O filme favorito do papa Francisco, e outros três que marcaram sua vida

Em entrevista publicada no livro "Lo sguardo: porta del cuore" (O olhar: porta do coração, em tradução livre), em 2021, o papa Francisco revelou qual é seu filme favorito e outros títulos que impactaram sua vida. Veja abaixo quais foram os citados e onde assistir aos longas.
"A Estrada da Vida" (1954)
Federico Fellini é o diretor deste longa, o predileto do papa Francisco. Ele narra a comovente história de Gelsomina, uma jovem vendida para Zampanò, um artista de rua agressivo. Juntos, cruzam a Itália em uma jornada de sofrimento e autodescoberta, enquanto Gelsomina busca seu lugar no mundo. A obra venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1957 e está disponível no Belas Artes À La Carte.
"A estrada da vida" de Fellini é o filme de que eu mais gostei. Eu me identifico muito nesse filme, em que encontramos uma referência implícita a São Francisco. Fellini soube dar uma luz inédita ao olhar sobre os últimos. Nesse filme, o relato sobre os últimos é exemplar e é um convite a conservar o seu precioso olhar sobre a realidade Papa Francisco
"Roma, Cidade Aberta" (1945)
Dirigido por Roberto Rossellini, o filme acompanha a resistência italiana durante a ocupação nazista em Roma. Comunistas e católicos se unem para enfrentar a brutalidade alemã, tendo como símbolo dessa luta um padre que ajuda os guerrilheiros. Considerado um marco do neorrealismo, foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. Está disponível no Belas Artes À La Carte e para aluguel no Apple TV.
Entre os 10 e os 12 anos, acho que vi todos os filmes com Anna Magnani e Aldo Fabrizi, incluindo "Roma, cidade aberta", de Roberto Rossellini, que amei muito. Para nós, crianças na Argentina, esses filmes foram muito importantes, porque nos fizeram entender em profundidade a grande tragédia da Guerra Mundial Papa Francisco
"A Festa de Babette" (1987)
Sob a direção de Gabriel Axel, o filme narra a vida de Babette, uma refugiada francesa. Na trama, a personagem principal encontra refúgio em uma comunidade protestante da Dinamarca. Ao ganhar na loteria, ela decide agradecer oferecendo um banquete luxuoso, provocando transformações profundas nos moradores locais. A produção conquistou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1988 e está disponível no Prime Video.
[Conservar a "memória por imagens"] é um discurso decisivo para o futuro. Na minha experiência de padre, recorri várias vezes à "memória por imagens": na Amoris laetitia, refiro-me ao filme "A Festa de Babette", de Gabriel Axel (1987), para explicar a importância da "alegria de fazer as delícias dos outros" Papa Francisco
"A Culpa dos Pais" (1943)
Vittorio De Sica conduz este drama sobre Pricò, um menino de quatro anos abandonado pela mãe. Ele testemunha a desintegração de sua família após a mãe ir embora em busca de uma nova paixão. O filme destaca a vulnerabilidade da infância diante das falhas dos adultos, antecipando o estilo neorrealista que marcaria a carreira do diretor. O filme está disponível no Belas Artes À La Carte.
"A culpa dos pais" é um filme de 1943 de Vittorio De Sica que eu gosto de citar frequentemente, porque é muito bonito e rico em significados. Em muitos filmes, o olhar neorrealista foi o olhar das crianças sobre o mundo: um olhar puro, capaz de captar tudo, um olhar límpido através do qual podemos identificar imediata e nitidamente o bem e o mal Papa Francisco