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'Imersão': Quais os planos do reforço europeu do São Paulo para se adaptar

do UOL

Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro

17/09/2024 05h30

O norte-irlandês Jamal Lewis escolheu deixar a vida na Inglaterra quando soube do interesse do São Paulo. O lateral-esquerdo está animado com a vinda ao país e já traçou planos para se adaptar à cultura e ao futebol brasileiros.

Planos de adaptação

Lewis vai fazer aulas de português para se comunicar com os demais jogadores e "abraçar" o país. Ele vem falando em inglês com os companheiros nessas primeiras semanas, contando com a ajuda de alguns "tradutores" no elenco — alguns atletas como Lucas Moura, Calleri e Ferraresi atuaram no futebol inglês. Sua apresentação contou com fones de tradução simultânea para ajudar tanto ele quanto os jornalistas presentes com a questão do idioma.

O lateral não só aposta na língua brasileira como também quer virar poliglota. Além do português, ele quer aprender a falar espanhol para interagir com o técnico argentino Luis Zubeldía e sua comissão — sendo mais um adepto ao "portunhol" no dia a dia do CT da Barra Funda. O jogador de 26 anos está emprestado pelo Newcastle até o final de junho de 2025, mas seu contrato com o Tricolor paulista estabelece opção de compra.

sao paulo - André Martins/UOL - André Martins/UOL
Jamal Lewis é apresentado pelo São Paulo
Imagem: André Martins/UOL

São Paulo está sendo ótimo. Falar em português é um processo que vou ter. Amo aprender, quero abraçar a cultura brasileira e imergir nessa cidade. Para mim é mais eu me adaptar ao ambiente em que estou do que o contrário. Quero falar português, conhecer os fãs também, é muito importante.
Jamal Lewis, em sua apresentação

Alguns colegas de time estão me ajudando em inglês, mas vou ter um professor de português nas próximas semanas, vou melhorar minha fala. (...) Pude conversar um pouco com ele [Zubeldía], é um relacionamento que gostaria de construir e compreender o que ele precisa de mim, nos treinamentos e pessoalmente. Também quero aprender um pouco de espanhol para conversar com ele.

O norte-irlandês aposta ainda em fazer uma imersão na capital paulista — ele disse que deseja "entrar no ritmo" da cidade. Um dos primeiros passos é comprar uma casa para se sentir devidamente instalado. Depois, quer fazer amizades e explorar São Paulo, conhecendo restaurantes e pessoas. "Quero me sentir bem confortável", contou.

Quero encontrar um lugar para morar, seria legal entrar no ritmo da cidade, construir momentos com minha esposa, fazer amigos explorar a cidade. Nas próximas semanas vou conversar com meus colegas, ver recomendações de restaurantes, lugares legais para ir com a família, conhecer a cultura e pessoas.

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Jamal Lewis em sua estreia pelo São Paulo, contra o Cruzeiro
Imagem: Rubens Chiri/São Paulo

Lewis, por fim, exaltou a cultura brasileira e afirmou que deseja construir uma carreira por aqui. O estrangeiro disse que seus conhecidos brasileiros na Inglaterra fizeram uma boa "propaganda" do Brasil e que o deixaram animado para vir ao país. Ele, que já estava no radar do clube nas últimas janelas, virou o primeiro britânico a defender as cores do São Paulo.

Conheço Joelinton [do Newcastle], os brasileiros lá na Europa nem precisam falar tanto do Brasil, eles representam o pais, fazem parecer que é um lugar incrível, com pessoas legais. Em Londres tem muitos brasileiros, fiquei muito animado de vir ao Brasil.

Joguei toda minha carreira na Inglaterra, gostaria de jogar em uma liga diferente para aprender a cultura, tipo de jogo diferente. A carreira é curta, é uma ótima oportunidade para estar em um lugar diferente, ser parte de um time que vai ganhar muita coisa. É mais especial fazer isso em outro país. (...) Assinei um empréstimo, mas gostaria que isso fosse permanente, construir uma carreira aqui.

Caminho inverso e adaptação relâmpago

O norte-irlandês fez um movimento contrário ao de muitos jogadores brasileiros, incluindo um companheiro de equipe. Enquanto o sonho de grande parte dos boleiros daqui é sair para a Europa, o lateral deixou o continente para vir ao Brasil. O também lateral-esquerdo Welington, por exemplo, é um caso dentro do próprio São Paulo — ele acertou pré-contrato com o Southampton.

Falei com Welington, o inglês dele ainda não está tão bom, de repente ajudo ele com isso e ele me ajuda com o português [risos]. Mas acho que ele vai aproveitar a oportunidade. Alguns atletas gostam de ficar na zona de conforto e outros gostam de conhecer novas culturas, novos países. Ele está fazendo movimento oposto ao meu, desejo o melhor a ele.

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Jamal Lewis durante treino do São Paulo
Imagem: Erico Leonan / saopaulofc.net

Lewis está tendo de correr contra o tempo em sua adaptação. Ele foi anunciado pelo São Paulo no início de setembro, mas esteve com sua seleção durante a última Data Fifa. Já foi relacionado assim que chegou ao país e estreou no domingo (15), entrando na reta final na vitória sobre o Cruzeiro, antes mesmo de ser apresentado como reforço.

O novo camisa 3 do Tricolor seguirá seu processo de ambientação enquanto encara a maratona de jogos. O calendário brasileiro, no entanto, não intimida o jogador, que veio ao país sabendo da agenda lotada de partidas.

Fiz pesquisas, conversei com pessoas, me explicaram [sobre o calendário]. Para mim vai ser ótimo, vou jogando essas partidas, não vejo um problema, as viagens... É um país muito grande, de dimensões continentais, mas recebemos para isso, para fazer o que amamos. Se viajar para jogar mais partidas é um sacrifício, vou ser bem feliz fazendo isso. Estou animado. Para mim, quanto mais partidas, menos treinos [risos].
Jamal Lewis

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