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Crime, realeza, causos: veja 5 dicas de leitura para começar a semana

Releitura de  Albert Camus, Ullisses Campbell e príncipe Harry são os autores indicados da semana - Divulgação
Releitura de Albert Camus, Ullisses Campbell e príncipe Harry são os autores indicados da semana Imagem: Divulgação
do UOL

De Splash, em São Paulo

20/10/2024 05h30Atualizada em 21/10/2024 11h57

Procurando uma boa leitura para começar a semana? O colunista Rodrigo Casarin e as repórteres Luiza Stevanatto e Fernanda Talarico, de Splash, trazem cinco! Tem releitura de Camus, true crime, autobiografia da realeza... Confira nossas sugestões:

"O Estrangeiro", de Albert Camus e Ryota Kurumado (Record, tradução de Ivone Benedetti)

Rodrigo Casarin - Eis uma versão surpreendente de um dos livros mais importante do século 20. Pelas mãos do japonês Ryota Kurumado, o romance mais famoso do franco-argelino Albert Camus, vencedor do Nobel de Literatura de 1957, ganha uma releitura em mangá.

A pegada autoral do trabalho fica explícita já na primeira página. É ousado mudar o início camusiano, um dos mais marcantes da literatura. Alternando entre a perda da mãe de Mersault, o crime cometido e o seu julgamento, a indiferença do personagem é marcante também pelos quadros de Kurumado.

"O Que Sobra", de Príncipe Harry (Objetiva, tradução de Cássio de Arantes Leite, Débora Landsberg, Denise Bottmann e Renato Marques)

Luiza Stevanatto - Pouquíssimas pessoas no mundo sabem o que é, de fato, ser um príncipe. Nesse livro, o príncipe Harry conta como é fazer parte da família real britânica. Sim, ele é mimado e se acha a última bolacha do pacote. Mas o que poderíamos esperar de um príncipe? Com frequência, ele também se vê como uma vítima. Mas o que esperar de alguém que nasceu fadado a uma vida em segundo lugar, e ainda perdeu a mãe quando tinha apenas 12 anos?

Além disso, no entanto, "O Que Sobra" tem passagens divertidas e curiosas. Para quem gosta do assunto, é interessante ver de perto a vida de alguém que, sempre explorado pela imprensa, tinha como regra guardar suas versões, "nunca reclamar, nunca explicar". É também um registro histórico em primeira pessoa de uma fase conturbada e complexa para a Coroa.

"Misericórdia", de Lídia Jorge (Autêntica Contemporânea)

Rodrigo Casarin - Uma mulher registra a fase final de sua vida num lar para idosos. Em meio a cuidados, rusgas, decadências e ambulâncias que levam pessoas para nunca mais voltar, há também muita vida. Impulsos em busca da diversão, do afeto, do amor. Travessuras fazem parte do pacote.

Romance mais recente de Lídia Jorge, uma das principais escritoras portuguesas em atividade, "Misericórdia" é um romance que alia beleza, generosidade e pegada crítica —homofobia e xenofobia são algumas das questões retratadas pelas páginas. Um olhar multifacetado para a velhice em nossos tempos.

"Francisco de Assis: O Maníaco do Parque", de Ullisses Campbell (Matrix Editora)

Fernanda Talarico - Ullisses Campbell consegue abordar de maneira crua a história de um dos assassinos mais notórios brasileiros. No entanto, a narrativa não esquece quem são as vítimas do Maníaco e quais são suas histórias. A biografia é uma maneira de entendê-las, respeitá-las e até mesmo dar uma explicação do porquê mulheres se submeteram ao Maníaco.

"O Gordão Pelado do Outro Lado da Rua - Tragédia da Vida Privada", de Júlio Bernardo (Realejo)

Rodrigo Casarin - Crítico gastronômico terno e ferino, Júlio Bernardo, o JB, ficou famoso pelas avaliações feitas de bares e restaurantes principalmente pela cidade de São Paulo. Muitas vezes escrevia sobre o que via em seu antigo blog, o Boteco do JB.

Quem gosta dos textos de Júlio ou quer conhecê-lo tem uma nova chance agora. "O Gordão Pelado do Outro Lado da Rua" reúne memórias, episódios do que o autor viveu e observou de canto por infindáveis balcões. São histórias que passam por cidades como Rio de Janeiro, Londres, Buenos Aires e, claro, a capital paulista.

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