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OPINIÃO

Vitão: Coronado comanda o show corinthiano no adeus a Paulinho

do UOL

Vitor Guedes

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/05/2024 21h12

Com show de Coronado, autor do terceiro gol e nome do passeio alvinegro, o Corinthians surrou o Racing-URU por 3 a 0 e avançou, como líder de sua chave, direto às oitavas da Sul-Americana. Garro, com uma pintura de falta, e Yuri Alberto, ambos no primeiro tempo, abriram os trabalhos na ZL.

Mão de vaca confesso que sou, o Vitão aqui, que costuma esperar o horário que a catraca é liberada para fazer a interligação do metrô com a CPTM no Tatuapé, não chega ao ponto-ostentação de dizer que foi uma atuação à altura dos R$ 2 milhões mensais que Coronado custa aos cofres corinthianos, mas, sem dúvida, o 77, aleluia, "estreou" e justificou parcialmente a badalação quando de sua contratação.

E, cá entre nós, manos e manas de pindaíba, o meia escancarou, ô, pá, o que sempre foi óbvio. Não dá para o Corinthians gastar uma bala com Garro e Coronado para escalar apenas um deles. Os dois têm que jogar! Juntos! E a dupla, que formou um quarteto afinado com Yuri Alberto e Wesley, esquentou o coração da Fiel na fria e plena Neo Química Arena.

Desclassificado na primeira fase do Campeonato Paulista (em um grupo em que Red Bull Bragantino e a modesta Inter de Limeira avançaram) e sem elenco para competir pelos títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, o Corinthians sabe que, à vera, a maior chance de conquista na temporada está na secundária competição continental.

E, para isso, além de manter Wesley na janela do meio do ano, o Corinthians precisará que, nos mata-matas, contra adversários menos frágeis que o medonho Racing-URU, Coronado e Garro repitam, como dupla, a ótima atuação desta terça-feira.

Saravá, São Jorge!

Paulinho Eterno

No minuto 77 (o ano de Basílio, a camisa de Coronado), Paulinho entrou no lugar de Breno Bidon para seus últimos minutos com o manto alvinegro. O craque histórico, pelo conjunto da obra pretérita, mereceu todos os aplausos e referência da massa.

No entanto, para não ser injustamente acusado de bem-humorado, sublinho que esta última passagem de Paulinho, que se encerrou na vitória sobre o Racing-URU, não precisaria ter acontecido. Aliás, até pela forma como o jogador foi apresentado, montado no trator da caloteira Taunsa, seria até melhor para as duas partes que não tivesse existido.

Paulinho, óbvio, não tem culpa alguma do contrato que lhe ofereceram, menos ainda é responsável pela irresponsabilidade de quem acreditou que os seus gordos vencimentos seriam bancados pela empresa-fantasma. Verdade que a grave lesão, que não poderia ser prevista, atrapalhou ainda mais os planos.

No entanto, o que ficará, eternamente no coração da Fiel torcida, é a gloriosa história escrita antes. O campeão da Libertadores (com direito ao antológico gol contra o Vasco) e campeão mundial (autor da jogada que culminaria na cabeçada de Guerrero) é um dos maiores volantes da história do time do povo. Seja no aspecto da identificação, levando-se em conta o número de conquistas, não importa a régua, Paulinho está no seleto grupo formado por Roberto Belangero, Biro-Biro, Rincón, Vampeta, Ralf, Elias, Biro-Biro...

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