Garoto-problema do PSG, Rabiot evita brasileiros e já criticou Thiago Silva

Na conversa online entre jogadores brasileiros do Paris Saint-Germain com amigos, a ausência de Adrien Rabiot na convocação da seleção francesa para a Copa do Mundo de 2018 gerou um comentário ácido no grupo: "agora vamos ver se ele diminui essa marra". O clima deste pelotão formado por Neymar, Thiago Silva, Marquinhos e Daniel Alves com o meio-campo francês no vestiário já não era bom desde a temporada passada.

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Em entrevista nesta semana ao jornal francês L'Equipe, a mãe do meia, Veronique Rabiot, fez duras críticas ao PSG e cutucou Neymar: "Há jogadores que faltam por um cochilo de seis minutos (Rabiot), e outros que estão machucados, mas podem ir para a festa do outro lado do mundo, no Carnaval do Rio".

Nada que surpreenda ao grupo de brasileiros, já bem distantes de Rabiot no ambiente do clube.

Na festa de aniversário de Neymar, em Paris, em fevereiro passado, Rabiot foi um dos poucos ausentes do elenco. O convívio com o camisa 10 costumava ser de poucas palavras, sendo o francês mais próximos dos compatriotas Areola e Kimpembe, além do italiano Verratti e do alemão Draxller.

O incômodo do grupo de brasileiros do PSG com Rabiot ainda envolvia atrito com o Thiago Silva, conforme apurou o UOL Esporte. O francês chegou a questionar internamente o zagueiro como capitão por julgar o colega excessivamente nervoso em campo.

Por ser formado no PSG, Rabiot dizia no vestiário merecer o mesmo respeito de jogadores experientes do elenco, como Thiago Silva, Daniel Alves e Buffon. Em momentos tensos em intervalos de jogos, tinha como hábito discursar.

"É importante em momentos tensos que os jogadores tomem a palavra para acalmar, e trazer mensagens positivas. Alguns jogadores precisam ouvir isso, e não necessariamente precisa ser gritando. O Ibrahimovic, mesmo que eu não goste de tudo que ele fez, foi um líder. Ele era muito forte para receber mensagens", comentou Rabiot em entrevista ao L'Equipe na temporada passada.

Temperamento forte e o vício em Narguilé

Dentro do jogo, Rabiot é quase arredio. Aos 19 anos, em 2015, causou espanto no clube quando xingou o sueco Zlatan Ibrahimovic em campo: "Cala a boca seu filho da p...", flagrou a câmera de uma emissora de televisão. "Eu não gosto de injustiças e reagi desta forma por ser cobrado. Mas me entendi com ele no vestiário posteriormente", comentou o meia tempos depois.

Rabiot ainda carregava outro problema no vestiário do PSG por conta do vício em "Narguilé", uma mistura de tabaco com aromas, fumada regularmente após os jogos. Dirigentes, comissão técnica e até outros jogadores consideravam o hábito como desrespeitoso com o clube.

A atitude verbal de Rabiot também incomodava o grupo. Um exemplo: após perder para o Real Madrid por 3 a 1, na partida de ida pelas oitavas de final, da edição passada da Liga dos Campeões, os placares elásticos no Campeonato Francês foram minimizados pelo meio-campo.

"Fazemos sempre as mesmas coisas e dizemos sempre as mesmas coisas, mas no final fomos derrotados da mesma maneira. Estou aborrecido, muito triste. É fácil fazer oito gols no Dijon e marcar quatro ou cinco gols por partida no Campeonato Francês, mas precisamos ser decisivos em jogos como estes", disse à época.

Sem aceitar a renovação contratual com o clube - vínculo termina em julho de 2019 -, o jogador foi afastado na segunda metade da temporada. Recentemente, curtiu postagens que zombavam da recente eliminação do PSG na Liga dos Campeões e foi visto em festas no momento em que o grupo estava de luto pela dura queda para o Manchester United. Foi o troco de Rabiot por viver em um "calabouço" no PSG, como definiu sua mãe ao L'Équipe.

"O PSG quer cuidar da vida privada de Adrien (Rabiot) também quando não o quer usar mais. Quer que ele coloque seus pijamas às 21 horas, antes do jogo, em frente à TV, para ir à cama às 23 horas", criticou a mãe do polêmico jogador.

Barcelona já foi considerado destino certo

O futuro de Rabiot é uma incógnita. Um dos motivos que mais irritava os dirigentes do PSG era o interesse do meio-campo em transferir-se para o Barcelona, o maior rival de bastidor do clube francês. Só que o sucesso do brasileiro Arthur, contratado nesta temporada, e a compra de Frenkie de Jong, destaque do Ajax, para a próxima, tornaram improvável a negociação do francês.

O futebol inglês passou a ser especulado como o destino de Rabiot. O jogador tem alto valor de mercado por ter 23 anos e ser considerado volante de grande nível técnico com a bola nos pés. Há alguns dias, o Tottenham foi colocado pela mídia francesa como o principal interessado.

"Sou fã do (Steven) Gerrard e é por conta dele que sou um admirador do Liverpool. Tenho o sonho de jogar lá", já mencionou Rabiot em uma entrevista passada.