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Renato Albani: 'Preconceituoso é pensar que cadeirante não entende piada'

do UOL

De Splash, em São Paulo

19/05/2025 05h30Atualizada em 19/05/2025 07h40

Renato Albani, 39, tem se consagrado no cenário da comédia nacional. No mês passado, vendeu 40 mil ingressos em 24 horas, feito histórico para um humorista.

Engenheiro de formação, trocou de área quando descobriu o stand-up comedy. "Na época parecia simples, depois a gente vê que não tem nada de simples. Na real, era muito difícil, tive péssimos shows no começo, mas senti que era aquilo que eu gostava, que era aquilo que eu queria, e aí eu investi em conhecimento, estudar e ir para São Paulo para tentar entender como é que as coisas funcionavam", conta em entrevista a Splash.

Albani defende que não existe assunto proibido quando sobe no palco. "Nenhuma arte pode ser limitada. As pessoas têm muito isso com a comédia, né? Falam no limite da comédia, mas não tem um limite para o drama, ação, aventura, mas para comédia tem".

As pessoas que não se informam o suficiente deveriam se preocupar de serem ignorantes para não entender que o que eu estou fazendo é uma arte, assim como uma pintura ou um filme. Não pode fazer piada com cadeirante, por quê? Você acha que o cadeirante não vai entender como piada? Eu acho que é preconceituoso com cadeirante achar que ele não vai entender que aquilo é uma piada.
Renato Albani

Mesmo assim, ele ressalta que há certos cuidados durante a apresentação. "Também não é lá qualquer coisa, porque a gente fala para o público, mas o humorista inteligente ele tem que falar o que quer de uma forma que chegue nas pessoas".

Hoje, a comédia é a principal fonte de renda de Albani, que também anda investindo em criptomoeda. O humorista criou uma carteira aberta para mostrar o quanto investe e como funciona seus rendimentos, além de virar sócio de uma academia de criptomoeda. A ideia é tentar educar o público dele e ensinar a investir.

Eu já fui professor no Senai, já dei aula para pré-vestibular, então esse lance da educação sempre pegou para mim. Eu acho muito importante o conhecimento, a educação, para você saber o que você está fazendo na sua vida, sem depender 100% de outras pessoas.

Novo show

O humorista acabou de estrear a nova turnê e vai rodar o país com as apresentações até chegar a Portugal, em novembro. E Albani promete dar algumas alfinetadas (bem-humoradas, claro) nas novas gerações. "Eu vou fazer 40 anos, e a minha geração é a última da história que não teve tecnologia, não teve redes sociais, e eu acho que é um ponto para a gente. A minha geração soube aproveitar melhor isso, não a geração que está chegando, que já nasceu dentro disso, e anda mais depressiva, ansiosa, mentalmente abalada".

Segundo o humorista, além de fazer rir, a ideia é sempre trazer algum tipo de reflexão ao público. "Meus shows sempre têm uma reflexão ali por trás, porque é para isso, né? Acho que eu consigo levar um pouco mais do que a piada só por piada para as pessoas. Eu consigo levar um pouquinho de pensamento, informação, que é o que eu venho trazendo, que é o que eu gosto".

Questionado sobre o que faz ele rir, Albani diz "ver graça" em "tudo na vida". "Eu falo isso com minha mulher muitas vezes. Às vezes até tragédia, coisa ruim, eu falo 'caramba, isso é engraçado'. Ela: 'não é engraçado'. Cara, é. Se você conseguir olhar por um lado, é isso, tem uma graça envolvida".

Eu não sou palhaço que faz graça o tempo inteiro, de jeito nenhum. Mas eu consigo ver graça nas coisas o tempo inteiro. Mas o que me traz felicidade é estar com minha mulher, minha família, meus amigos... Quando a gente se encontra é muito legal, eu sou fã dos meus amigos. Então, com situações da vida, eu acabo me divertindo muito, me trazem muita alegria.
Renato Albani

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