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Achado pela 1ª vez no iPhone: como age vírus que lê imagens do seu celular

do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/02/2025 05h30Atualizada em 10/02/2025 13h58

Um vírus poderoso foi descoberto pela primeira vez em apps baixados pela Apple Store por pesquisadores da Kaspersky, empresa russa especializada em softwares de segurança.

O que aconteceu

Chamado SparkCat, o vírus consegue escanear e decodificar imagens e capturas de tela salvas nas galerias dos celulares. O objetivo, segundo a Kaspersky, é extrair dados com informações e senhas de aplicativos financeiros, como carteiras de criptomoedas. Malware é capaz de burlar medidas de segurança da Apple.

Trojan que "lê" frases em imagens é o primeiro identificado na AppStore, diz pesquisador. Segundo Sergey Puzan, analista de malwares da Kaspersky, ainda não está claro como o vírus conseguiu acesso às lojas virtuais do Google e da Apple. Ele afirma, porém, que "alguns aplicativos parecem legítimos, enquanto outros são claramente criados como iscas". O malware se espalha por meio de aplicativos variados —de apps de conversas e delivery a assistentes de inteligência artificial, todos disponíveis nas plataformas oficiais do Google Play e da AppStore.

Como o vírus atua? Em comunicado divulgado na última terça-feira (4), a empresa russa diz que, uma vez instalado por meio de um aplicativo, o novo malware geralmente solicita acesso ao usuário para visualizar fotos na galeria de seu smartphone. Em seguida, analisa o texto nas imagens armazenadas usando um "módulo de reconhecimento óptico de caracteres", conhecido como OCR, na sigla em inglês. "Se o trojan detectar palavras-chave relevantes [como logins, senhas e dados financeiros], ele envia a imagem aos invasores", explica a Kaspersky.

SparkCat é difícil de ser identificado. Segundo Dmitry Kalinin, outro analista da Kaspersky, o vírus "possui recursos exclusivos que o tornam perigoso", como o acesso a lojas oficiais de aplicativos e um funcionamento que não demonstra "sinais óbvios de infecção" tanto para moderadores de lojas virtuais, como para usuários móveis.

Permissões solicitadas pelo vírus parecem razoáveis, tornando-as fáceis de ignorar. "O acesso à galeria que o malware tenta acessar pode parecer essencial para o funcionamento adequado do aplicativo, pela perspectiva do usuário. Essa permissão normalmente é solicitada em contextos relevantes, como quando os usuários entram em contato com o suporte ao cliente", diz o pesquisador.

Quem são os principais alvos das invasões? De acordo com os pesquisadores da Kaspersky, o vírus tem invadido principalmente dispositivos de usuários nos Emirados Árabes Unidos, na Europa e na Ásia. Eles ressaltam, porém, que as vítimas também podem estar em outros países. "Foi o que concluíram os especialistas com base tanto nas informações sobre as áreas operacionais dos apps infectados, quanto na análise técnica do malware", explicou a empresa no mesmo comunicado.

Vírus busca palavras-chave nas imagens em diferentes idiomas, incluindo português. Outros deles são: chinês, japonês, coreano, inglês, tcheco, francês, italiano e polonês, ainda segundo a Kaspersky.

Recomendações para evitar vírus

Kaspersky recomenda medidas de segurança para evitar malware. Veja abaixo:

  • Evite armazenar fotos e capturas de tela contendo informações confidenciais em sua galeria, incluindo frases de recuperação de carteira de criptomoedas;
  • Busque por softwares de segurança cibernética confiáveis que possam prevenir infecções por malware;
  • Caso você descubra que instalou um dos aplicativos infectados, remova-o do seu dispositivo e não o use até que uma atualização seja lançada para eliminar a funcionalidade maliciosa.

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