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Corinthians recebeu R$ 56 mi da Vai de Bet por empresas sem autorização

do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/09/2024 05h30

O Corinthians recebeu R$ 56 milhões em pagamentos da Vai de Bet, ex-patrocinadora do clube, por meio de intermediadoras financeiras que não constavam no contrato e nem possuíam autorização prévia do clube para realizar as transações.

O que aconteceu

A Vai de Bet usou três empresas que não constavam no contrato com o Corinthians para depositar cerca de 90% do valor total que foi pago nos cinco meses de contrato, antes do rompimento, em junho. Porém, o Corinthians nunca chegou a notificar a patrocinadora pelo não cumprimento do acordo.

A informação foi dada à polícia por Rui Fernando, advogado que prestava serviços ao clube desde 2019. Na última quinta-feira (5), ele concedeu depoimento na 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC).

Segundo uma cláusula do contrato, apenas a Zelu Pagamentos e a Pay Brokers poderiam intermediar as transferências. Inclusive, ambas foram alvo da Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco. De R$ 66 milhões, R$ 10 milhões foram pagos ao clube por meio dessas duas empresas.

O fato já havia chamado a atenção dos investigadores, que tiveram acesso a notas fiscais enviadas pelo Corinthians, mas o relato do advogado reforçou as suspeitas a respeito das transações.

Caso a Vai de Bet desejasse pagar o clube por meio de outras agências, seria obrigada a solicitar a autorização com antecedência. Em seu depoimento, Rui afirmou que tais solicitações nunca foram feitas. Procurada pela reportagem, a Vai de Bet não se manifestou até a publicação.

Corinthians ainda pretende processar a Vai de Bet

Apesar de a Vai de Bet ter rompido contrato com o Corinthians há mais de quatro meses, o clube ainda pretende processar a ex-patrocinadora. O departamento jurídico alega, além das perdas financeiras, danos à reputação.

Além disso, a questão dos pagamentos sem autorização e o uso indevido do símbolo do Corinthians após o fim do contrato também devem ser tópicos da ação.

Não é só a multa contratual. É um prejuízo reputacional, é um prejuízo, eventualmente, de lucros cessantes, negócios que não puderam ser realizados por conta desse descumprimento antecipado e imotivado. Nós estamos estudando, analisando todos os cenários, porque é preciso ter uma quantificação da extensão do prejuízo primeiro Leonardo Pantaleão, diretor jurídico do Corinthians

"Além disso, é preciso esperar o inquérito da Vai de Bet ser concluído, para que se tenha subsídio ao apresentar à presidência a sugestão de uma eventual ação de reparação de danos e, uma vez aprovado pela presidência, que o clube ingresse com ação para buscar tudo aquilo que entende que teve de prejuízo com essa postura da ex-patrocinadora", acrescentou Pantaleão.

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