'F1' agrada grandes fãs, mas dialoga mesmo com leigos: 'Grande mérito'
"F1" chega às salas de cinema amanhã com Brad Pitt, Joseph Kosinski e Lewis Hamilton no elenco e como uma das grandes apostas de bilheteria para 2025. A avaliação é dos jornalistas Vitor Búrigo e Flavia Guerra, que comentam o filme no videocast Plano Geral desta quarta-feira.
O novo longa acompanha um piloto ficcional, Sonny Hayes, que na década de 1990 era o "mais promissor" da Fórmula 1 —até que um acidente na pista encerrou sua carreira. Trinta anos depois, ele é convencido a voltar a correr e se tornar o melhor a nível mundial.
Rodrigo França, especialista em Fórmula 1 e convidado no Plano Geral, diz que a ideia do filme foi unir dois públicos: quem ama corridas e é fã de Fórmula 1 e quem é iniciante no tema. "Esse é o grande mérito do filme", diz.
[O filme] Ele dá um pequeno agrado aos grandes fãs, com aparição do Senna, o som do motor da época dos anos 1990, o lugar onde acontecem os acidentes, as dinâmicas de estratégia... tem algumas coisas ali incluídas para quem é realmente fã. Parece que ele dá um aperitivo, mas fala mesmo com o público que nunca viu corrida. Rodrigo França, especialista em Fórmula 1
Ainda assim, Rodrigo destaca que o filme tem inconsistências que podem não agradar aos mais experts no tema. "Não é um documentário, é um filme. Se você aceita isso, acha legal", afirma. "O carro de corrida é mostrado aqui como o protagonista, e parece mesmo que você o está pilotando —de forma mais realista do que ver a própria Fórmula 1".
Gravado ao longo de toda uma temporada do esporte, o filme tem cenas realizadas durante os finais de semana dos principais circuitos da modalidade, como Cidade do México, Silverstone, Monza, Las Vegas e Abu Dhabi. "Para quem gosta de corrida, isso vira um documento histórico", pontua Rodrigo.
Flavia Guerra diz que o filme é "muito bem realizado" e "tem muito para ser o sucesso da temporada". "É um roteiro bem escrito, que tem humor, romance —não precisava, mas tem—, e você acompanha muito o que é a Fórmula 1 de dentro do cockpit —a garagem, a engenharia toda e a tensão", adianta.
Além da análise sobre "F1", o Plano Geral abordou outros destaques da semana. Confira:
Festa do Cinema Italiano no Brasil
Com uma programação "muito aguardada", começa amanhã a 8½ Festa do Cinema Italiano. Esta é a 12ª edição do evento que traz títulos inéditos, pré-estreias e clássicos italianos às salas de cinema de Norte a Sul do Brasil.
Flavia Guerra, que integra a equipe do festival, diz que o evento contará com "filmes marcantes", bem como "o que há de mais novo" no cinema contemporâneo do país. Ao todo, 23 cidades brasileiras terão exibições —inclusive, algumas gratuitas.
Entre os destaques está o clássico de 1960 "La Dolce Vida" (Federico Fellini), exibido em cópia restaurada, adianta Flavia. "É uma emoção", diz. "Este é um filme do qual não me canso".
"Vermiglio" (Maura Delpero), o escolhido da Itália para concorrer ao Oscar deste ano, também está na programação. O filme retrata um drama familiar ambientado no final da 2ª Guerra, discutindo temas como moralismo. "É um filme de época muito contemporâneo", pontua Flavia.
A jornalista ainda destaca o musical histórico "Gloria" (Margherita Vicario) e o drama biográfico "A Grande Ambição" (Andrea Segre), sobre um dos líderes comunistas na Itália. O festival acontece até 2 de julho.
"O Último Azul" traz Brasil ficcional e estreia em Gramado
"O Último Azul", novo longa-metragem de Gabriel Mascaro, foi escolhido para abrir a 53ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que começa em 13 de agosto. Esta será a primeira exibição no Brasil do filme que venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim deste ano.
O filme aborda um cenário distópico no qual o governo transfere idosos para uma colônia habitacional na Amazônia, com a intenção de que desfrutem de seus últimos anos de vida em um "exílio compulsório". "É um dos filmes brasileiros mais esperados de 2025", indica Vitor Búrigo.
É um filme ainda muito misterioso. Que utiliza a ficção científica e pensamentos absurdos que, às vezes, estão muito próximos da gente. Traz esse Brasil ficcional, mas ao mesmo tempo muito real. Vitor Búrigo
Flavia Guerra diz que o diretor é "mestre" em criar "hiper-realidades", e conseguiu refletir um tema atual —ainda mais no Brasil. "Gabriel Mascaro é um diretor muito visual, que cria realidades absurdas", avalia. "Este é um filme que vai dar muito o que falar sobre como a gente trabalha a nossa velhice. O Brasil é um país que está envelhecendo, e nós temos muito preconceito com a terceira idade".
Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.