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Como a Bahia espantou o clima frio e deu 'início' à Copa América

Roger Martinez fez o primeiro gol da Colômbia contra a Argentina hoje à noite, na Arena Fonte Nova - REUTERS/Edgard Garrido
Roger Martinez fez o primeiro gol da Colômbia contra a Argentina hoje à noite, na Arena Fonte Nova Imagem: REUTERS/Edgard Garrido
do UOL

Gabriel Carneiro

Do UOL, em Salvador

15/06/2019 21h00

Um dos assuntos mais comentados depois dos dois primeiros jogos da Copa América no Brasil foi o comportamento da torcida no Morumbi e na Arena do Grêmio. O terceiro jogo foi hoje à noite, entre Argentina e Colômbia, na Arena Fonte Nova, em Salvador, e teve clima diferente dos dois anteriores, com mais participação e engajamento por parte das arquibancadas - especialmente dos colombianos, que saíram vitoriosos por 2 a 0.

Enquanto a abertura entre Brasil e Bolívia teve uma torcida quieta e fria e o segundo jogo, entre Peru e Venezuela, contou com somente 13 mil torcedores, a Bahia recebeu o primeiro de cinco jogos previstos na sede com calor, torcidas barulhentas, provocações, tambores e muita festa do lado de fora. Foram 34.950 torcedores pagantes e 35.572 presentes, com renda superior a R$ 9 milhões.

Antes do jogo, brasileiros ironizados

Na área externa da Arena Fonte Nova era possível ver muito mais camisas amarelas da Colômbia do que azuis e brancas da Argentina. É que os argentinos estavam mais unidos e organizados, enquanto os colombianos se dispersavam nos arredores. Entre as músicas já clássicas da torcida hermana chamavam atenção as provocações aos brasileiros.

"El que no salta es de Brasil" (aquele que não pula é do Brasil) foi um dos cânticos mais repetidos, além de uma paródia de "Mil gols, mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé..." e o tradicional "Décime que se siente". Era a torcida argentina dando uma palhinha do que viria com bola rolando.

E a temperatura vai esquentando

O primeiro tempo não foi um espetáculo nas arquibancadas. Assim como foi em campo, com só um chute a gol para cada time e poucos lances de emoção. Os argentinos começaram mais barulhentos, mas o time parou de criar e a torcida murchou. Aí os colombianos que se divertiram.

Na etapa complementar é que o estádio finalmente ferveu. Além dos times terem armado muito mais chances de gol, houve desentendimentos entre jogadores em campo que acirraram os ânimos nas arquibancadas. Isso sem contar a presença de Messi, que acertou dribles, criou jogadas e fez a torcida argentina novamente entrar no jogo.

Mas aí veio o gol de Roger Martinez e só deu a torcida da Colômbia, com cornetas, tambores, aplausos e gritos. O momento de maior conexão da torcida com o gramado foi na substituição de Falcao Garcia por Duván Zapata aos 35 minutos do segundo tempo. O ídolo foi aplaudido de pé, saudou a torcida e toda essa festa ainda precedeu muita comemoração no lance do segundo gol e o ensurdecedor grito de "olé" das arquibancadas.

Um clima de decisão do futebol sul-americano. Como se espera.

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