Rock in Rio e Libertadores: Copacabana vive 'encontro das tribos' na orla
Torcedores de Atlético-MG, Botafogo, Flamengo, Fluminense, São Paulo e Peñarol. Misturados a isso, fãs do cantor Jão aos prantos no aguardo de uma foto com o artista em frente ao hotel mais famoso do Rio de Janeiro. Copacabana viveu, literalmente, uma quarta-feira (18) de "encontro das tribos" numa semana com três jogos da Libertadores e Rock in Rio.
Fãs de todos os lugares
Desde a manhã, fãs da música e do futebol se misturaram em clima pacífico. O maior número de torcedores visitantes, de forma disparada, foi de atleticanos, que tinham compromisso às 19h no Maracanã para enfrentar o Fluminense.
No bairro vizinho, Ipanema, os torcedores do Galo tomaram conta de um dos bares mais famosos da região que fica na orla, fazendo parecer que estavam em Belo Horizonte (MG). Entre os simpatizantes dos clubes do Rio de Janeiro, muitos de outros estados.
"Viemos de Belém (PA). Chegamos ontem somente para assistir ao jogo do Fluminense", disse Guilherme Moreira, que estava num grupo de tricolores paraenses.
São-paulinos provocam Botafogo com faixa em avião
São-paulinos, em menos número, se misturaram nos quiosques com samba e música ao vivo. Eles, aliás, utilizaram a criatividade para provocar os botafoguenses. Os tricolores alugaram um avião que passou na orla de Copacabana com uma faixa com a seguinte mensagem: "Tradição não se compra. Somos o São Paulo Futebol Clube", seguido de desenhos de três troféus da Libertadores, em alusão ao tricampeonato do Tricolor na competição.
Jão causa alvoroço
Em frente ao Copacabana Palace, hotel mais famoso e luxuoso do Rio de Janeiro, dezenas de fãs do cantor Jão aguardavam o artista, que irá se apresentar no Rock in Rio nesta quinta-feira (19).
Eles usavam camisas e faixas do cantor. Um esquema de segurança foi montado no local para organizar a porta do estabelecimento e grades foram colocadas.
Torcedores dos clubes de futebol, curiosos, acabaram também se aglomerando e perguntavam quem estava por ali.
Torcedores do Peñarol à paisana
Os torcedores do Peñarol — clube que enfrenta o Flamengo nesta quinta (19) — preferiram ficar, em sua maioria, à paisana. Uma briga entre as torcidas na praia do Leme, em 2019, resultou na morte de um senhor rubro-negro, de 56 anos, do Espírito Santo, e o clima entre os uruguaios é de receio de que haja um sentimento de revanchismo por parte de organizadas flamenguistas.
O único grupo avistado pelo UOL com camisa do time perguntou à reportagem se era seguro caminhar pelo calçadão com o uniforme. Porém, outros que estavam de roupa comum, disseram que, até aquele momento, não haviam enfrentado nenhum risco.
"O clima é de muita alegria. Já encontramos torcedores do Atlético, do Fluminense, do São Paulo, do Flamengo e está tudo muito tranquilo", disse o uruguaio.
O Peñarol e o consulado do Uruguai recomendaram aos torcedores que fiquem em um camping na Praia da Macumba, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste (RJ), por questões de segurança. Os uruguaios estão marcando a concentração para o jogo desta quinta no local. São estimados cerca de 2 mil simpatizantes do clube uruguaio.
Ponto facultativo e força-tarefa das polícias
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, decretou ponto facultativo na cidade na quarta (18) e na quinta (19) por causa dos três jogos da Libertadores e do Rock in Rio, que vai de hoje até domingo (22).
Já o Governo do Estado montou um esquema de segurança batizado de "força-tarefa", com mais de 2 mil policiais militares e civis nos jogos do Maracanã e do Nilton Santos, e cerca de 8 mil nos dias de Rock in Rio. Variados batalhões estão envolvidos no planejamento, assim como Guarda Municipal, Polícia Federal e Ministério Público.
No caso das partidas, a Polícia Militar estreou a tecnologia de reconhecimento facial nas câmeras corporais utilizadas pelos policiais de dentro e do entorno dos estádios. No entanto, nenhum criminoso foi identificado no jogo do Maracanã desta quarta.
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