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Juiz 'fortão' diz que porte físico ajuda e que não quer amedrontar jogadores

Anderson Daronco quer ser reconhecido apenas pelo seu desempenho como árbitro - Reprodução/Facebook
Anderson Daronco quer ser reconhecido apenas pelo seu desempenho como árbitro Imagem: Reprodução/Facebook
do UOL

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

11/09/2013 06h00

Com atuações seguras e postura bastante enérgica, o árbitro Anderson Daronco vem ganhando espaço no futebol brasileiro. Aos 32 anos, o professor de Educação Física de Santa Maria-RS também está chamando a atenção pelo seu porte atlético. Com 1,88m e 88kg, ele se destaca fisicamente em relação aos outros profissionais de arbitragem, mas dispensa a alcunha de 'fortão' e alerta: "eu quero ser conhecido por apitar bem".

Para tentar fugir desta 'sina', Daronco, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, fez questão de ressaltar que correr bem e estar sempre perto dos lances não é garantia de uma boa arbitragem: "A questão física eu sei que chama a atenção, mas faz parte de um conjunto de fatores. Não adianta apenas ser um corredor de atletismo e ter velocidade. Não vai dar certo no campo de futebol, vai sempre estar próximo do que aconteceu, mas isso não significa que vai acertar".

No último domingo, Daronco apitou a vitória do Cruzeiro sobre Flamengo por 1 a 0, no Mineirão. O programa Fantástico, da Rede Globo, destacou, além do seu tamanho, a 'bronca' dada em Mano Menezes, após reclamação acintosa do treinador do Flamengo. Apesar de se impor durante as partidas, o juiz que estreou na série A do Brasileirão em 2011 no jogo entre Coritiba e América-MG não quer inibir nenhum jogador: "Escuto comentários que o meu tamanho está amedrontando jogadores,  que eles não reclamam por causa disso ou porque sou grande. Isso não nada a ver, quero fugir disso", disse.

"É claro que a questão física conta, dará condições melhores, mas quero dizer que estou construindo o meu nome na arbitragem, e que isso não será construído só pela parte física", desabafou.

O árbitro diz acreditar que o fato de ter jogado handebol na juventude, no Corinthians Atlético Clube de Santa Maria, auxilia em sua boa condição física para estar mais próximo aos jogadores em campo. “Acho que isso me ajuda bastante, o handebol tem bastante velocidade, vários tiros curtos, giro em velocidade. Era isso que fazia, com pique de 40 metros. Treinava velocidade.”

E para quem vê Daronco agora no seu auge, pode até achar que teve uma trajetória fácil. Entretanto, ele garante que não, e que teve de fazer muitas escolhas profissionais complicadas e se dedicar ao máximo para alcançar o seu objetivo: "Eu trabalhei como professor de educação física em colégio, dando aulas. Mas com o passar do tempo ficou difícil conciliar as duas profissões, pois tinham as viagens. Então começou a ficar ruim para mim. Preferi a carreira de árbitro".

Daronco revelou ainda que se espelha em outros árbitros para aprimorar o seu desempenho. Para ele, Carlos Simon e Leonardo Gaciba, já aposentados, e o experiente Leandro Pedro Vuaden são "modelos a serem seguidos".

Por fim, ele descreveu a sensação que sente quando entra em campo para arbitrar alguma partida, independente da sua importância: "Comecei em jogos menores e peguei o gosto pela coisa. É bem o que falam: quando você entra na arbitragem, é um vício. Quando entra não larga mais".

 

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