. Mas foi muito boa. Eu acredito muito que ao juntar o grupo, fechar eles no lugar mais isolado criam-se relações novas, relações sócio-afetivas. Dentro do campo eles vão se conhecendo mais. Eu estou muito feliz pela oportunidade que a gente teve de vir aqui e usar toda essa estrutura que os Estados Unidos proporcionou. E jogar um amistoso desse tamanho contra o São Paulo, time muito bem treinado. Pudemos fazer esse teste realmente para nos guiar. Temos de atacar as nossas deficiências, continuar explorando nossas fortalezas. Temos pelo menos duas semanas até a final, então usaremos mais a semana que vem como pré-temporada para chegar na final o melhor possível fisicamente."
Finalização de longe: "Temos de tentar explorar as melhores características que o jogador tem. O Erick tem um chute muito forte, muito potente. Tem outros jogadores que não chutam tanto, que não gostam de chutar, que preferem passar. E nós temos que tentar explorar outros jogadores que são mais em velocidade e têm boa finalização também. Então eu sempre tento encorajar eles a poderem explorar essas características. E o chute do Erick é uma delas. Realmente precisamos melhorar nesse nosso terço final, que tenho certeza que nós vamos conseguir até essa final."
Matheus Gonçalves: "O Arrascaeta ainda não poderia jogar, vem de uma cirurgia e está evoluindo, recuperando a forma física. Falta um jogador de ataque no nosso elenco e aí eu aproveitei para fazer uns testes. Aproveitei pra testar o Alcaraz de atacante, que coisa que ele já fez em outras equipes, mas não comigo. Coloquei o Bruno aberto e durante os treinos eu testei ele por dentro, foi muito bem. Então também aproveitei pra testar o Matheus por dentro para continuar com essa relação do Wesley e do Gerson na direita nesse primeiro tempo. No segundo tempo, o certo e o ideal teria sido tirar todo mundo, jogar 45 minutos com um time e 45 minutos com outro. Mas não tínhamos um jogador de ataque. O Pablo, que foi o meu jogador no sub-17, eu sei do talento que ele tem, a qualidade, mas ele é volante. Fiquei um pouco com peso na consciência de colocar ele por 45 minutos fora da posição ideal sendo o primeiro jogo dele no profissional. O preparador físico me disse que poderia ir com o Matheus por 60 minutos, então segurei um pouco. Ainda assim o Pablo entrou e fez um grande jogo. Aproveitei também para continuar fazendo testes, tentei colocar o Michel por dentro, o Plata de atacante, não são as posições ideais deles. O Michel prefere jogar aberto, o Plata prefere jogar na direita, mas a pré-temporada é para testar, criar relações e para ver como o time se sobressai diante das dificuldades. Fiquei feliz pelo esforço que eles fizeram e agora eu tenho claro que cada um pode render também em novas posições."
Torcida: "Muitos brasileiros, principalmente morando em Orlando. Mas nos deram uma estrutura espetacular. A Universidade da Flórida nos recebeu muito bem. Fomos muito bem tratados. Nos deram um campo espetacular para treinar, o ambiente, uma academia, toda a estrutura e a facilidade para a gente poder ter uma boa experiência. Uma experiência muito boa. Depois jogar na frente dos nossos torcedores aqui e é sempre um prazer isso."
Bruno Henrique: "O Bruno não é falso 9, é um jogador de profundidade, um jogador rápido, de ataque ao espaço. O que eu penso para ele é a posição ideal aberto, como ele se sente mais confortável. Mas rendeu muito por dentro em 2019, um dos melhores momentos dele, com dois atacantes. Vou pensar nisso para ele explorar essa característica de ataque ao espaço e finalização no gol"
Divisão com o Carioca: "Penso no que é melhor para a equipe sempre. Não vivo pensando em tudo, eu sempre faço um planejamento, olho meus jogadores, olho a parte tática, o sistema e penso em ganhar o jogo que vem pela frente. A gente sabe que cada competição tem a sua importância e o que temos que fazer para chegar bem até elas. O Carioca é um campeonato importante. Não tem importância até que você não ganhe. Quando você não ganha, essa cadeira aqui pode ficar vazia, então a gente sabe disso. Mas eu também sei que eu não vou hipotecar minha equipe toda temporada por causa do Estadual. É importante que a equipe do Sub-20 comece essa competição e tem os jogadores que possam se desenvolver, depois a gente pega novamente para até mesmo completar a pré-temporada. Pela frente vão vir muitos clássicos, são jogos interessantes, intensos, até de uma agressividade muito grande. Tenho um elenco muito qualificado e o suficiente para ir chegando nas fases avançadas do Carioca sem hipotecar a temporada que teremos 80 jogos."
Jovens: "Eu conheço praticamente todos os meninos que estão na base, dos sub-15 até o sub-20, alguns chegaram novos agora, mas conheço todos eles. É um pouco mais delicado sempre você colocar um zagueiro, como foi o caso do Carbone e do João Victor. O jogo passa por eles o tempo todo e não podem cometer erros porque qualquer erro é fatal. Eu estava um pouco apreensivo com isso, porque o Leo [Pereira] teve um problema pessoal, tínhamos que liberá-lo e tínhamos que pedir para o Cleiton voltar, que também é jovem e ainda tem que somar experiência. Eu estava um pouco mais tenso pela zaga porque não é tão fácil um zagueiro estrear no profissional como foi o caso do João hoje. Mas, da mesma forma que o Abel [Ferreira] falou do Vitor Reis, eu também não quero falar demais do João, porque sei que ele não vai durar muito aqui no Brasil. É um jogador dos diferentes que passaram pela base do Flamengo. Tenho plena confiança nele e na evolução, no que esse menino é capaz e vai se desenvolver muito ainda. O Pablo também, que jogava comigo no Sub-17. Tem outros jogadores que não vieram e vão poder ajudar o nosso elenco. Mas por termos campeonatos tão complicados e tão de alto nível como é o Campeonato Brasileiro, a Libertadores, a gente precisa do mercado. Vamos repor a perda do David Luiz e do Fabrício Bruno. O elenco é altamente qualificado para poder brigar pelas competições."