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Sucesso na Netflix, 'Mashle' é anime para quem quer esquecer 'Harry Potter'

Anime "Mashle" e série de filmes "Harry Potter" - Reprodução/ A-1 Pictures/Warner Bros.
Anime 'Mashle' e série de filmes 'Harry Potter' Imagem: Reprodução/ A-1 Pictures/Warner Bros.
do UOL

Fabio Garcia

Colaboração para Splash, em São Paulo

14/01/2025 14h23

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Talvez esse não seja o melhor momento para a franquia "Harry Potter". Longe daquele prestígio das duas primeiras décadas dos anos 2000, quando o bruxinho da cicatriz de raio era considerado o grande fenômeno cultural, atualmente a série sofreu um desgaste após projetos que não deram certo (como o spin-off 'Animais Fantásticos') ou mesmo o surgimento de outras séries infantis-juvenis que dialogam melhor com o público alvo da atualidade. Além disso, ainda temos as polêmicas da autora J. K. Rowling, que passou abertamente a abraçar (e amplificar) discursos de ódio contra pessoas trans.

Um dos argumentos utilizados por quem defende "Harry Potter" é o da história fazer parte das memórias de infância, sendo assim difícil abandonar uma trama cuja ambientação remete a uma época nostálgica da vida. Se a sua justificativa é essa, apresento o anime "Mashle: Magia e Músculos", que estreou na Crunchyroll em 2023 e acaba de chegar na Netflix (inclusive já entrou no Top 10 da plataforma).

O anime é protagonizado por Mash Burnedead, um rapaz sem poderes que vive em uma sociedade na qual todos sabem fazer magias. Criado escondido por seu pai adotivo Regro, afinal a lei deste mundo determina que quem não tem poderes precisa ser sacrificado, Mash passa seus dias treinando musculação e comendo profiteroles. Após alguns acontecimentos, Mash é descoberto pelas autoridades e recebe uma oportunidade: caso se forme na Escola de Magia, mesmo não tendo poderes, Mash ganha a chance de viver em paz com seu pai.

E aqui "Mashle: Magia e Músculos" abraça a galhofa, parodiando "Harry Potter". Do uniforme ao formato do castelo da escola, tudo ali remete ao universo criado por Rowling. Os professores desta escola são idênticos aos atores britânicos que estrelaram a série de filmes.

Algumas cenas de "Mashle" são quase reproduções de momentos vividos por Harry em seu primeiro ano em Hogwarts, porém com um delicioso humor absurdo. Na aula de voar em vassoura, por exemplo, Mash consegue se erguer no céu graças a um exímio exercício aeróbico com suas pernas. Parte das piadas de "Mashle" é ver Mash resolvendo problemas mágicos através dos bíceps desenvolvidos ou de seu peito musculoso: quem precisa de magia para abrir portas se você pode derrubá-las com um socão?

'Mashle: Magia e Músculos'
Onde ver: Crunchyroll e Netflix (com dublagem e legenda)
Editora: Panini

Para fugir de "Harry Potter"

"Little Witch Academia"
Produzido pelo estúdio Trigger (o mesmo de "Dungeon Meshi"), este anime conta a história de Akko, uma garota que sonha se tornar uma bruxa como a lendária Shiny Chariot e, por isso, vai para uma escola de feitiçaria. Esta série tem uma história levinha, com momentos emocionantes e cenas bem animadas, ou seja, perfeito para dar um quentinho no coração. (Anime disponível na Netflix, mangá lançado pela JBC)

"Hollow Fields"
Neste mangá desenhado por Madeleine Rosca acompanhamos a jovem Lucy Snow que, acidentalmente, se matricula em Hollow Fields, uma escola criada para formar os próximos cientistas malucos que vemos praticando vilanias. Aqui, temos toda a ambientação e trama de um "Harry Potter", mas sem estereótipos ou declarações preconceituosas da autora. (Mangá lançado pena NewPOP editora)

Masami Kurumada é mais do que pai dos "Cavaleiros do Zodíaco"

É um pouco injusto pensar Masami Kurumada apenas como o autor de "Os Cavaleiros do Zodíaco". Claro que essa é uma das obras mais importantes do Brasil, republicada várias vezes e cuja animação proporcionou o boom de animes nos anos 1990, mas o legado de Kurumada não se resume a isso.

O autor estreou, profissionalmente, em 1974, quando publicou sua obra "Sukeban Arashi" nas páginas da Shonen Jump. A obra tem uma protagonista feminina chamada Rei Kojinyama, que prefere resolver seus problemas na porrada. A trama começa quando uma aluna rica é transferida para a escola, e as duas entram em constante conflito.

Mas a obra que projetou Masami Kurumada foi "Ring ni Kakero" (1977), uma série de boxe estrelada pelo adolescente Ryuuji Takane. A série, que tinha combates para lá de absurdos, foi uma das responsáveis por introduzir muitos dos elementos dos "shonen de lutinha" que seriam popularizados anos depois em obras como "Dragon Ball". Esse mangá é um dos queridinhos do autor, tanto que ele ganhou a chance de desenhar a continuação "Ring ni Kakero 2" entre 2000 e 2008.

O grande sucesso mundial do autor, "Os Cavaleiros do Zodíaco", veio somente em 1986. Durante quatros anos, Kurumada foi desenvolvendo a melodramática trajetória de Seiya e seus amigos até encerrar a trama após a "Saga de Hades". Anos depois, em 2006, o autor deu sequência à sua série com "Os Cavaleiros do Zodíaco: Next Dimension", que terminou recentemente em 2024.

A narrativa de Masami Kurumada pode até ser cheia de furos de roteiro, mas isso é porque o autor é viciado em entregar emoção. Ele sabe, como ninguém, manter o leitor fisgado, mesmo que para isso ele precise sacrificar elementos como lógica ou anatomia. Como resultado, suas obras são empolgantes e cheias de personalidade.

É uma pena que "Os Cavaleiros do Zodíaco" tenha feito tanto sucesso no Brasil que ofuscou as demais obras de Kurumada. "Fuma no Kojiro" (1982) foi lançado em VHS no nosso país porque o character design era o mesmo de "Cavaleiros" então esperavam que as crianças se confundissem com o do anime de sucesso. Ou então o mangá "B't X" (1994) que provavelmente saiu por ser também uma história de adolescentes vestindo armaduras de combate. Kurumada precisava de uma nova oportunidade no Brasil, para mostrar que ele é mais do que adolescentes numa armadura.

Você conhece de "Dragon Ball Z"?

Splash já tinha uma área dedicada a quizzes, e agora o site terá quiz animes e mangás. O primeiro é um teste de conhecimentos gerais de "Dragon Ball Z" para ver o quão rápido o fã do anime consegue responder a perguntas que cobrem toda a série "Z", ou seja, da aparição do Raditz até a derrota de Majin Buu. Se quiser testar sua memória, confira aqui neste link esse quiz de "Dragon Ball Z".

Prepare o bolso: mangás sofrem reajuste no começo de 2025

Quem costuma comprar mangás já está sabendo que começo de ano é quando rolam os temidos reajustes. As duas principais editoras de mangás do país, Panini e JBC, já começaram a divulgar seus novos aumentos, que correspondem a cerca de 10% do antigo preço de capa.

As primeiras notícias de reajuste vieram da Panini. Os fãs que recorrem à loja virtual da editora acabaram encontrando aumento dos títulos com lançamento previsto para janeiro e fevereiro. Os mangás que custavam R$ 39,90 e R$ 40,90 tiveram seus preços elevados para R$ 43,90 e R$ 44,90.

Os títulos da Panini, que correspondiam a volumes 2 por 1, foram de R$ 69,90 para R$ 74,90, e o volume triplo de "One Piece" saltou de R$ 84,90 para R$ 93,90. Até a nova série de "Jojo's Bizarre Adventure", a recentemente anunciada "Stell Ball Run", já será lançada com o novo preço de R$ 54,90 (contra R$ 49,90 de "Stone Ocean").

Da parte da JBC a editora também anunciou seus novos preços de capa. Alguns exemplos: "My Hero Academia" passa de R$ 39,90 para R$ 43,90, a edição dupla de "Astro Boy" pulou de R$ 94,90 para R$ 104,90 e, por fim, "Skip & Loafer" vai de R$ 44,90 para R$ 49,90.

A Panini não chegou a justificar seu aumento em declarações oficiais, já a JBC explicou em seu site oficial que "os preços de capa passam em média por um aumento de 10% no valor final, como reflexo do que acontece no mercado acompanhando principalmente os aumentos nos custos de produção, que já ocorreram ao longo de 2024". Entretanto, não é mistério o que está acontecendo.

O preço do mangá é afetado tanto pela alta do dólar (afinal insumos e as licenças são todas pagas na moeda norte-americana) quanto pelos sucessivos aumentos do preço de papel no Brasil, causadas por uma indústria que tem mais interesse em exportar seu produto que abastecer o mercado local. Infelizmente, para os leitores em geral, o jeito é pagar mais caro pelas suas leituras.

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Para economizar nos mangás?

Promoções e boxes fechados
Uma alternativa para quem quer ler mangás e pagar um pouco menos acaba sendo esperar promoções de livrarias, pontos de venda e lojas virtuais das editoras. Comprar os mangás em boxes fechados, oferecidos pelas próprias editoras, pode ser uma forma de comprar uma história completa por um desconto maior, ainda que o valor final seja elevado. Vale a pena ficar de olho nas redes das editoras para saber.

Ler digitalmente (e até de graça)
Editoras como a JBC e Pipoca & Nanquim publicam alguns de seus títulos em formato digital e por um preço menor, ideal para quem quer ler a história e não liga de ter o título numa estante física. Outra saída é apelar para sites que têm mangás digitais, como o Comikey e o MangaPlus (da editora Shueisha). Embora ambos tenham planos pagos que permitem facilidades de leitura, há muito conteúdo gratuito e em português.

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