Marcha do Orgulho na Hungria recebe apoio de algumas embaixadas estrangeiras, mas não dos EUA
BUDAPESTE (Reuters) - Reino Unido, França, Alemanha e outros 30 países expressaram apoio na segunda-feira à comunidade LGBTQ da Hungria e à marcha do Orgulho de Budapeste em 28 de junho, que foi proibida pela polícia depois que o governo a classificou como potencialmente prejudicial às crianças.
No entanto, os Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump compartilha a desconfiança do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán em relação aos esforços para promover a diversidade e os direitos dos transgêneros, não assinaram uma declaração das embaixadas dos países apoiando a marcha.
O Parlamento, no qual o partido Fidesz de Orbán tem a maioria, aprovou uma lei em março que criou uma base legal para a polícia proibir as marchas do Orgulho da comunidade LGBTQ com base no argumento de que a proteção das crianças deve se sobrepor ao direito de reunião.
Os críticos veem a medida de proibir o Orgulho como parte de uma repressão mais ampla às liberdades democráticas antes das eleições gerais do ano que vem, quando Orbán enfrentará um forte adversário da oposição, que, segundo algumas pesquisas de opinião recentes, está à frente.
O governo de Orbán promove uma agenda fortemente cristã-conservadora, e o Fidesz tem tentado atender aos eleitores conservadores, principalmente na zona rural, antes das eleições.
A aprovação da nova lei permitiu que a polícia proibisse a 30ª Marcha do Orgulho na semana passada, mas o prefeito progressista de Budapeste e os organizadores do evento disseram que a marcha será realizada apesar da proibição da polícia em 28 de junho.
"Na 30ª ocasião do Festival do Orgulho de Budapeste, nós, as embaixadas e institutos culturais abaixo assinados, reafirmamos nosso apoio às pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e queer (LGBTIQ+) na Hungria e em todo o mundo", diz a nota das embaixadas.
A nota acrescenta que a Marcha do Orgulho de Budapeste "tem sido um símbolo de resiliência e progresso, refletindo o papel vital das pessoas LGBTIQ+ no desenvolvimento da democracia".
Orbán, no poder desde 2010 no país da Europa Central membro da União Europeia, se apresenta como defensor dos valores familiares e disse em fevereiro que os organizadores não deveriam nem se preocupar em organizar a Marcha do Orgulho em Budapeste este ano.
(Reportagem de Krisztina Than)