'Queremos arruinar momentos cotidianos', afirma elenco do novo 'Premonição'
A saga "Premonição" é conhecida por transformar situações corriqueiras do dia a dia em um momento sinistro e sanguinário. Quem nunca ficou apreensivo ao ver um caminhão com toras de madeira em uma estrada? Ou pensou duas vezes antes de fechar uma câmara de bronzeamento? Em entrevista a Splash, o elenco de "Premonição 6: Laços de Sangue", que chega hoje aos cinemas, revela que "arruinar momentos corriqueiros para o público" é o principal objetivo da série de filmes.
O objetivo deles [produtores], e nosso, é arruinar as coisas para as pessoas. É isso que nos propusemos a fazer. Arruinar os empregos das pessoas, seus meios de subsistência. Estamos arruinando indústrias. Estamos tirando tudo.
Anna Lore, intérprete de Júlia Campbell, em conversa com Splash
A declaração, embora feita de forma brincalhona, reflete o legado da série: transformar objetos e situações banais em fontes de ansiedade. Seja um voo comercial ou um elevador. Agora, "Premonição 6" deixa sua marca em algo ainda mais cotidiano (e potencialmente mortal), fazendo o público desconfiar até de um simples churrasco em família.
Entre as sequências favoritas dos atores, algumas foram destacadas: "Timmy sendo esmagado pelo vidro no segundo filme", disse Richard Harmon, o Erik do novo filme —é ele quem protagoniza a cena que ficou famosa nas redes ao envolver um estúdio de tatuagem e piercings. Eles também citaram a cena do primeiro filme, no qual uma garota é atropelada por um ônibus e a famosa sequência da morte na câmara de bronzeamento artificial.
Além das mortes violentas, já esperadas pelos fãs da franquia, "Premonição 6" também teve um roteiro adaptado para honrar o ator Tony Todd. Intérprete de William Bludworth, o misterioso agente funerário que aparece nos filmes 1, 2, 3 e 5, estava doente durante as filmagens, e morreu em 2023. Segundo o Zach Lipoysky, codiretor do longa, apesar da fragilidade física, Todd estava "cheio de alegria" no set: "Ele adorou reinterpretar Bludworth e foi incrível com o elenco".
Criamos o filme sabendo que ele estava muito doente. Construímos a história em torno dele, dando mais pano de fundo ao personagem --algo misterioso nos filmes anteriores-- mas também uma despedida digna.
Zach Lipovsky, codiretor do novo filme
O momento mais poderoso veio em sua última cena, segundo Lipovsky. "Pedimos que ele deixasse o roteiro de lado e falasse o que sentia. No filme, quando ele quase quebra a quarta parede —falando diretamente ao público—, aquilo é Tony falando sobre valorizar cada minuto da vida. Foi genuíno e poderoso".
Era sobre celebrar seu legado. Essa cena captura a essência do que ele acreditava — e o que 'Premonição' sempre questionou: a preciosidade da vida.
Quebrando o padrão da saga
"Premonição" já é conhecida por suas mortes absurdas e reviravoltas macabras, mas, para "Premonição 6: Laços de Sangue", a equipe tinha um objetivo claro: surpreender até os fãs mais hardcores. Em entrevista, o codiretor Adam B. Stein revelou que, longe de sentir a pressão de continuar a saga, ele e a equipe estavam "mais animados do que com medo".
Amamos 'Premonição' e estávamos muito animados para fazer nossa própria versão. A principal preocupação era que o filme não fosse previsível. Queríamos que fosse sempre surpreendente, porque não queríamos fazer somente o que o público espera.
Adam B. Stein
Stein admitiu que os filmes anteriores criaram uma certa fórmula, mas a missão do sexto capítulo era subverter as expectativas. "Os filmes desenvolveram um padrão, e queríamos ter certeza de que o público ainda fosse pego de surpresa", explicou.
No novo filme, Stefanie (Kaitlyn Santa Juana) tem visões terríveis da morte de sua família. Para salvá-los, ela precisa encontrar sua avó Iris (Gabrielle Rose/Brec Bassinger), a única que já escapou da maldição décadas atrás. Agora, a Morte voltou —e quer acertar contas.
Uma das grandes apostas para renovar a história foi o foco na trama familiar. "Isso trouxe oportunidades para explorar personagens, emoções e relacionamentos de um jeito diferente", disse Stein.
Além disso, a estrutura temporal do filme foi pensada para confundir até os superfãs. "Começar no passado e depois avançar para o presente manteve tudo fresco. Queríamos que o público pensasse: 'Ah, talvez eu não saiba o que acontece a seguir'", afirma.