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Os filmes favoritos de Mikey Madison; um deles é uma comédia adolescente

Mikey Madison levou a estatueta de Melhor atriz por sua atuação em "Anora" - Rich Polk/Penske Media via Getty Images
Mikey Madison levou a estatueta de Melhor atriz por sua atuação em 'Anora' Imagem: Rich Polk/Penske Media via Getty Images
do UOL

De Splash, em São Paulo

05/07/2025 12h00

Mikey Madison está entre as atrizes mais promissoras do cinema atual, principalmente após vencer o Oscar 2025 de melhor atriz por sua atuação em "Anora", de Sean Baker. Em diferentes entrevistas ao Letterboxd e ao canal do YouTube da Criterion, ela revelou quais são seus dez filmes favoritos.

Abaixo, conheça a seleção de Mikey Madison. Vale dizer que eles não estão em ordem —pois ela não necessariamente fala deles como ranking.

Mikey Madison em cena de 'Anora' - Universal/Divulgação - Universal/Divulgação
Mikey Madison em cena de 'Anora'
Imagem: Universal/Divulgação

Paris, Texas (1984)

Dirigido por Wim Wenders, "Paris, Texas" acompanha Travis (Harry Dean Stanton), um homem que reaparece após quatro anos desaparecido no deserto. Reencontrado por seu irmão Walt (Dean Stockwell), ele tenta se reconectar com o filho Hunter (Hunter Carson) e com Jane (Nastassja Kinski), sua ex-companheira. A jornada leva Travis a confrontar seu passado e as razões de seu isolamento. Filmado com sensibilidade e paisagens desoladoras, o drama explora temas como solidão, redenção e laços familiares. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, o filme é celebrado por sua narrativa poética e atuações marcantes.

"Paris, Texas" não está disponível em streaming no Brasil.

Loulou (1980)

Dirigido por Maurice Pialat, Loulou retrata o tumultuado romance entre Nelly (Isabelle Huppert), uma mulher de classe média insatisfeita com seu casamento, e Loulou (Gérard Depardieu), um sedutor marginal sem ambições. O filme explora a atração física e a dinâmica de poder no relacionamento dos dois, enquanto Nelly se divide entre o conforto burguês e a paixão autodestrutiva. Com diálogos cruéis e cenas de forte realismo, Pialat critica as convenções sociais e a natureza contraditória do desejo. O longa foi premiado no Festival de Cannes e é considerado um marco do cinema francês moderno.

"Loulou" não está disponível em streaming no Brasil.

Prince of Broadway (2008)

Dirigido por Sean Baker, "Prince of Broadway" acompanha Lucky, um imigrante ganense que vende produtos falsificados em Nova York. Sua vida vira de cabeça para baixo quando um ex-namorado de sua amiga deposita um bebê em seus braços, alegando que ele é o pai. Entre golpes e dificuldades, Lucky tenta equilibrar a sobrevivência no submundo do comércio ilegal com os imprevistos da paternidade. Filmado com estilo quase documental e atores não profissionais, o drama captura a resistência dos marginalizados com humor e humanidade, antecipando o olhar social que Baker levaria a "Projeto Florida".

"Prince of Broadway" não está disponível em streaming no Brasil.

Cada um Vive Como Quer (1970)

Dirigido por Bob Rafelson, "Cada um Vive Como Quer" acompanha Bobby Dupea (Jack Nicholson), um pianista talentoso que abandona sua vida burguesa para trabalhar em plataformas de petróleo. Quando descobre que o pai está doente, ele retorna à família culta e distante que rejeitou, levando a namorada Rayette (Karen Black), uma garçonete despretensiosa. O filme explora o conflito entre identidade e classe social, com Nicholson brilhando como um anti-herói irascível e deslocado. A cena do diner ("hold the chicken") é icônica. Um marco do cinema americano dos anos 1970, misturando crítica social e melancolia existencial.

"Cada um Vive Como Quer" está disponível para aluguel na Apple, Amazon Video e Claro Video.

Sem Destino (1969)

Dirigido por Dennis Hopper, "Sem Destino" segue Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Hopper), dois motoqueiros que cruzam os EUA vendendo drogas e buscando liberdade. Na estrada, encontram um advogado (Jack Nicholson) e enfrentam o preconceito de uma América conservadora. Com sua trilha sonora icônica (Hendrix, Dylan, The Byrds) e estilo cru, o filme captura o espírito da contracultura dos anos 1960, celebrando a rebeldia e expondo a hipocrisia social. O final chocante solidificou seu status como manifesto geracional. Um marco do cinema independente, premiado em Cannes e símbolo da era hippie.

"Sem Destino" está disponível para aluguel na Apple e na Amazon Video.

Take Out (2004)

Dirigido por Sean Baker e Shih-Ching Tsou, "Take Out" acompanha Ming Ding, um imigrante chinês ilegal em Nova York que trabalha como entregador de comida. Endividado com coiotes, ele tem um dia para pagar US$ 800, enfrentando chuva, clientes hostis e a pressão do relógio. Filmado com estilo documental e atores não profissionais, o drama expõe a realidade brutal dos trabalhadores invisíveis da cidade.

"Take Out" não está disponível online.

A Professora de Piano (2001)

Dirigido por Michael Haneke, "A Professora de Piano" acompanha Erika Kohut (Isabelle Huppert), uma professora de piano reprimida e dominada pela mãe, que desenvolve uma relação obsessiva e sádica com Walter (Benoît Magimel), um aluno mais jovem. O filme explora temas como voyeurismo, poder e perversão, desafiando os limites do desejo e da violência psicológica. Com atuações intensas e uma narrativa crua, Haneke constrói um estudo perturbador sobre a solidão e a autodestruição. Vencedor do Prêmio de Melhor Atriz e Ator em Cannes, o longa é um marco do cinema provocativo e psicológico.

"A Professora de Piano" está disponível no Telecine.

O Diário da Princesa (2001)

Dirigido por Garry Marshall, "O Diário da Princesa" acompanha Mia Thermopolis (Anne Hathaway), uma adolescente desajeitada que descobre ser herdeira do trono de Genóvia. Sob a tutela da rígida avó, a Rainha Clarisse (Julie Andrews), Mia enfrenta lições de etiqueta enquanto equilibra a vida escolar e seus sentimentos pelo popular Josh (Erik von Detten). Com humor e charme, o filme mescla conto de fadas moderno e coming-of-age, celebrando autenticidade e autoconfiança. O sucesso alavancou a carreira de Hathaway e rendeu uma sequência. Um clássico leve e inspirador do cinema adolescente dos anos 2000.

"O Diário da Princesa" está disponível na Disney+.

Gilda (1946)

Dirigido por Charles Vidor, Gilda é um noir clássico que gira em torno de Johnny Farrell (Glenn Ford), um jogador que se torna capanga do milionário Ballin Mundson (George Macready). A trama se complica com a chegada de Gilda (Rita Hayworth), esposa de Mundson e antigo amor de Johnny, cuja relação tóxica e cheia de tensão sexual impulsiona o drama. Com diálogos afiados, clima de mistério e a icônica cena de Hayworth cantando "Put the Blame on Mame", o filme se tornou um símbolo do cinema noir, celebrado pela química explosiva do trio e pela atmosfera de traição e desejo.

"Gilda" está disponível na Belas Artes à la Carte.

Os Olhos Sem Rosto (1960)

Dirigido por Georges Franju, Les Yeux sans visage (Os Olhos Sem Rosto) segue o Dr. Génessier (Pierre Brasseur), um cirurgião obcecado em reconstruir o rosto desfigurado da filha Christiane (Édith Scob) através de transplantes ilegais. Com ajuda de sua assistente, ele sequestra jovens mulheres, numa atmosfera de terror poético e melancolia. A cena da máscara de Christiane é icônica. Misturando horror gótico e beleza surreal, o filme chocou na época, mas hoje é cultuado por sua estética elegante e narrativa perturbadora. Uma influência seminal para o cinema de terror psicológico.

"Os Olhos Sem Rosto" não está disponível em streaming.