Presidente do Comitê Olímpico Japonês anuncia que deixará cargo em junho
Tóquio, 19 mar (EFE).- O presidente do Comitê Olímpico Japonês (JOC), Tsunekazu Takeda, investigado na França pela compra de votos para Tóquio ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2020, anunciou nesta terça-feira que deixará o cargo em junho.
Takeda, de 71 anos, informou hoje sua decisão em uma reunião do JOC, mas desde a semana passada, fontes do comitê japonês antecipavam a iminente renúncia do dirigente, que assumiu o cargo 2001, embora não houvesse certeza se sua saída seria imediata ou ao final do seu mandato, me junho.
Em declarações aos jornalistas após a reunião do JOC, Takeda insistiu que é inocente e afirmou que isso será provado conforme as investigações judiciais avançam na França.
Além disso, o presidente do JOC negou que este caso terá impacto nos preparativos dos Jogos Olímpicos de Tóquio. "Espero que a competição seja um sucesso em todos os sentidos", acrescentou.
O dirigente também disse que espera que sua saída do cargo permita que "jovens líderes" tenham acesso ao esporte olímpico japonês.
Além de presidente do JOC, Takeda é presidente do comitê de marketing do Comitê Olímpico Internacional (COI), cargo que também deixará em junho.
Takeda é investigado na França por "corrupção ativa", devido à suposta compra de votos que levou a capital japonesa a derrotar as candidaturas de Madri e Istambul para sediar os Jogos Olímpicos de 2020.
A origem das suspeitas é o pagamento feito pela candidatura japonesa à empresa de consultoria Black Tidings, cuja sede fica em Singapura, no valor de 230 milhões de ienes (R$ 7,8 milhões) e realizado pouco antes da vitória de Tóquio.
A Justiça francesa acredita que esta transferência, oficialmente destinada à elaboração de dois relatórios, pode ter servido para subornar membros africanos do COI através de tal empresa para favorecer a capital japonesa na escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2020.
Takeda negou em várias ocasiões tal acusação e afirmou que os pagamentos foram uma remuneração em troca dos serviços de consultoria oferecidos pela Black Tidings. EFE