Topo
Esporte

Caso Vai de Bet: delegado diz que empresas de fachada estão ligadas ao PCC

Augusto Melo, presidente do Corinthians, está no centro de imbróglio - PETER LEONE/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO
Augusto Melo, presidente do Corinthians, está no centro de imbróglio Imagem: PETER LEONE/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, em São Paulo

19/01/2025 22h17

O delegado Tiago Correia, que atua no caso Vai de Bet, disse que as empresas de fachada envolvidas no acordo de patrocínio com o Corinthians estão relacionadas ao PCC. O "Fantástico", da TV Globo, exibiu uma entrevista sobre o imbróglio um dia antes da votação de impeachment do presidente Augusto Melo, que está no centro da questão.

O que aconteceu

Em março do ano passado, o Corinthians fez dois depósitos de R$ 700 mil cada para empresas de Alex Cassundé — a Rede Social Media Design Ltda, que foi escolhida para intermediar o patrocínio da Vai de Bet com o Corinthians, pertence ao empresário.

Segundo a polícia, a maior parte deste dinheiro passou por contas bancárias de três empresas de fachada e que estão em nome de "laranjas".

Uma das transferências da Rede Social Media Design Ltda foi de R$ 580 mil à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda — mais R$ 462 mil foram transferidos para a mesma destinatária.

Em entrevista ao UOL, a sócia da empresa laranja, Edna Oliveira dos Santos, contou que vive de favor em uma comunidade em Peruíbe com os três filhos pequenos e depende do Bolsa Família para alimentá-los.

Todas as empresas ligadas direta ou indiretamente a pessoas ao litoral (de Peruíbe) são empresas relacionadas à organização criminosa PCC Tiago Correia, ao "Fantástico"

O que Augusto Melo disse?

O presidente corintiano falou que, inicialmente, o então diretor administrativo do clube, Marcelo Mariano, o informou de uma proposta envolvendo a Vai de Bet. O dirigente disse que soube que a parte intermediadora do negócio seria a de Cassundé, e o acordo foi fechado.

Augusto, no entanto, negou ao "Fantástico" qualquer ligação com Cassundé.

Me chegou o Marcelo Mariano com esta empresa dizendo que teria a Vai de Bet. Chegou até mim que o Toninho [Duettos, sócio de Gustavo Lima] era da parte de shows. A parte intermediadora era a do Cassundé. Já chegou para mim esta empresa. Daí para frente, fica pelos órgãos competentes do clube que analisam tudo. Não tive nenhuma ligação com o Alex Cassundé. Nunca tive contato e nunca sentei com ele em uma mesa Augusto Melo, ao "Fantástico"

Marcelo Mariano envia nota ao "Fantástico"

O contrato de patrocínio da Vai de Bet foi o maior da história do futebol brasileiro. Ele foi possível graças a atuação do intermediário que levou ao Corinthians a possibilidade. O contrato foi assinado por todas as partes sem qualquer questionamento, o que comprova a lisura de todo o procedimento. Caso existisse qualquer irregularidade, nenhuma das partes, inclusive os representantes da Vai de Bet, teriam assinado um contrato de R$ 370 milhões. Confio nas autoridades e desejo que a investigação se encerre com a maior celeridade possível Marcelo Mariano, em nota à TV Globo

Esporte