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MPF processa Universal por assédio contra escritor e pede multa de R$ 5 mi

MPF impetrou ação contra a Igreja Universal por assédio judicial - Reprodução / Universal
MPF impetrou ação contra a Igreja Universal por assédio judicial Imagem: Reprodução / Universal
do UOL

Tiago Minervino

Colaboração para Splash, em São Paulo

07/02/2025 20h59

O Ministério Público Federal impetrou, na última segunda-feira (3), uma ação contra a Igreja Universal do Reino de Deus por assédio judicial contra o jornalista e escritor João Paulo Cuenca, que foi alvo de mais de 100 ações movidas por pastores da instituição religiosa.

O que aconteceu

MPF solicitou à Justiça que a Universal pague indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos. O órgão federal justifica que essa verba será usada para o financiamento de projetos que visam combater a violência contra jornalistas.

Cuenca se tornou alvo de pastores da Universal por causa de uma postagem no X, antigo Twitter, em junho de 2020. Na ocasião, o jornalista escreveu que "o brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal".

Em seu post, Cuenca fez referência a uma célebre frase do sacerdote francês Jean Meslier (1664-1729). Na época em que era vivo, o francês disse que "o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre".

Universal organizou uma apresentação, por intermédio de mais de 100 pastores, em ações idênticas contra Cueca, afirma o MPF. O órgão afirma que houve um "exercício abusivo do direito de petição e do acesso à justiça, além de violar as liberdades de expressão e de imprensa, por meio da adoção de estratégia para silenciar o emissor da mensagem e o próprio ofício jornalístico".

MPF também pede o reconhecimento da responsabilidade civil da Universal. "Os elementos instrutórios colhidos no inquérito civil comprovam a responsabilidade da Igreja Universal do Reino de Deus pela orquestração no ajuizamento das demandas", esclarecem os procuradores".

Universal nega que tenha organizado a representação feita por seus pastores contra o jornalista. A instituição alega que as ações foram propostas de forma individual por cada pastor.

Cuenca repercute ação do MPF. Em postagem no Instagram, ele disse que agora são os pastores da Universal "que precisam se defender".

No total, Cuenca foi alvo de 144 ações impetradas pelos pastores da igreja. Desse total, ele venceu 143 e resta apenas uma que ainda não foi julgada. "Agora o MPF reconhece o assédio judicial e busca indenização numa ação de dano coletivo", escreveu.

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