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Abuso sexual e união LGBT: livro do papa Francisco aborda temas sensíveis

Papa Francisco fez um discurso no Castelo de Laeken, em setembro de 2024, em visita à Bélgica - ALBERTO PIZZOLI/AFP
Papa Francisco fez um discurso no Castelo de Laeken, em setembro de 2024, em visita à Bélgica Imagem: ALBERTO PIZZOLI/AFP
do UOL

De Splash, em São Paulo

21/04/2025 07h05

O livro "Vida: A minha história através da História", autobiografia do papa Francisco, será adaptado para o cinema. O pontífice intercala a trajetória pessoal com eventos marcantes da história mundial, e expõe pensamentos do religioso sobre questões que dividem opiniões dentro e fora da Igreja Católica.

Livro não minimiza a questão dos abusos sexuais cometidos por religiosos, reconhecendo o sofrimento das vítimas e a necessidade de a Igreja combater o problema. Francisco também ressalta a necessidade de punição dos culpados.

Penso na questão dos abusos: quantas pessoas sofreram, chegaram até mesmo a cometer suicídio, por culpa de algum religioso que abusou delas quando eram crianças? É preciso pensar nas vítimas, escutá-las e acompanhá-las, lembrando sempre de que elas foram traídas por quem deveria protegê-las e guiá-las ao longo do caminho indicado por Deus.

Publicação defende a necessidade de a Igreja acompanhar os fiéis homossexuais no "caminho de fé", condenando discriminações e atos de violência contra essas pessoas. Ele condena iniciativas que buscam equiparação entre "uniões homossexuais" e "matrimônio".

As uniões civis são outra coisa, e a esse respeito eu já disse várias vezes ser justo que essas pessoas que vivem o dom do amor possam ter cobertura jurídica, assim como todas as outras. Jesus frequentava e muitas vezes ia ao encontro de pessoas que viviam à margem, que viviam nas periferias existenciais, e é isso o que a Igreja deveria fazer hoje com as pessoas da comunidade LGBTQIAP+.

Papa Francisco - Xinhua/Evandro Inetti/ZUMAPRESS - Xinhua/Evandro Inetti/ZUMAPRESS
Papa Francisco na praça de São Pedro, em Roma
Imagem: Xinhua/Evandro Inetti/ZUMAPRESS

Há menção no livro sobre a utilização da imagem de Bento XVI para fins ideológicos e políticos por aqueles que não aceitaram sua renúncia. O pontífice, porém, ressalta a coragem do antecessor.

Também foi um choque descobrir, em 11 de fevereiro de 2013, que Bento XVI decidira renunciar ao pontificado [...] Depois, porém, entendi: certamente Bento meditara e rezara muito antes de tomar aquela decisão histórica e corajosa.

Francisco também critica o comércio de armas e remédios abortivos, por, segundo ele, estarem relacionados a ações com maior lucro. "Há países que investem precisamente nesse setor e baseiam sua economia no mortífero comércio armamentista. Nós no Vaticano, é claro, não o fazemos, mas, como a Santa Fé está de modo histórico envolvida em investimentos financeiros, sabemos que as ações com maior lucro estão relacionadas às fábricas de armas e aos fármacos abortivos."

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