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OPINIÃO

Sakamoto: Jogador tem que ser burro para cavar cartão e lucrar com apostas

do UOL

Colaboração para o UOL

05/11/2024 10h50

É burrice um jogador de futebol se deixar envolver por um esquema de apostas e achar que lucrará com isso, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta terça (5), referindo-se ao caso do atacante Bruno Henrique, do Flamengo.

Nesta manhã, a Polícia Federal cumpre uma série de mandados de busca e apreensão, como parte de uma investigação sobre "possível manipulação no mercado de cartões". Bruno Henrique entrou na mira das autoridades por supostamente levar um cartão de forma intencional no final da partida entre Flamengo e Santos, em 1º de novembro de 2023, pelo Brasileirão. O atacante foi advertido com um cartão amarelo após cometer falta em Soteldo, reclamou de forma acintosa com o árbitro Rafael Klein e foi expulso - assista ao lance aqui.

Sendo bem direto: um jogador de futebol que faz esse tipo de coisa e cava um cartão vermelho aos 50 minutos [do segundo tempo] da partida para poder lucrar com jogo de azar e ganhar de uma bet tem que ser muito burro. Se o Bruno Henrique fez isso, ele é burro.

É óbvio. Todo mundo achou o lance esquisito quando aconteceu. Há uma regra básica com relação às casas de apostas que é 'a banca sempre vence'. Isso acontece não porque ninguém conseguirá ganhar dinheiro, mas roubado não se consegue vencer a banca. O pessoal vai descobrir, investigar e entregar.

Há suas estruturas, associações e sempre se verificar o tipo de ganho com uma aposta alta. Sinceramente, Bruno Henrique acha que a casa de apostas não vai investigar, que não usarão suas associações para investigar isso? Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto lembrou outros escândalos envolvendo manipulações em jogos de futebol no Brasil para favorecer apostadores, como nos casos envolvendo a Loteria Esportiva (em 1982) e a chamada Máfia do Apito (em 2005).

Em vários momentos, houve tentativas de manipulação de resultados de campeonatos no Brasil para poder fazer dinheiro em jogos de azar. As bets mandaram isso para uma nova dimensão. Não é mais aquele esquema dificílimo envolvendo árbitros, bandeirinhas, jogadores e um monte de gente para manipular um jogo. Hoje, aposta-se se um jogador levará cartão vermelho em um dado momento, se fez um ou três gols... Pode-se apostar em muitas coisas.

Muitos jogadores estão no esquema, e isso não é novidade no Brasil. Eles combinam antes com as pessoas e, depois, tiram o dinheiro. Não defendo as bets e sou crítico em relação à existência delas, que são piores do que o crack em termos de vício nacional. Porém, um sujeito que acha que vai ganhar de uma bet assim, sem ser descoberto, pode ser que passe em uma ou duas vezes. Mas em casos acintosos como esse, será pego. Se Bruno Henrique fez isso, ele é muito burro. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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