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Como 10 torcedores do Qatar conseguiram "ganhar" brasileiros no Morumbi

Torcedores do Qatar ganham apoio de brasileiros e "vencem" colombianos - Diego Salgado/UOL Esporte
Torcedores do Qatar ganham apoio de brasileiros e "vencem" colombianos Imagem: Diego Salgado/UOL Esporte
do UOL

Diego Salgado, José Edgar de Matos, José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

19/06/2019 20h31

A estratégia do governo do Qatar de distribuir cachecóis e camisas no Morumbi deu certo na noite de hoje, no Morumbi. Em um dos setores do estádio, um grupo de dez torcedores catarianos conseguiu cativar brasileiros que estavam ao seu redor durante partida com a Colômbia. O duelo válido pela segunda rodada da Copa América terminou 1 a 0 para os colombianos.

Com poucos minutos de jogo, os gritos de incentivo à seleção asiática abafaram os poucos cantos colombianos que vieram à tona nas numeradas superiores localizadas atrás de um dos gols do Morumbi. Vale ressaltar que os torcedores da Colômbia eram a esmagadora maioria das quase 25 mil pessoas que assistiram à partida.

A animação do Qatar começou durante o hino do país, que foi executado após o colombiano. O grupo com dez torcedores do Qatar, todos turistas, manteve-se em pé durante o primeiro tempo inteiro. E logo ganhou o apoio dos brasileiros.

"Antes de começar o jogo, alguns começaram a chamar quem estava ao lado. Aí começamos a cantar também", afirmou Adriana Batista, de 41 anos, que veio ao Morumbi com o marido, dois filhos e um casal de amigos - todos estavam com os cachecóis fornecidos pelo Qatar antes da partida (as peças foram deixadas sobre as cadeiras).

Curiosamente, os catarianos sentaram nos assentos destinados ao grupo de brasileiros. Mas nem isso criou algum tipo de insatisfação. "Cheguei e eles estavam nos nossos lugares. Sentamos ao lado e ficamos vendo como eles cantavam. Eles estavam bem animados", disse Fernando Pereira, de 40 anos.

O UOL Esporte conversou com dois torcedores do Qatar. Ambos disseram que estavam realizando um sonho ao ver um jogo em solo brasileiro. A ideia é assistir também ao último jogo da fase de grupos, contra a Argentina.

"Brasil é a casa do futebol. É uma honra ver meu Qatar jogar em um país como o Brasil e com tanta gente torcendo a favor", ressaltou Abdullah Darwish, de 22 anos.

Abdulrahman Al-Mulla, também de 22 anos, elogiou a receptividade dos brasileiros, mesmo com as dificuldades em relação à comunicação.

"As pessoas não conseguem entender muito inglês, mas são muito amigáveis e tentam ajudar. O Brasil é um país fantástico, as pessoas são muito legais com a gente. Queremos só agradecer por tudo o que estão fazendo e a oportunidade que deram para nós de mostrarmos o país. É minha primeira vez aqui, mas tenho 100% de certeza que não será minha última vez aqui no Brasil", afirmou o torcedor.

"Ver a gente cantando em árabe é demais, para ser honesto. O que fica no jogo fica no jogo, como os palavrões que tentaram ensinar para a gente", completou Al-Mulla.

As arquibancadas centrais do Morumbi receberam um público razoável. Praticamente 100% dos presentes eram colombianos, que cantaram pouco durante a partida, ao contrário dos chilenos na última segunda-feira (17). No setor onde estava o grupo de catarianos, os torcedores da Colômbia só reagiram aos 15 minutos do segundo tempo. No fim, explodiram com o gol marcado por Zapata.

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