Galisteu defende lugar no Carnaval e acolhe Virginia: 'Militância chata'

Adriane Galisteu, 52, acaba de lançar a segunda temporada de "Barras Invisíveis", um reality em formato de documentário que acompanha o dia a dia da apresentadora e de sua família. O primeiro episódio se passa no Carnaval do ano passado, e traz uma resposta aos comentários negativos sobre seu jeito de sambar. "Continuo sambando na cara deles", diz.
Em entrevista a Splash, Galisteu defende que, ao contrário do que dizem os críticos, o Carnaval é para todos. Ela inclusive defende Virginia Foneca, 26, que também foi detonada após ser convidada pela Grande Rio para substituir Paolla Oliveira, 43, no cargo de rainha de bateria.
Eu pertenço ao Carnaval. Meu lugar também é no Carnaval. Aliás, meu lugar é onde eu bem quiser estar. Não vem ninguém querer meter o bedelho onde eu tenho que estar, onde eu posso estar. Eu posso estar onde eu quiser. [...] Eu não vou admitir que ninguém fale nem do meu samba, nem de quem eu sou, nem do que não é o meu lugar. Ai da pessoa de falar isso para mim.
A apresentadora diz que o Carnaval é para "todo mundo" e que, por isso, não há espaço para censuras ou filtros na festa. "O Carnaval é para mim, para você, para minha mãe, para o meu filho. É para a comunidade. É feito por pessoas que amam Carnaval, pelo povo brasileiro. [...] Mas também é feito por mim. E aqui é meu lugar."
Não existe essa censura, essa chatice, uma militância onde não combina a militância. Se tem um lugar que não combina essa bandeira, é no Carnaval. Porque senão o Carnaval vai deixar de ser o Carnaval, para virar uma outra coisa. [...] Muito chata essa militância do Carnaval. Tenha dó. Não combina.
Na produção, Galisteu diz que, no desfile de 2024, optou por vir à frente da escola, chamando atenção para o samba-enredo e homenageando as mulheres da Portela, e não desfilando. O tema do desfile era "Um Defeito de Cor", inspirado em um livro que contava a história de Luiza Mahin, mãe do abolicionista Luiz Gama que foi sequestrada do continente africano quando era pequena. "Eu acho válida toda discussão para deixar a coisa mais igual", completa.
Ela defende Virginia e diz que "acha horroroso" que as pessoas questionem a escolha da influenciadora para o posto de rainha de bateria. "Mesmo que ela não esteja acostumada com o Carnaval, ela foi convidada. É genuíno que ela esteja lá. Por que não? A Grande Rio escolheu ela e tudo bem, assim como um dia escolheu outras pessoas também."
Galisteu desfilou com a Portela pela primeira vez em 1996. Entre passagens pela Unidos da Tijuca, Rocinha e uma pausa de seis anos nos trabalhos carnavalescos, ela voltou à azul e branca em 2023 como madrinha de bateria.
As críticas sobre seu corpo e as roupas que costuma vestir também não incomodam. Ela diz que nunca tentou agradar as pessoas e que, para ela, a história de uma mulher é mais importante que sua idade ou seu visual. "Para quem gosta da vida, envelhecer faz parte. E tem que ser com dignidade, com alegria, dentro daquilo que você acredita que faz parte da sua personalidade", diz.
Reality põe família sob os holofotes
Alexandre Iódice, marido de Galisteu, e Vittorio, filho de 14 anos da apresentadora, são personagens de destaque ao longo do reality. A série também acompanha a rotina de trabalho dos funcionários de Galisteu, como o assessor Xalana e o cabeleireiro Thiago Fortes.
Apesar da exposição, a apresentadora prefere manter partes da vida pessoal reservadas, como a vida sexual com Alexandre. Em um dos episódios, Alexandre e Galisteu visitam uma sex shop. Tudo, porém, tem tom de brincadeira, e o episódio não avança muito na intimidade do casal. Ambos dizem que preferem fazer e não falar sobre sexo, inclusive entre eles.
Eu não me sinto confortável de falar de sexo e nem acho necessário. Quanto mais você abre, mais as pessoas se sentem no direito de meter o bedelho na sua vida. [...] Então eu não me sinto confortável de falar sobre os detalhes. Uma coisa é brincar, falar do sexo no casamento. Isso de uma forma muito rasa e leve. Entrar em detalhes, falar de como a gente se relaciona, eu não gosto, ele não gosta, não faz sentido pra gente.
Em outra passagem, Galisteu, que diz criar o filho para ser "respeitoso" e "educado", leva Vittorio à parada LGBT+. "Eu penso não em abrir a cabeça dele, mas nele ser um ser humano que convive com o diferente da mesma forma. A pessoa ao lado dele pode ser completamente diferente, mas ele trata com a mesma educação em respeito. Ele tem que ser um cara respeitoso", diz.
Nunca negou autógrafo ou foto
A apresentadora garante que é muito acessível para os fãs —e é isso que a produção mostra. Ela é abordada na rua em vários momentos e se mostra disponível para tirar fotos e conversar com os admiradores, até mesmo quando interrompem seu almoço.
Apesar disso, ela diz que seu tempo está cada vez mais curto e que, por isso, alguns admiradores já ficaram chateados com ela. "Às vezes, eu não tenho tempo de dar essa atenção que um fã espera que eu dê. Eles ficam bravos comigo. Muitos fãs viraram a cara pra mim. 'Ah, porque você nunca tem tempo pra sair pra jantar'. Eu não tenho tempo pra sair pra jantar. Quando eu tenho, eu sou a primeira a convidar. Eu já cansei de levar fã pra comer pizza comigo", conta.
Depois que meu filho nasceu, o tempo que eu tenho livre, eu dou para ele. Daqui a pouco, ele não vai ter mais esse tempo paa mim também, e eu vou ficar com essa angústia. [...] Já é difícil eu estar com a minha família por causa da minha agenda. Então, quando eu posso escolher, escolho estar com eles.
Em uma possível terceira temporada, Galisteu quer trazer mais de suas "barras invisíveis". Ela gostaria de falar da otosclerose, doença com a qual foi diagnosticada no ano passado, os desafios de criar um filho adolescente e do envelhecimento.