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'É meu amigo': vitória de chinês em corrida tem suspeita de 'marmelada'

14.abr.2024 - Corredor chinês He Jie ligeiramente na frente do etíope Dejene Hailu Bikila e dos quenianos Robert Keter e Willy Mnangat, durante meia-maratona de Pequim - China Stringer Network via Reuters
14.abr.2024 - Corredor chinês He Jie ligeiramente na frente do etíope Dejene Hailu Bikila e dos quenianos Robert Keter e Willy Mnangat, durante meia-maratona de Pequim Imagem: China Stringer Network via Reuters
do UOL

Do UOL*, em São Paulo

16/04/2024 11h29

A meia-maratona de Pequim teve como ganhador um corredor da casa, He Jie, de 25 anos, no último domingo (14).

A vitória, porém, está sob suspeita. O vídeo do fim da prova mostra dois corredores quenianos e um etíope se alinhando, enquanto o atleta local simplesmente os ultrapassa, após obedecer a um comando dos que estavam na frente.

O que aconteceu

O atleta queniano Willy Mnangat disse inicialmente ao site local South China Morning Post que deixou o atleta chinês passar, pois "é meu amigo". Horas após a corrida, Mnangat afirmou à BBC Sports que ele e seus colegas não participaram da corrida para competir, mas como "marcadores de ritmo" (pacemakeres, do inglês).

Os pacemakers são importantes para ajudar um atleta a atingir um objetivo, como correr em um ritmo constante e controlado e, assim, conseguir aumentar velocidade ou reduzir o tempo de uma prova.

Mnangat disse que não entendeu o motivo de ele e seus companheiros correrem com numeração no peito. "Não entendi a razão pela qual eles colocaram meu nome e número no peito, em vez de me classificarem como 'pacemaker'", disse à BBC Sports.

Meu papel era marcar o ritmo para que ele ganhasse, mas infelizmente ele não atingiu o objetivo final, que, na verdade, era quebrar o recorde nacional.
Atleta queniano Willy Mnangat à BBC Sports

O recorde da prova é de 1 hora 2 minutos e 33 segundos. O atleta chinês He Jie terminou a prova em 1 hora 3 minutos e 44 segundos, portanto 1 minuto e 11 segundos depois da melhor marca. Os três atletas africanos ficaram empatados em segundo.

A corrida está sob investigação pelo órgão local. A World Athletics (antiga Associação Internacional de Federações de Atletismo) diz que está observando o caso. No Weibo (rede social chinesa com funções semelhantes ao X), vários usuários criticaram a vitória do atleta chinês, dizendo que a situação foi "vergonhosa".

Estamos cientes dos vídeos que estão circulando online da meia-maratona de Pequim no último fim de semana e entendemos que uma investigação relevante tem sido feita pelas autoridades locais. A integridade de nosso esporte é a nossa maior prioridade. Enquanto ocorre a investigação, não faremos mais comentários.
World Athletics em comunicado ao jornal britânico Guardian

*Com informações do Guardian, South China Morning Post e da BBC Sports

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