PGA Awards 2025: termômetro do Oscar premia 'Anora' como melhor filme

O PGA Awards, prêmio do Sindicato dos Produtores dos Estados Unidos, revelou neste sábado (8), o grande vencedor de sua edição 2025: "Anora". O longa também levou o DGA, prêmio dos diretores.
O PGA Awards é um dos mais fortes termômetros em relação à principal categoria do Oscar, a de Melhor Filme, dado o longo histórico de coincidências de indicados e vencedores entre ambas. No ano passado, por exemplo, a lista de melhores filmes do PGA Awards e do Oscar foi idêntica, e "Oppenheimer" levou o prêmio nas duas ocasiões. No caso do DGA, 19 dos últimos 21 vencedores também ganharam o Oscar de melhor diretor no mesmo ano.
Neste ano, porém, houve algumas discrepâncias entre os indicados: o Oscar incluiu "Nickel Boys" e o brasileiro "Ainda Estou Aqui", e deixou de fora "A Verdadeira Dor" e "Setembro 5".
O filme disputava com outros nove indicados: "O Brutalista", "Um Completo Desconhecido", "Conclave", "Duna: Parte Dois", "Emilia Pérez", "A Verdadeira Dor", "Setembro 5", "A Substância" e "Wicked".
A cerimônia do Oscar, ápice da temporada de premiações do cinema, acontece no dia 2 de março, em Los Angeles.
'Ainda Estou Aqui vence o Goya'
O filme "Ainda Estou Aqui" venceu o prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-americano na noite deste sábado, 8. O longa foi o primeiro representante brasileiro entre os indicados à premiação na história. A divulgação dos vencedores aconteceu em Granada, na Espanha.
Walter Salles não esteve presente, mas contou com um representante para receber a estatueta: Jorge Drexler, cantor uruguaio que trabalhou com o diretor em "Diários de Motocicleta" (2005, ocasião em que venceu o Oscar de melhor canção original por "Al Otro Lado Del Rio"). Ele leu uma mensagem escrita por Salles, na qual dedica a vitória ao cinema brasileiro, a Eunice Paiva e sua família, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.
"Estou profundamente agradecido à Academia e todos os acadêmicos por essa grande honra. Esse prêmio é muito especial para nós, não só por ser a primeira vez que um filme brasileiro é indicado. É uma grande honra pela admiração que tenho pela cultura ibero-americana como um todo, pela admiração que tenho pelo cinema espanhol e por cineastas que influenciaram minha formação", constou na mensagem.
Por que Walter Salles não foi receber o prêmio Goya
Salles não esteve presente pois está nos Estados Unidos. Neste domingo, participará de um debate entre indicados ao Oscar em Santa Barbara, na Califórnia. Em seu recado, ainda destacou o trabalho de dos diretores espanhóis Pedro Almodóvar, Fernando Trueba e Arturo Ripstein e da atriz Marisa Paredes.
A premiação é considerada como um 'Oscar do cinema espanhol' por conta de sua relevância nacional, apesar de os votantes, filmes elegíveis e estilo dos premiados serem diferentes do evento de Hollywood.
"Ainda Estou Aqui" venceu o uruguaio "Agarrame Fuerte", o argentino "El Jockey", o chileno "No lugar da Outra" e o costa-riquenho "Memorias de un Cuerpo que Arde".
Vale destacar que o principal rival do longa brasileiro no Oscar de Melhor Filme internacional, "Emília Perez" (França), concorria em outra categoria, a de Melhor Filme Europeu. Outro competidor direto, "Flow" (Letônia), também estava indicado nela.
"Ainda Estou Aqui" é dirigido por Walter Salles e retrata a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), que foi casada com o ex-deputado federal Rubens Paiva (Selton Mello), desaparecido e morto durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).
O longa emplacou indicações importantes nas premiações internacionais de cinema em 2025. Entre elas, o Oscar, que será realizado em março, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres. A artista ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz de drama em janeiro.