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Felipe Neto, Picon, Popozuda: famosos se manifestam sobre fim da escala 6x1

do UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

11/11/2024 23h00

O debate sobre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que pretende acabar com a escala 6x1 de trabalho também chegou aos famosos, que se manifestaram a favor ou contra ao projeto apresentado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).

O que aconteceu

Ex-frentista, Valesca Popozuda relembrou seu passado como celetista ao defender uma jornada com dois dias de descanso para os trabalhadores. "A escala 6x1 prejudica qualquer ser humano a ter uma vida com qualidade e saúde mental, de se dedicar a uma faculdade ou curso extra, de viver momentos de lazer com a família e amigos e tem deputado me falando que a pessoa quer 'vadiar'. É triste", escreveu a cantora em seu perfil no X.

Felipe Neto defendeu o texto e destacou que o projeto é atacado por setores "burgueses da direita". Ele também criticou a posição do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que defendeu que o tema seja tratado em convenções e acordos coletivos.

MC Binn, que também já trabalhou na escala 6x1, defendeu a PEC do PSOL. "Os que é [sic] contra o fim da escala 6x1 devia trabalhar sábado e domingo recebendo salário mínimo e tendo que levar almoço de casa", escreveu o cantor, que antes da fama trabalhou na Rua 25 de Março, tradicional região de comércio popular no centro de São Paulo. "Já trampei na 25, saí às 06h da manhã, voltava 00:00. Dia de folga só servia pra dormir, sei na pele como é!!! Tem que protestar mesmo. Tem que lutar mesmo pelos direitos. O povo está certo", completou.

O influenciador Léo Picon, por sua vez, criticou o projeto. O irmão de Jade Picon, que é herdeiro de uma empresa renomada no setor de mármores, granitos e pedras naturais, disse que a medida seria uma "cortina de fumaça" que poderia levar a redução de salário dos trabalhadores e aumentar o mercado informal. Após ser criticado, ele deletou a publicação por reconhecer se tratar de um "assunto complexo e polêmico". No entanto, ele voltou a se manifestar sobre o tema ao defender sua posição inicial de ser contra a PEC. "Meu pensamento é esse e se você discorda, você tem todo o direito de ser burro".

Fim da escala 6x1

Um dos principais assuntos nas redes sociais nos últimos dias, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que prevê o fim da escala de trabalho 6x1 — seis dias de trabalho para um de descanso — vem ganhando força na Câmara dos Deputados.

A proposta, na verdade, prevê expediente máximo de quatro dias por semana, oito horas diárias e 36 horas semanais. Ela foi apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL) em maio. Uma jornada de oito horas diárias em quatro dias por semana, porém, soma 32 horas semanais, e não 36. O UOL questionou a deputada sobre o motivo da divergência e aguarda resposta.

Atualmente, a lei prevê que a duração do trabalho não pode ser superior a oito horas diárias e 44 horas semanais. Ou seja, a atual legislação não proíbe seis dias de trabalho por semana, desde que não ultrapassem as horas previstas.

Para começar a tramitar, a proposta precisa de 171 assinaturas. Em entrevista ao UOL News nesta segunda-feira (11), a deputada afirmou que ela já tem mais de cem assinaturas e que a PEC deve alcançar as 171 necessárias para ser apresentada à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ainda esta semana.

Se chegar a tramitar, a PEC precisa dos votos de três quintos dos deputados para passar na Câmara. Depois, vai para o Senado, onde também precisa de três quintos dos votos. Em caso de aprovação pelo Congresso, o projeto entra em vigor em até 360 dias —quase um ano.

Iniciativa encampada por Erika Hilton é baseada em proposta do vereador eleito do PSOL. Rick Azevedo foi o vereador mais votado da sigla neste ano e vai ocupar uma cadeira na Câmara Municipal do Rio. Ele ganhou notoriedade nas redes como fundador do Movimento Vida Além do Trabalho, que defende o fim da escala 6x1.

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