'Não acreditava': como Tony Hawk e TV turbinaram carreira de Bob Burnquist?
Considerado uma das lendas do skate brasileiro, Bob Burnquist, 48, é destaque do game "Tony Hawk's Pro Skater 3+4", que será lançado em 11 de junho, para PlayStation, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC. Desde 1999 inserido no mundo dos games, o esportista se diz grato por como o jogo e o espaço de televisão o ajudaram a ficar conhecido fora da bolha do skate.
O jogo traz a interatividade e a TV te leva a pessoas que não são do skate e acaba sendo uma ponte, pelo menos, para olhar e falar: 'nossa que legal essa atividade'. O skate não é só competição, é diferente de outras atividades, é um lifestyle, tem toda uma cultura em volta. E levar essa cultura para a TV e, depois, para o jogo é muito bom. Os dois juntos fizeram com que eu tivesse uma atenção e uma visibilidade muito maior.
Bob Burnquist, em entrevista para Splash na Gamescom Latam 2025
Burnquist foi convidado pelo skatista norte-americano Tony Hawk para participar do game de skate em 1999. O gesto do colega de profissão em colocar um desconhecido num projeto em ascensão foi crucial para impulsionar os passos do brasileiro no universo do esporte.
As pessoas me conhecem pelo jogo. Muitas pessoas falam comigo até hoje sobre: 'pô, sempre jogava com você, você era o brasileiro'. Não pelo skate, mas por mim, como pessoa, como personagem e como skatista, foi um salto quântico de reconhecimento.
O game e a TV, na visão de Burnquist, também foram importantes para popular o skate no Brasil. "O jogo levou o skate pro ambiente familiar. Você pode ter uma interação com pai, mãe, irmão, vó e todo mundo jogando e, de repente, aprendendo os nomes das manobras. Lembro que as pessoas vinham e falavam: 'ah, o que é um kickflip indie?' e uma senhorinha, que não tem nada a ver com skate, entendeu porque jogou com o filho".
"Cenário do Rio de Janeiro é muito legal"
Sem dar spoilers, Bob Burnquist detalha que o novo "Tony Hawk's Pro Skater 3+4" trará sua versão atualizada com manobras para lá de radicais. Além disso, o fato de usar o cenário do Rio de Janeiro e contar com as skatistas brasileiras Leticia Bufoni e Raissa Leal deixaram o game especial.
Como não estive no Hawk 3, de certa forma, vai ser a primeira vez que meu personagem apresenta alguns níveis diferentes de jogabilidade. O fato de o Rio de Janeiro ser a cidade escolhida é muito legal. Sou carioca e, antes, eu era o único brasileiro no jogo. Dessa Vez, Letícia Buffoni e Raíssa Leal veem junto com a bandeirinha do Brasil. São mais personagens brasileiros, mais oportunidades e acho que isso, para nós, brasileiros, é muito legal.
Fora do universo dos games e skate, Bob Burnquist vive momento de empreendedor. Ele acabou de abrir um negócio focado na área da saúde após passar anos "se quebrando" com manobras radicais pelo mundo. "Vivi caindo e me recuperando. Então, iniciei esse projeto como uma solução. Sou vegetariano e trago essa ilustração pura e visão de planta para um projeto de health tech. Também estou focado nos eventos de skate do Instituto Skate Cuida para ajudar pessoas".
Burnquist ri ao dizer que não existe segredo para evitar "se quebrar" no skate. Para ele, não pode ter medo de falhar e viver intensamente. "É se quebrar e ver que não é tão ruim assim, porque é só se recuperar, comer bem... Faz parte. Não pode ter medo de falhar ou de cair".