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Corinthians: Balanço aponta dívida de R$ 945 mi, mas número real é maior

Na prática, Corinthians deve mais de R$ 1 bilhão - Divulgação/Corinthians
Na prática, Corinthians deve mais de R$ 1 bilhão Imagem: Divulgação/Corinthians
do UOL

Do UOL, em São Paulo

20/12/2022 04h00

A dívida real do Corinthians é maior do que os R$ 945,5 milhões informados em balanço patrimonial a que o UOL teve acesso.

O valor total do passivo é de R$ 1,3 bilhão. Isso inclui tudo o que o Corinthians precisa pagar a seus credores, independente do prazo.

A diferença é uma questão de interpretação. No balanço, o Corinthians desconta da dívida o ativo circulante (R$ 357 milhões), o dinheiro que o clube tem ou pretende receber. Também desconta o que espera ganhar a longo prazo, por exemplo na Justiça ou em porcentagem de jogadores (R$ 58,3 milhões). O critério é relativamente comum em outros clubes.

A dívida deve aumentar 3,6% neste ano, segundo projeção do Corinthians. O clube está satisfeito com a estabilidade da dívida, que está no mesmo patamar de dezembro de 2020. Há otimismo porque a receita líquida vem subindo: foi de R$ 475 milhões em 2021, deve ser R$ 690 milhões neste ano e está orçada em R$ 746 milhões em 2023.

Todos estes números estão no orçamento de 2023, aprovado pelos conselheiros do Corinthians na semana passada. Os valores referentes a 2022 são uma projeção atualizada feita pelo próprio clube, pois o balanço completo só deve ser publicado em abril, como é praxe.

Entenda melhor

Passivo é a soma de todas as obrigações financeiras do clube, ou seja, tudo o que precisa pagar para alguém, seja quem for o prazo. A fatia gasta dentro de um ano é chamada passivo circulante, já o gasto a longo prazo é chamado passivo não circulante.

Ativo circulante é o dinheiro que o clube tem nas mãos ou considera garantido de alguma forma. Isso inclui o caixa (R$ 18 milhões), as receitas futuras de contratos já assinados (R$ 280 milhões) e até o que o clube tem em produtos em estoque (R$ 1,1 milhão), além de outros créditos não especificados.

Se o Corinthians toma algum calote, como no caso da Taunsa, o valor que era considerado garantido nunca chega. Além disso, os "outros créditos" podem incluir permutas e material esportivo, por exemplo, que não servem para pagar dívidas.

Receita líquida é o dinheiro que o clube ganha, já descontados os impostos, comissões de empresários e outras possíveis deduções. O Corinthians prevê aumento de 8% na receita líquida do ano que vem, na comparação com 2022.

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