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'Família quis evitar protagonismo de Galisteu': como foi o velório de Senna

Adriane Galisteu em foto ao lado de Ayrton Senna - Reprodução/Instagram
Adriane Galisteu em foto ao lado de Ayrton Senna Imagem: Reprodução/Instagram
do UOL

De Splash, em São Paulo

04/12/2024 12h00

Adriane Galisteu, que namorava Ayrton Senna na época de sua morte, em 1994, descreveu no livro "Caminho das Borboletas" como foi vivenciar o velório do piloto. Ela relata a experiência como um "turbilhão de emoções", dividido entre a dor da perda, a comoção popular e o constante julgamento do público.

"Eu me sentia olhada, vigiada", contou Galisteu, em depoimento publicado no livro de 1994. "Por sorte, estava muito desligada. Tinha muita conversa em volta, e eu não ouvia nada. Foi duro me conter. Diante do caixão, quantas vezes eu não pensei em perder a compostura e de me arremessar sobre ele, gritar, berrar, espernear."

A apresentadora também descreve o clima de luto que tomou conta de São Paulo. "O luto nas ruas, os carros estacionados sobre os parques e gramados, a cidade parada, as pessoas em prantos, garotos adolescentes, velhos, todos entregues a um choro sem inibição. Todos improvisando qualquer emblema que expressasse o luto coletivo, a homenagem última ao herói".

Galisteu e Senna - Gianni GIANSANTI/Gamma-Rapho via Getty Images - Gianni GIANSANTI/Gamma-Rapho via Getty Images
Ayrton Senna voa com Adriane Galisteu em foto de fevereiro de 1994
Imagem: Gianni GIANSANTI/Gamma-Rapho via Getty Images

Outro ponto abordado por Galisteu foi a presença de Xuxa, ex-namorada de Senna, no velório. A apresentadora contou que a aparição de Xuxa não a incomodou, mas que a atenção da mídia em cima de uma suposta "disputa" entre elas foi descabida.

Reconheço, talvez eu nem me desse conta de nada, absolutamente nada, se a imprensa não tivesse, no dia seguinte, insistido na falsa questão da competição. Sabem o que eu penso? Eu não estava ali para disputar o papel de viúva ou o campeonato de viuvez. Eu estava ali porque a única coisa que realmente me interessava eu perdi.

Ernesto Rodrigues, autor da biografia "Ayrton: o Herói Revelado", relata que a família de Senna tentou minimizar a presença de Galisteu no velório, utilizando Xuxa como um "instrumento" para evitar que Galisteu tivesse "protagonismo".

Eles começaram a transformar a Xuxa em viúva do absoluto nada, mesmo com a relação já encerrada há muito tempo. Vale lembrar que, após namorar a apresentadora, Senna teve um relacionamento sério com uma carioca chamada Cristine Ferraciu, que morou com ele em Portugal. Ernesto Rodrigues, em conversa com Splash

Xuxa e Senna  - Patrick SICCOLI/Gamma-Rapho via Getty Images - Patrick SICCOLI/Gamma-Rapho via Getty Images
Xuxa e Ayrton Senna foram namorados de 1988 a 1990
Imagem: Patrick SICCOLI/Gamma-Rapho via Getty Images

Rodrigues também destaca o posicionamento da família durante o velório: "Ninguém da família ficava perto da Adriane Galisteu. Quem ficou o tempo todo com o Galisteu foi a Betise Assumpção (ex-assessora de Senna). Enquanto isso, era a Xuxa que aparecia ao lado dos pais do Ayrton e da Viviane Senna."

Em seu livro, Galisteu reflete sobre o que Senna teria achado de sua presença no velório: "O funeral seria para mim ainda mais chocante do ponto de vista da encenação e do cerimonial. A namorada poderia estar ali, como poderia não estar. O que eu tinha era o amparo dos amigos verdadeiros e a vontade de acompanhar o 'Beco' em sua última viagem. Sem pretensão, acho que ele, se tivesse como escolher, gostaria muito, mas muito mesmo, de me ver por perto."

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