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Babás ajudaram Murilo Huff a assegurar guarda do filho com Marília; entenda

do UOL

Gabriel Perline

Colaboração para Splash, em São Paulo

05/07/2025 05h30

As babás que cuidam diariamente de Leo, 5, tiveram um papel fundamental na vitória de Murilo Huff, 29, contra Ruth Moreira em sua briga pela guarda de seu filho. Na audiência realizada na última segunda-feira, o sertanejo apresentou à Justiça áudios trocados pelas funcionárias e entregues por elas mesmas à equipe dele, que continham ordens expressas da mãe da cantora Marília Mendonça (1995-2021) para omitirem informações relevantes sobre a saúde da criança.

O juiz então avaliou que o teor das mensagens quebrava os princípios da guarda compartilhada. Segundo Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro, da 2ª Vara de Família do Tribunal de Justiça de Goiânia, os atos de Ruth configuravam "violação do dever de transparência e clara afronta à função protetiva da guarda compartilhada".

Leo é portador de diabetes mellitus tipo 1, condição crônica que demanda vigilância rigorosa, aplicação diária de insulina e alimentação controlada. Além de constante supervisão, os tutores do menino precisavam estar alinhados nos conhecimentos de quaisquer outras condições de saúde que pudessem interferir nos cuidados de sua doença.

Ao analisar os áudios entregues à defesa de Murilo pelas próprias babás do menino, o juiz detectou negligência por parte de Ruth. Segundo o juiz, negligência que poderia trazer consequências gravíssimas à saúde do próprio neto. Na decisão da audiência, obtida por Splash, foram destacadas algumas frases comprometedoras atribuídas à mãe de Marília Mendonça.

Ao dar ordens às funcionárias, ela proferiu as seguintes instruções: "Não fala pro Murilo que ele [Leo] tá tomando antibiótico", "Esconde o remédio", e "o Murilo quer se meter onde não sabe". Essas informações eram essenciais para o conhecimento do pai, tendo em vista que determinados medicamentos podem alterar a quantidade de açúcar no sangue da criança, levando a quadros de hiperglicemia ou hipoglicemia —condições que devem ser evitadas a quem é diabético.

Tais frases extraídas dos áudios trocados pelas babás de Leo foram interpretadas pelo magistrado como uma tentativa de Ruth em sabotar Murilo em seu papel como pai.

A sabotagem da autoridade do genitor, o bloqueio sistemático do fluxo de informações relevantes, a tentativa de construir no imaginário infantil a falsa ideia de que o pai é ausente, incompetente ou irrelevante, são práticas que configuram atos de alienação parental, com consequências severas e duradouras ao desenvolvimento afetivo da criança. Juiz Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro, na decisão

Decisão favorável ao pai

O juiz concedeu a liminar para Murilo Huff contra Ruth, alterando a guarda de Leo de compartilhada para unilateral. Na decisão, ele aponta as provas apresentadas pelo cantor como graves e urgentes, tendo em vista a gravidade do quadro clínico da criança. Além disso, frisou que Ruth quebrou o elo de confiança com o pai de seu neto, e foi apontada como uma tutora negligente ao tentar omitir de Murilo informações cruciais para manter o pequeno Leo vivo e saudável.

A urgência, neste caso, é manifesta, uma vez que se trata da proteção de criança em situação de vulnerabilidade, exigindo pronta atuação do Poder Judiciário para prevenir prejuízos de difícil ou impossível reparação. Diante desse cenário, impõe-se a atuação célere e eficaz do Estado-Juiz para garantir o pleno exercício do poder familiar pelo genitor e assegurar ao menor um ambiente saudável, seguro e promotor de seu desenvolvimento integral. Trecho da decisão

Murilo e Ruth dividiam a guarda de Leo desde setembro de 2022, dez meses após a morte de Marília Mendonça. O cantor, na ocasião, concedeu a partilha na tutela da criança porque, na época, ainda mantinha uma boa relação com a ex-sogra. A decisão do músico de pedir alteração teria acontecido após ele ter conhecimento de que Ruth escondia informação dele e criava situações para que o menino acreditasse que ele não se importava com o filho, o que caracterizaria alienação parental.

Desse modo, não há outra solução juridicamente aceitável senão a inversão do lar referencial do menor, passando a ser o do autor, ora genitor, como medida de proteção integral, assegurando-se, ao mesmo tempo, o direito de convivência da avó materna em termos que resguarde aquilo que verdadeiramente importa: o bem-estar da criança. Trecho da decisão

Outro lado

Splash tentou um novo contato com os advogados de Ruth na noite de sexta-feira para se posicionarem a respeito dos áudios trocados pelas babás de Leo, mas até a publicação deste texto eles não responderam. O espaço continua aberto e o texto será atualizado caso se manifestem.

Em nota enviada na última quinta-feira, o advogado Robson Cunha afirmou que a mãe de Marília Mendonça irá recorrer desta decisão, e ainda acusou Murilo Huff de não se importar com o próprio filho, e que o cantor queria apenas se aproveitar desta situação para promover sua carreira musical.

A exposição que o autor vem fazendo do processo demonstra que a sua preocupação não é e nunca foi com o bem-estar da criança, mas, sim, transformar o caso numa situação circense e obter a almejada atenção da mídia, tal qual ocorreu no falecimento da Marília. A avó, visando exclusivamente a saúde e bem-estar do neto, que sofre muito com toda essa exposição, permanecerá em silêncio até o resultado do processo.

"Tenham certeza que agora é que esse processo será iniciado", continuou a nota. "Existem muitas informações e provas que vão mudar totalmente o curso dessa ação. Não se deixem enganar com o silêncio da avó, ele existe para proteger um bem maior, que é a vida do Léo. Ela tem se mantido firme aos ataques injustos que vem sofrendo e assim ficará até o final", afirmou o advogado.